sexta-feira, 30 de novembro de 2007

O filho que eu quero ter

Parafraseando Mário Quintana, nascer foi a principal coisa que me aconteceu.
Crescer, viver, amar, sofrer, morrer são todas conseqüências de nascer.
Como sou filha única, acredito que meu nascimento também foi a principal coisa que aconteceu à minha mãe, e desenvolvendo essa teoria, o nascimento do meu filho substituirá o meu nascimento, como principal coisa que me aconteceu.
Cíclico, como todo o resto de coisas que nos afetam.

Não penso muito em ter filhos.
Quero tê-lo - ou quem sabe tê-los - quando chegar o momento dele nascer.
Nem um minuto antes.

Quero cantar "O filho que eu quero ter" todas as noites para ele dormir, assim como fez minha mãe, para que um dia ele entenda o que significa devoção.
Quero alimentá-lo com carne, mesmo se eu for vegetariana, para ensiná-lo a importância das escolhas e do livre arbítrio.
Quero deixá-lo dormir no sofá de vez enquando, para que aprenda a valorizar uma boa cama.
Quero deixá-lo tomar chuva, para que ele entenda que ele e a natureza são uma coisa só.
Quero deixá-lo de pés descalços, para que ele saiba que existe prazer na simplicidade.

Mas acima de tudo, quero viver muito antes dele chegar, pois à partir desse momento, quero viver só para ele.


Milena é uma mulher normal, como tantas outras. Escreve aqui às sextas.

Pegadinha da mamãe

Gente, tá certo que gosto e... hum... nariz cada um tem o seu, mas os gostos da minha mãe são completamente diferentes dos meus. E esse gosto se reflete especialmente se estivermos falando de profissionais de saúde. Da beleza deles, mais exatamente.

Quando eu tinha 15 anos mamãe apareceu lá em casa com a notícia: “Semana que vem vamos extrair sua nevus”. Eu nem sabia o que era nevus, mas ter uma coisa extraída assim raramente é legal, então apavorei. Ela explicou que nevus é um tipo de pinta, e ela estava se referindo à minha linda pinta do cotovelo que eu dei de presente pra minha vó assim que aprendi a falar. NÃO!!! Tirar minha pinta? Não mesmo. Ela usou vários argumentos interessantes: “isso vira câncer”, “o médico é gatinho”, e finalmente, o que me convenceu de uma vez por todas: “eu sou sua mãe e estou mandando”. Tentei me consolar com o fato dela ter garantido que o médico era gatinho. Quando vi o médico, meu Deus, que monstro! GENTE, ALGUÉM EXPLICA PRA MINHA MÃE QUE OLHO VERDE NÃO É SINÔNIMO DE BELEZA? O prejuízo: um quelóide enorme no cotovelo, extração de outra pinta na sola do pé, morrer de dor porque o engraçadinho me costurou as duas vezes com um fio que me dava alergia (mesmo eu tendo avisado antes da segunda cirurgia)... e claro, nada disso se compara ao pesadelo que tive dias seguidos com aquela cara horrorosa na minha frente.

Bom, mas aí anos depois eu resolvi retomar meu tratamento ortodôntico abandonado uns anos antes, e ela começou me mandando pra um ortodontista amigo dela. Perguntei, “É gatinho?” e ela respondeu “É muito gatinho”. Cheguei lá e fui atendida por um cara que parecia ter sido o ET que abduziu o tal gatinho que ela falou. HELLO!! ALGUÉM CONTA PRA MINHA MÃE QUE JUVENTUDE NÃO É SINÔNIMO DE BELEZA? Pôxa, tá certo que ser gatinho não tem nada a ver com competência, mas precisava dela me enganar? Eu ia do mesmo jeito! Bom, mas aí o rapaz falou que eu ia ter que extrair 4 dentes, eu odiei. Cheguei em casa e falei com minha mãe que 1) o cara era horroroso e me pareceu não muito seguro do diagnóstico e 2) arrancar dente? Eu?

Mas a mamãe tá aí pra solucionar os problemas da gente, né? Mesmo ela sendo dentista ia me arrumar um outro dentista “que as meninas todas se derretem por causa dele” pra fazer as extrações, já que ela sofre de LER. Bom, derretida ou não derretida, quem arrancou meus dentinhos de leite foi mamãe, de forma que com os permanentes não havia de ser diferente, apesar da LER dela. Mas um dia num evento eu vejo o tal derretedor de corações e MEU DEUS, ALGUÉM CONTA PRA MINHA MÃE QUE NÃO É DOS CARECAS QUE ELAS GOSTAM MAIS?

Quando ela foi me mandar pra outro colega pra eu me sentir mais segura com o tal diagnóstico, eu falei que nem ia perguntar se era gatinho, e ela “Ahhh mas este nem é mesmo... Quer dizer, algumas moças acham, mas ele é sem sal nem açúcar.” Fui preparada pra encontrar um rascunho do inferno, já que ela chamou o cara de sem sal. Nem preocupei muito com a figura, vesti uma calça jeans com barra de babadinhos, camisa de malha velha com o logo da UFV e tênis azul. Cheguei lá e realmente vi o rascunho do inferno, só que ao avesso. Me viu subindo as escadas e falou “Ahh aí está a filha da Carolina...” (eu sou a cara dela, todo mundo reconhece). Quando pensei “dessa vez ela decididamente acertou, ele não é gatinho”, ele fala “Fulanoooo, sua paciente chegou”. Quando meu dentista apareceu, eu tentei lembrar que se eu matasse minha mãe iam ficar três órfãos indefesos no mundo, contando comigo. Sem noção, o cara é LINDO, tem dia que os olhos dele são azuis, tem dia que são verdes, ele tem um sorriso super doce, uma simpatia... E eu lá, ridícula de calça de babadinho e tênis azul. Deve ser lembrando dessa imagem que até hoje ele me enxerga como a filhinha da Carolina enquanto aperta minhas bochechas igual se faz com uma criança de 5 anos e derrama seu charme e simpatia pra todo lado. Ahhh... se matar a mãe não fosse crime...


Sisa, 28 anos, se diverte até lembrando disso. Não acha beleza tão importante assim, mas baba cada vez que vê seu dentista lindo e simpático.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Mega Sena

Sou uma pessoa que sonha alto, mas foram raríssimas às vezes que me peguei pensando em como ganhar mais dinheiro que não fosse pelo meu trabalho honesto e árduo. Mas hoje, após ter sentido, durante todo o dia, vontade de gritar até perder a voz, correr sem olhar pra trás ou simplesmente mandar todo mundo do trabalho pra p.q.p., fiquei pensando em como seria maravilhoso ganhar na mega sena acumulada!

Qual seria minha sensação ao conferir o bilhete e me certificar que acertei os 6 números? Que da noite pro dia ganhei 22.000.000? Saber que todos meus problemas estariam resolvidos...

Fiquei imaginando em como me sentiria aliviada em saber que eu poderia pagar a faculdade para minha irmã sem ficar preocupada se esse dinheiro iria fazer falta no meu orçamento mensal, como seria mais feliz em poder melhorar a qualidade de vida da minha família e da família do meu marido, feliz também por não ter que ficar “contando moedinha” para conquistar a tão sonhada casa própria, poder comprar o que quiser sem ter que perguntar quanto custa, poder conhecer o mundo e o melhor de tudo isso: não ter mais que trabalhar para os outros!!!

Apesar da minha mãe ter me ensinado que vingança é uma palavra que não deve fazer parte da vida e nem dos pensamentos da gente, não tem como se imaginar milionária e não querer dar o troco para aquelas pessoas que se acham o máximo por cima da gente, que são arrogantes, que gostam de humilhar o mais simples, que transpiram maldade e superioridade mediante o próximo! Quem nunca teve esse pensamento que atire a primeira pedra!

Bom, após ter me deliciado com todos esses pensamentos (os bons e os “ruins”), me perguntei novamente se realmente eu seria mais feliz, porque a vida ainda continuaria me apresentando obstáculos, diferentes dos de hoje, mas ainda obstáculos, num primeiro momento respondi que não, mas depois conclui que com dinheiro tudo fica mais fácil...


Débora não acredita em milagres, mas confessa que vai fazer uma fézinha na mega sena acumulada, porque quem sabe a probabilidade não fica do seu lado pelo menos dessa vez!

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

O inesperado

A vida as vezes nos revela coisas inesperadas em horas igualmente inesperadas. E foi assim, por acaso, que eu conheci um outro lado de uma pessoa que na verdade eu já conhecia há mais de 6 anos.

Essa pessoa era bem diferente uns anos atrás, ou talvez, ela fosse a mesma e eu apenas não tinha tido a oportunidade de conhecer sua outra face. Quando o conheci, para ser sincera, eu morria de medo dele. rs. Só de imaginar que eu precisaria falar com ele, as vezes algum assunto que só ele poderia resolver, eu pensava: “ai meu Deus, será que ele está de bom humor hoje?”. E lá ia eu...

Depois de um tempo, isso foi mudando e vez ou outra até tinhamos alguma conversa descontraída em meio a piadinhas quando nos cruzávamos, mas ainda assim essas conversinhas pelos corredores não passavam de 2 ou 3 minutos.

Tudo descambou num momento em que eu estava super sensível com uma grande mudança na minha vida e precisei dele para resolver um problema técnico... ou ele estava de mau humor naquele dia ou o mau humor o invadiu quando viu que meu problema era relacionando a algo que ele odeia (ou diz que odeia. rsrsrs). Naquele dia ele ficou meio bravo comigo, talvez sem perceber, e eu em meio a tensão pelo momento em que estava passando (foi dias antes de eu me mudar pra fora do país) aliado a TPM, caí no choro... na frente dele e tudo...

Na minha volta ao Brasil, continuei o encontrando pelos corredores, agora não mais com medo de pegá-lo de mau humor, mas sempre com as curtas conversas descontraídas, sem jamais imaginar que um dia passariam disso. Até que um dia, num momento de completo desespero, ele foi a primeira pessoa que passou pela minha frente, e como a vida é sempre surpreendente, eu conheci, depois de tantos anos, uma pessoa que eu não fazia idéia que existia.

Ele foi um ombro amigo, me escutou pacientemente, sem julgar, sem fazer perguntas. Foi de uma sensibilidade incrível, com carinho e discrição... Depois disso conversamos mais algumas vezes, e em cada uma delas eu percebia nele algumas características que jamais achei que teria oportunidade para perceber, como a enorme sensibilidade e a presteza para ajudar pessoas que nem mesmo são próximas a ele, em assuntos tão íntimos e delicados.

Não nos tornamos grandes amigos e nem acho que isso vá acontecer, mas ficou a certeza de que ele vai estar sempre ali, de coração aberto e disposto a me escutar ou aconselhar sempre que eu precisar. E é bom saber disso...

As vezes a vida é assim, de onde menos esperamos encontramos o conforto, a confiança e o ombro que precisamos em determinados momentos.

Vivian é uma pessoa de poucos amigos, daqueles verdadeiros, e anda meio decepcionada com o ser humano, mas fica feliz quando a vida lhe revela boas surpresas.



Perdão

Esta talvez seja a palavra mais complexa que existe, pelo menos para mim. Está associada aos dissabores, às decepções, aos confrontos com os ideais e, acima de tudo, à maneira como se lidará com eles, o que envolve superação ou abdicação. Eu não sou uma pessoa que perdoa fácil e sei bem o quanto isto é ruim...

Será que perdão significa simplesmente apagar algo ruim da memória e do coração? Ou será que significa aprender com os erros, meus e dos outros também? Bem, eu não consigo conceber apagar algo que aconteceu na minha vida; soa tão estranho... Afinal, todos os eventos, isolados ou associados, não interferem nela e, de certa forma, não me modificam? Então, por isso acho a segunda opção mais plausível.

Hoje, para mim, perdoar é aceitar que não existe pessoa perfeita, nem eu nem qualquer outro ser humano. Todos estão sujeitos a errar e a magoar, vai de quem sofreu o impacto aprender com o erro, avaliar se compensa passar por todo este processo árduo de aprendizagem, se o que foi perdido na relação pode ou vale a pena ser resgatado. Ou abdicar do outro e excluí-lo (na medida do possível) de sua vida, porque algumas ações são imperdoáveis, de acordo com a escala de valores de cada um. Eu, por exemplo, abomino a ação intencional, sabe? Errar todos erram, mas fazer algo sabendo que fere uma pessoa que se preza e ainda assim fazê-lo, pedindo descaradamente perdão depois, eu não consigo aceitar.

Nos dois caminhos haverá perda e sofrimento. Se perdoar é uma atitude que enobrece o ser humano, isto se dá pelo longo e penoso processo de provação a que se está sujeito ao aceitar perdoar. No entanto, não perdoar pode originar uma sobrecarga desnecessária na vida (uma amargura, uma tristeza, uma dor, um pensamento que atormenta...), com a qual certamente também será difícil viver.

Entre aumentar a sobrecarga e tentar melhorar, tornando-me uma pessoa menos intolerante, optei por exercer a tolerância. É importante entender que cada pessoa tem seu limite, suas fraquezas e que pode errar e acertar, ciclicamente, a vida toda. E eu sou uma pessoa como outra qualquer, sujeita às mesmas condições. Assim, perdoar é, antes de qualquer coisa, aceitar que não farei tudo que planejei da maneira como pensei e que, nem por isso, serei uma pessoa pior.

Perdoar me permite viver a vida de forma mais leve!

Até a próxima!


Paula sabe que perdoar é um dom e que, apesar de não ter nascido com ele, pode aprendê-lo e viver uma vida mais feliz!


terça-feira, 27 de novembro de 2007

Mau Gosto Pouco é Bobagem!!

Como taurina de raça que sou, após o surto psicótico (surtos, melhor dizendo) da semana passada, retomei minhas demais características astrológico-bovinas e me voltei novamente ao bom gosto generalizado que costuma envolver minha vida. O bom humor crônico voltou. Nada de tirar a ilusão de inocentes advogados recém formados, de pôr medo em pobrezinhas que trabalham com telemarketing, de constatar a toupeirice dos prestadores de serviços supérfluos (se bem que fazer as unhas pra mim é tão necessário quanto respirar) e de implicar com os inevitáveis fofoqueiros de plantão que têm boas respostas na ponta da língua que queimam como fogo a minha úlcera nervosa psicológica (é que não tenho este diagnóstico, embora meu estômago reclame com certa freqüência). Chega de TPM, de passar fome e de calça apertada; o pesadelo acabou.

Levantei no domingo e o sol brilhava. Fiz igual aquele personagem retardado do Bruno Garcia num dos episódios d´Os Normais: bom dia, passarinhos! Bom dia, florzinhas! Bom dia, nuvenzinhas! Bom dia solzinho! Lailinha, bom dia pra você, meu bem! Vem cá abrir seu coraçãozinho pra mamãe! E o Bola rachando de rir da minha cara (e dando graças a Deus por ter sobrevivido a mais uma TPM que felizmente é semestral).

Eu tava num bom humor irritante até pra mim mesma. Como a vida é linda, como a vida é bela, olha que delícia ler o jornal de manhã tomando café e ooooooooops!!! O QUE QUE É ISSO AQUI, MEU DEUS! Eu já tinha visto muita coisa de mau gosto na vida, mas aquela foto no jornal tava demais. Era uma mulher por volta aí dos seus trinta e poucos anos (isso mesmo, nossa colega!!), com uma tarja preta nos olhos pra dificultar sua identificação, segurando em cada uma das mãos um saco enorme cheio de uma gosma meio amarela, meio alaranjada: LIPOASPIRAÇÃO DE BEVERLY HILLS!! VOLTE A TRABALHAR NO MESMO DIA!! SEM COMPLICAÇÕES, SEM DOR!! ATÉ 8 LITROS DE GORDURA!! ANESTESIA LOCAL, SEM NECESSIDADE DE INTERNAÇÃO!! Deus meu, aonde é que nós vamos parar? A menina lá, gordinha ainda (se fosse eu, usaria a desculpa de ainda estar inchada hehe), segurando aqueles dois sacos de banha que deviam ter uns 3 litros cada um, como se fossem troféus!! Aí me lembrei de uma coluna do Miguel Paiva em que ele falava do tanto que era asquerosa uma propaganda e associei a coluna à foto da colega: era dela mesmo que ele estava falando.

Diante de tamanha demonstração de mau gosto da propaganda e de imaginação fértil da minha parte, comecei a me lembrar de todas as propagandas de mau gosto que eu já tinha visto. Obviamente, várias delas incluem baratas. Uma delas era do tamanho de uns quatro out doors e dava pra ver até as pernas evidentemente não depiladas da bicha. Uuuuuuuuuuuuuuiiiiii que nojo!! É claro que tive que passar por este out door 578 vezes, virando a cara e rezando pra não bater o carro. Mas não é que o bicho me persegue? Eu paro atrás de um ônibus e quem está lá estampadinha na traseira do azulzinho? Outra nojenta!! Pior é que aí nem tem jeito. Pelo menos até o sinal abrir e eu poder ultrapassar o busão, vou ter que ficar com aquele bicho medonho me encarando. Fora a kombi da companhia de dedetização que insiste em me acompanhar. Será possível que só eu acho barata um bicho repugnante? Será que tem gente que adora ver foto ampliada de barata? Já não basta o bicho pequeno? Eu me recuso a acreditar numa aberração dessas. Com tanta borboleta por aí!!

Saí pra dar uma voltinha, afinal eu fiquei uma semana quase trancada em casa pra não cometer nenhum homicídio hormonal, e dei de cara com um out door com a propaganda de Jogos Mortais “n”. Lembrei logo de pedaços de pé serrado, gente envenenada sangrando por todos os poros, lâminas e chamas com gente no meio! Credo em cruz. “Bola, vamos prum lugar legal, com gente bonita, pelamordedeus” (acho que o coitado não ousaria discordar depois da semana passada). E lá fomos nós pro shopping das patricinhas de Beverly Hills. Ooops, lembrei dos troféus da colega.

Parece incrível, mas tem coisa pior do que dois sacos de banha!!

Laeticia adora as coisas bonitas da vida, embora realmente não consiga enxergá-las de vez em quando. Tem se esforçado pra controlar seus impulsos e sua ansiedade pra poder enxergar nitidamente a vida maravilhosa que tem todos os dias. Espera só ter outro ataque de TPM daqui uns seis meses.

Eu sei...

Estava distraída quando você chegou trazendo nas mãos (mais lindas que já vi) o Amor. Não o reconheci imediatamente. Fiquei confusa, perdida, até que o percebi em mim. Só podia ser ele, o Amor. Só podia ser você, meu Amor!

O sentimento se instalou e não fui mais a mesma. Hoje eu sei...

Que não há tempo certo para o Amor;
Que mesmo não podendo vivê-lo intensamente, o Amor tem vida, é vida;
Que o tempo passa, mas não afeta um grande Amor;
Que a distância entre nós não altera o Amor que sinto;
Que sou metade sem você;
Que seria mais feliz se minha casa fosse sua casa;
Que saber de sua felicidade me acalma;
Que minha história se divide em antes e depois de você;
Que sou melhor depois de você;
Que te amo além da poesia e das palavras;
Que te amo com fé e força, para além dos tempos.


Angélica acredita no “Grande Amor”.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Aventuras em Série - 1ª Aventura - Janeiro 1974

Anastácia sentada na mesinha do bar com preguiça de pensar, Mary tentando inventar algo pra fazer, Manoel Audaz (o Jipe) esperando, outras pessoas se embebedando e elementos da natureza, a chuva fina de Janeiro.

O ano havia acabado de começar, Anastácia e Mary estavam de férias e literalmente entediadas, ‘Lima Antiga’ em Janeiro e por volta das uma da manhã, definitivamente, não oferece entretenimentos. Após algumas cervejas no único copo sujo da cidade aberto, Mary tem a fatídica idéia – vamos pra ‘Sabarabussu’? – uai, vamos! Pronto, chamaram mais uma amiga, que obviamente aceitou e lá se foram as três no Manoel Audaz, pela estrada de terra, claro, afinal sem poeira não tem diversão. Chegaram a ‘Sabarabussu’ por volta das duas e por incrível que pareça a noite de lá estava mais animada. Encontraram alguns conhecidos e fizeram outros e passaram o resto da madrugada lá. Após fecharem todos os bares e restaurantes, se aboletaram juntamente ao vendedor de cachorro-quente e seu carrinho, que por sinal, também vendia cerveja. Ligaram o som do jipe e esperaram amanhecer, mas não esperavam que a bateria do infeliz do Manoel fosse arriar, arriou. No entanto só Anastácia dirigia, mas ela não sabia fazer o carro pegar no tranco, sobrou pro dono do cachorro-quente, enquanto elas empurravam o Manoel, que até agora não tinha nada de audaz. Pegou! Foram embora. Só não contavam com mais uma idéia de Mary quase chegando em casa – vamos subir o morro da ‘Bela Vista’? – vamos! Tinha chovido, feito lama e, conseqüentemente, grandes lamaçais, na primeira curva Manoel atolou, Mary adorou a diversão, a outra no banco de trás ficou temerosa e Anastácia com preguiça, mas valente, pois sabia que o Manoel Audaz também sairia dessa. Acelerou só um pouquinho, nada, mais um pouquinho, nada, o buraco começou a aumentar e isso não era nada bom – temos que colocar 4x4! – põe aí uai! – alguém tem que sair do carro e mudar a trava na roda, humpf – pisar nessa lama?! Vai chegar até no joelho da gente!!! – tudo bemmmmm eu vou. Lá se foi Anastácia com lama até os joelhos mudar a diaba da tranca. Pronto, entrou no jipe, enlameou tudo, bufou, sentou, pegou o volante firmemente, arrancou, e lá se foram as três felizes da vida, por que lá no fundo amavam a lama, a poeira, as aventuras e o Manoel Audaz que nunca deixou elas na mão.

Dedico este texto às aventuras que passaram, às que virão e, principalmente, a saudade que nunca passará.

Mundinho da casinha

Que delícia esse mundinho da casinha
Esse mundinho que é só nosso
Meu e seu
A gente levanta quando dar na telha, que seja 7, 9, 10 da manhã
Faz o café da manhã juntinhos
Sem se importar com o cabelo desgrenhado ou a cara amassada
Todo aquele nosso sistema matinal funciona muito bem
Um corta o pão o outro passa manteiga
Eu pego os copos você pega os pratos

Que delícia esse mundinho da casinha
A gente passa o dia de pijamas
Debaixo do cobertor vendo aquele filme que já vimos mais de 3 vezes
Mas a gente continua rindo da mesma piada, de novo e de novo

Que delícia esse mundinho da casinha
Onde a gente passa o dia jogando letroca
Batendo os recordes juntinhos
Aprendendo juntos que 'aia' e 'are' são palavras
que 'dia', sempre segue 'ida' e 'daí'
Um time perfeito!

Que delícia esse mundinho da casinha
Onde a gente passa muito tempo na cozinha
Descobrindo que pão caseiro é muito bom
Que fazer quibe não é nenhum bicho de sete cabe
ças
E a combina
ção de taco com moqueca de camarão é a melhor de todas

Que delícia esse mundinho da casinha
Esse mundinho que é só meu e seu...


Apesar de muitas pessoas reclamarem da rotina de um relacionamento, Liz acredita que o 'mundinho da casinha' é muito importante
, pois significa amizade, cumplicidade e também estar feliz com as pequenas coisas do dia a dia


domingo, 25 de novembro de 2007

Outra Realidade

Minha vida andava sendo uma mesmice, as coisas pareciam que não iam progredir. Quando resolvi que ia largar tudo e tentar uma aventura, morar uns tempos na Irlanda, apareceram trabalhos que eu não poderia me recusar a fazer. Não que eu tenha desistido da viagem, só adiei um pouco pra me dedicar a uma coisa que também é diferente de tudo que já fiz até hoje.

Fui cadastrar umas famílias do interior pra poder fazer um projeto de habitações populares no meio rural. Eu, que sempre vivi na cidade, só de ter ido conhecer essas famílias já achei tudo novidade, passei até vergonha quando chamei uma tronqueira de porteira de arame farpado...sabia lá que tinha outro nome??? Também não sabia o que era ingá, agora já até comi um monte!

As famílias que visitei viviam em condições precárias, algumas em barracos que nem banheiro tinham, mesmo assim ofereciam tudo o que podiam pra nos receber bem, quando nem um cafezinho tinha, era água mesmo ou suco da fruta que tivesse no quintal, ganhei coco, ingá, ovo, manga e até jaca, voltamos pra casa praticamente com um frete. Conheci várias figurinhas ímpares, o povo da roça é realmente demais!

Numa das primeiras casas, estávamos procurando um tal de João Carrasco, mais conhecido como Dé, perguntamos onde encontrá-lo e logo nos avisaram que ele estava trabalhando. Subimos um morro pra procurar na lavoura, quando chegamos, lá estava ele, deitado de chapeuzinho na sombra, abraçado a um litro d’água. O chamamos pra descer e pegar os dados pra cadastrar, na roça ninguém sabe número de documento nenhum, primeiro foi um custo pra ele entrar no carro, acho que tinha medo ou vergonha, depois de muita dificuldade pra achar uma pasta com todos os papéis que ele julgava importantes (tinha até certidão de batistério da mulher dele), conseguimos anotar tudo direitinho, aí perguntamos, “onde você vai querer construir a casa seu Dé?”

Ele apontou e disse “ali em cima”. Era no alto de um morro, argumentamos, “mas seu Dé, porque num faz por aqui, onde já é plano, perto da água e da energia elétrica?”.

Ele insistia, “não, lá em cima é melhor que já fico do ladinho da minha plantação”. Nós também insistimos, “mas vai ser uma dificuldade carregar material lá pra cima, e quem vai puxar essa energia lá pra você”, mais que prontamente ele respondeu, “o Lula uai!!”, esse aí vota no Lula quantas vezes ele se candidatar, nem adianta ninguém falar mal.

Só em três dias, visitamos umas 50 famílias. Ouvimos muitas histórias tristes, outras engraçadas, se eu fosse contar todas, teria que fazer uma série de textos, porque são muitas mesmo. O que mais me chamou a atenção é a seca, a maioria dos lugares que visitamos se chamava Córrego de alguma coisa, mas córregos mesmo, sobraram poucos, já eram vários meses sem chuva, quem não pode pagar irrigação, perde tudo, senti sede o dia todo, muito calor e nenhuma sombra naquele lugar. Aprendi muito com essas pessoas, principalmente a dar valor ao que tenho, e tentar ser menos reclamona, toda vez que eu pegar um ônibus lotado, morrendo de calor, espremida que nem sardinha, vou me lembrar que pelo menos quando chegar vou poder tomar um copo de água bem gelada e tomar um banho gostoso dentro de casa.


Louise é uma engenheira da cidade grande, que só foi à roça em algumas férias quando criança, e está tendo a oportunidade de conhecer um mundo totalmente novo e principalmente aprender coisas muito importantes que vai carregar pro resto da vida.


Por quê?

Essa tem sido a palavra que mais tenho ouvido da minha pequena. Nada passa impune. Qualquer coisa, ato ou fato vêm acompanhados da indagação: por quê, mãe?

Muito interessante essa natureza humana. Desde tão pequenininhos já começam a querer entender e conhecer tudo quanto possível.

Isso me fez refletir. E depois, quando crescemos e ficamos cada vez mais atarefados, para onde vai essa curiosidade, essa ânsia pelo conhecimento?

Bem, além de todo conhecimento que podemos passar a vida inteira adquirindo, tem momentos muito importantes que não deveríamos deixar passar sem responder o porquê.

Esses momentos são quando tomamos alguma decisão, ou então quando temos certas atitudes, ou ainda quando nossa auto-estima se abala. Por quê? Por quê estou fazendo isso e não aquilo? Por quê fui tão rude com alguém? Por quê me senti tão mal assim?

São questões que se fossem respondidas nos fariam ter um maior autoconhecimento, saber as diretrizes que nos fariam mais felizes e também nos deixariam mais fortes para enfrentar novos problemas.

Instantes de meditação. E a busca por um eu cada vez melhor.


Professora de educação física e mãe em tempo integral, veterinária não atuante... Fiz trinta anos em 2006. Casada, dois filhos lindos (claro!!!! rsrs). Adoro contemplar o mundo e perceber que existe esperança, beleza, alegrias.


sábado, 24 de novembro de 2007

Não vou colocar título

Apesar da idéia de que devemos dizer mais sim, devemos estar abertas a novos contatos, oportunidades e vivências, é importante (e difícil) (e gostoso) dizer NÃO.

Não precisa ser gritado. Pode ser apenas um balançar com a cabeça.

Pode ter várias versões e níveis de negativa, desde o “não, nem pensar!” até o ameno “vamos ver”. Pode ser dito para os outros e para nós mesmas. Existe uma série de nãos que nós, mulheres multivariadas, em torno da terceira década de vida, deveríamos dar:

- não sou perfeita

- não entendi e nem quero

- não estou nem aí

- não vou ter remorso

- não vou ficar de boca fechada

- não vou fazer hora-extra

- não vou ter vergonha

- não vou perder a academia

- não vou perder o horário no médico por causa do trabalho

- não vou lavar o cabelo hoje

- não pode ser uma bala de troco

- não sei o que vou ser quando crescer e não me preocupo, tenho tempo de descobrir

- não aceito injustiça

- não vou votar na corrupção novamente

- não vou comer fritura

- não sei

- não gosto

- não sou a mulher maravilha

- não agirei contra meus princípios só porque esperam isto de mim

- não concordo

Esta lista é ínfima, mas muito libertadora. Sinta-se à vontade para complementar.


Só para praticar, Renata não escreveu uma pequena autobiografia que normalmente estaria aqui. Talvez no próximo texto ela resolva dizer sim, para variar um pouquinho.


Noite de lua e sombras

Meia-noite, ela anda pelo céu, provocante.

Noite de lua e nuvens.

O que quer mesmo é aparecer e se mostrar e se despir.
Revelar obscena e completamente o que se vê nas sombras de suas entranhas.
Provocar, alarmar, despertar os bichos e as nossas feras.
Mas ela se esconde, como nós.

Recruta nuvens escuras que lhe emprestam mistério, camuflam sua aura de fragilidade e escondem sua nudez, como nós.
Não sabe o que quer, mas segue lançando raios por cima das sombras.
Assim garante nossa fascinação e olhares permanentemente em sua busca.
E é assim que ela se protege, como alguns de nós.

Na penumbra ela permite que lobos em pele de cordeiro saiam à caça.
Pêlo branco e voz suave sabem dizer o que se quer escutar, quase convencem, quase chegam à distância para um ataque.
A lua, entediada, resolve se divertir, sopra a nuvem e ilumina o pasto.
A ovelha vê fortuitamente uma pata preta do lobo, e recua desconfiada.

A lua, maliciosa, libidinosa, curiosa, trás de volta a sombra.
Lá vai ovelhinha, prestes a se render a uma ilusão planejada novamente.
O lobo, com o ser branco, frágil e imaturo à sua frente, pensa em se aninhar ao seu lado, ter com ele o seu calor, e quase se arrepende.
A lua, entediada, ao vê-los confusos de quem é quem, é quando mais se diverte.

Todo mês ela questiona se sou lobo ou ovelha, antes do jogo começar.
Hoje, do outro lado do mundo, a lua será a mesma que nesta noite me provoca.
Não me deixa esquecer que, como ela, nós nos levamos para onde vamos.
Seremos os mesmos por aqui ou por lá. Ovelhas e lobos ao luar.

Meia-noite e ela alta pelo céu.

Noite de lua e sombras.


Gisele Lins, em dias em que inspiração pouca é bobagem. Apelou até para a lua, mas não foi muito feliz. Escreve (pelo menos tenta) aqui aos sábados.


sexta-feira, 23 de novembro de 2007

O que queremos e o que nos é dado...

Esta semana esse texto foi escrito em plena segunda-feira. E você aí pensando... E o que tem isso de extraordinário, hein? Bom, pra começo de conversa tem que eu sempre mando o texto no limiar do esporro da Cecília – auto-intitulada ditadora nojenta que mantém a mulherada na linha na base da chicotada mesmo – justamente porque eu só escrevo o texto no último minuto. A vida em cima da hora seria o título do livro sobre minha vida.

E você pensando mais uma vez: tá, e o kiko? Paciência, jovem. Já vou explicar.

Este texto foi escrito com antecedência porque nos últimos dois dias eu estava trabalhando na capital deste país. Sim. Lá mesmo. No antro. Na toca da raposa. Cidade altamente concretada e seca. Uma beleza.

E daí que você não entendeu bulhufas do que eu estou escrevendo, hein?

É que é o seguinte...

Eu nunca soube exatamente o que eu queria fazer na vida, sabe?

Sou filha de uma artista, até que gostava de estudar, já quis ser médica e publicitária, mas sou farmacêutica. O lance é que eu sou farmacêutica porque meio que foi a única faculdade que eu passei, entendem?

Pois é. Triste mesmo, mas fazer o que? A vida é assim.

Daí que foi nesse meio tempo entre sair da faculdade e chegar ao Ministério da Saúde (ah, tá, podem parar de rir agora... pelo menos eu tenho um sonho plausível muito melhor do que o Gianecchini, não é?) que eu conheci a Débora.

A Débora, esta mesma que escreveu ontem aqui, sempre soube muito bem o que ela queria da vida. E ela tinha tudo planejado. E apesar das curvas serem diferentes agora, ainda acredito que a estrada que ela trilha é a mesma que ela tinha em mente e o objetivo final está lá, intocado.

E eu ali, do lado dela, pensando o tempo inteiro: “Como é que ela consegue? Como é que dá para ter tanta certeza de alguma coisa? Como, meu deus, se eu nem sei o que eu quero fazer no natal?”

Mas esse texto não é sobre a Débora. É sobre mim, certo? Sobre como eu sou perdida quando o assunto é planejar a minha vida. Acho que no fundo eu nunca nem tentei fazer algo parecido com isso. As coisas na minha vida sempre acontecem do nada. Simplesmente se jogam na minha frente. Assim, sem eira nem beira.

É isso que está acontecendo agora. Sem querer, eu consegui um emprego bacana, onde tenho liberdade para aprender o tempo todo. Tá, obvio que ainda to muito longe ficar rica, mas não existe jeito melhor de aprender do que meter a cara. E foi isso que fiz esta semana em Brasília. Meti a cara mesmo. Se vai dar certo, quem saberá?

O importante disso tudo é que a partir de hoje o meu objetivo está mais claro. Aproveito o espaço para lançar minha campanha. Para 2012 – Milena como Ministra da Saúde.


Milena é brasileira, 29 anos, farmacêutica, de boa índole, inveja a Angelina Jolie e se estivesse ao lado do Brad Pitt até encararia a luta pela paz mundial. Escreve aqui às sextas.

Amante, namorada e Sábia Mahara

Bom, como mulherzinha que eu sou, eu adoro ler bobagem em site de mulherzinha. Entre minhas preferidas estão a coluna da Meg Riot na TPM e o Banheiro Feminino. No Banheiro Feminino tem o Tio da Limpeza, que dá respostas às cruéis dúvidas femininas de forma um pouco mais escrachada que a Meg, e a Sábia Mahara (infelizmente não tem como linkar aqui) responde de forma leve e divertida também. Uns dias atrás passei muito tempo rindo das perguntas e respostas que a Sábia Mahara dá, mas uma coisa sempre me chama atenção quando estou rindo... Da forma engraçada dela responder as perguntas, normalmente tem um bom senso nas respostas que faz com que mesmo na brincadeira aquilo deva ser levado a sério. Sabe aquelas coisas que a gente precisa ouvir? Tipo “Desencana, esse cara não quer saber de você”, ou “Ele quer te comer e sumir. Se sua única intenção for dar e se divertir, vai fundo.”

Mas o que me chamou mesmo atenção nas várias cartas e dúvidas foi a quantidade de mulher que escreve “Sábia Mahara, tenho um namorado casado...”A Sábia (e como é Sábia, rs) Mahara começa a resposta dizendo “Você não é namorada dele, é AMANTE”. Vocês não tem noção, são realmente muitas mulheres que julgam que seus amantes casados são namorados realmente. Poxa, na minha modesta opinião, um namorado é aquele cara que faz as coisas com você, anda de mão dada, frequenta sua casa, você frequenta a dele, fazem planos, passam datas importantes juntos... Aquele cara que quer te dar uns pegas no canto do escritório depois do expediente, com quem você encontra num motel suspeito (cada um no seu carro, claro), que não vai passar Dia dos Namorados com você, que você tem que fingir que é um mero conhecido (ou desconhecido, em alguns casos), é sim SEU AMANTE, não seu namorado! E não me venha com essa história de “ser amante é melhor porque só fica com o lado bom” porque nunca é bom não poder contar pras pessoas que está apaixonada, que ama e é amada (neste caso, será que é mesmo?), de não poder fazer programinha bobo como ir ao cinema de mão dada e comer sorvete ganhado na boca.

Bom, acredito que existem dois motivos que podem levar uma mulher a se submeter a este tipo de relação destrutiva e degradante. O primeiro deles é amor, afinal, a gente infelizmente não escolhe quem ama. Neste caso, se ele também te ama (afinal ter um compromisso não impede ninguém de se interessar por outra pessoa; a medida do caráter dela tem a ver com como se lida com a situação) e se ele realmente está infeliz do lado da “mulher doente com quem não tem vida de casado mais há muito tempo e continua junto por pena e por causa das crianças”, ele não vai deixar escapar a chance de ser feliz do seu lado. Agora, se ele não te ama a ponto de te assumir, faça-se um favor: ame-se mais e vá procurar alguém que te mereça! Eu sei que é difícil mas não impossível. Ser amante (e não namorada) neste caso só vai machucar você, a esposa e eventualmente até os filhos. Quem vai se dar bem é só o safado.

Já o segundo motivo acho mais delicado, porque neste caso envolve mesmo mulher (com o perdão da palavra) vagabunda. Aquelas que não podem ver uma aliança que já se jogam pra cima do que “pertence” a outra. Aquelas que saem de uma relação com um homem casado e já procuram outro casado. As que não podem ver uma família bem estruturada que querem, pra inflar seu ego, colocar aquilo tudo a perder. Não colocam na cabeça que a diversão delas custa sofrimento a outras pessoas. Não estou falando que o homem que trai é um pobre coitado seduzido não, aliás, quem jurou respeito e fidelidade à esposa foi ele, e não as outras mulheres. Mas poxa, custa escolher no meio de tantos homens leves, livres e soltos? Tem mesmo que mirar no comprometido? Talvez essas mulheres só entendam o sofrimento que elas provocam quando por algum milagre o cara realmente larga a família, casa com ela e ela passa a ser a chata reclamona que vai levar um galho na cabeça assim que outra espertinha resolver ciscar na área dela. Neste caso muitas vezes ela jura que o casamento dela é um conto de fadas, ou, na pior das hipóteses, que pode estar mal das pernas mas que tem, sim, jeito de ser reestruturado, afinal, ela ama, julga que ele ama e com amor tudo tem conserto.


Sisa, 28 anos, solteira, tem esperança de um dia ter um casamento bacana, com amor e respeito, mesmo sabendo que nem sempre é um mar de rosas. Não julga as apaixonadas que caem na lábia de um casado safado, mas realmente despreza as invejosas que só acham graça em um homem se ele estiver acompanhado.


quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Boteco

Belo Horizonte é a capital brasileira que tem o maior número de botecos por metro quadrado, considerando qualquer estabelecimento comercial que venda algum tipo de bebida alcoólica. E eu, particularmente, acho isso o máximo!

Troco qualquer boate por um boteco. Adoro boteco! Ontem por exemplo, estava num boteco no Sion, supostamente assistindo o jogo do Brasil, que era mesmo uma desculpa pra tomar uma cervejinha bem gelada... e engraçado, que mesmo sendo BH, encontrei alguns conhecidos, assim, sem planejar! E é simples, é só puxar uma cadeira e pedir mais um copo lagoinha!

Adoro também todas as brincadeirinhas que se fazem numa mesa: mágicas com baralho, purrinha, flores e coração de guardanapo e a preferida: torre de copos!!!

Bh não tem mar... tem BAR!


Fafá: "Ânsia de vida". É a melhor expressão pra me definir. Eu, que sempre quis rodar o mundo, respirar a vida em cada canto do planeta, viver cada segundo da existência, sem dormir nem descansar. Tenho tendências ciganas, mas estou prestes a me fixar no meu porto seguro, com meu amor, na minha casa. Mesmo assim, prometo continuar vivendo intensamente todos os dias. 24 horas non stop.



Insônia

Você já percebeu que os seus problemas, sonhos e ansiedades diante a vida adoram borbulhar na sua mente sempre na hora de dormir?

Noite passada foi assim, eu não via a hora de chegar em casa e poder descansar, tomar aquele banho, colocar as pernas para o alto, depois deitar na cama e dormir bem gostoso...

Tudo saiu conforme o planejado até o momento de deitar na cama, porque o dormir e ainda acompanhado por gostoso, ficou meio difícil.

Os pensamentos dos mais variados possíveis vieram como um turbilhão, tipo as cataratas do Iguaçu. Então, tentei várias vezes desviar meu pensamento para um pasto verde, cheio de carneirinhos brancos, gordinhos e fofinhos, mas não adiantava, o turbilhão ainda era mais potente!

O que é pior nessa situação é olhar ao lado e ver que meu marido já estava no 10º sono, deu vontade de acordá-lo para conversar, pra ver se as horas passavam mais rápidas e o sono vinha, mas maldade tem hora e definitivamente de madrugada ninguém merece!

Comecei a ficar apavorada, porque com o turbilhão veio o pensamento de que teria que acordar cedo no outro dia e que ele certamente seria cheio de trabalho! Tentei me concentrar e nada! Levantei, tomei uma água (pra ver se relaxava) e nada! Liguei a televisão, desliguei, voltei para a cama, virei de um lado e do outro e nada! E assim permaneci por mais algumas horas e o turbilhão não se cansava nunca...

Até que quase amanhecendo, peguei no sono e quando estava no melhor dele, advinha? Toca o despertador! Coloquei mais 15 min, mas não tinha jeito, tive que levantar parecia que estava colada à cama, mal tinha forças para abrir meus olhos, levantei cambaleando de sono, fui para o chuveiro pensando: Você consegue! Consegui, fui trabalhar!

Agora, você há de convir comigo que pior que a uma noite de insônia é o outro dia! Todos te perguntando o porquê da cara inchada e seu estômago ardendo de gastrite de tanto tomar café na tentativa de se manter acordado!


Débora felizmente não sofre de insônia crônica, mas este mal insiste em bater à porta do seu quarto em alguns dias do ano.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Bala Perdida Atinge Português

Não se assustem! Isso não é um folhetim diário e não vou noticiar que o Manoel da padaria foi morto após uma troca de tiros entre policiais e traficantes no morro. O assunto deste texto é como o termo bala perdida agride a Língua Portuguesa. Afinal,. Bala perdida tem o sentido de desperdiçada, que não atingiu o alvo pretendido e foi perdida.

Acontece que, no nosso “extenso” vocabulário, nos acostumamos a usar “bala perdida” como aquela que, num tiroteio; seja entre policiais e bandidos, ou somente entre bandidos para delimitar seus domínios; se desviou de seu alvo e atingiu algum cidadão inocente, que não fazia parte da história até aquele momento.

Logo, o pobre do cidadão, que ia para o trabalho, ou que estava em sua casa, morreu atingido por uma bala que não era para ele, a tal “bala perdida”. O que significa, literalmente, que alguém desperdiçou munição com o alvo errado! Perdeu a bala!

Oras, e isso não é dar mais importância à bala do que à vítima?! E o pior é que, nos noticiários de televisão, quando se fala de um acontecimento desses, muitas das vezes a vítima nem é descrita pelo nome. O repórter limita-se a dizer que “uma dona-de-casa foi atingida por bala perdida em tiroteio no morro”! Ou então diz que “um estudante foi alvo de bala perdida num assalto a banco”.

Ou seja, além de assassinar a Língua Portuguesa, a “bala perdida” do texto jornalístico desumaniza a notícia, fazendo descaso das vítimas dessas tragédias.


Tânia respeita e adora a Língua Portuguesa!

Quando se retirar é a melhor estratégia

Às vezes eu me pego envolvida em algumas situações que parecem um atoleiro. Quanto mais eu tento avançar, mais eu afundo e não consigo me mover. Acabei constatando que, nessa hora, o melhor é recuar...

Adianta permanecer no meio do furacão? Se machucar? Ficar doente? E, pior que isso, não perceber que, às vezes, para resolver uma situação, é melhor se afastar e olhá-la como um todo? Pois é, permaneci em uma situação assim por um longo tempo, até atingir meu limite. Nessa hora, eu me afastei...

Quando eu me retirei da batalha, dei férias para mim do meu problema, pude ver com clareza alguns pontos importantes: meus sentimentos em meio à bagunça; possíveis estratégias para resolvê-la; sacrifícios a serem feitos; e, principalmente, pude avaliar se todo o esforço que viria pela frente valia a pena (será que resolver o problema era o que me faria feliz?).

Após pensar com a cabeça, sem tomar outra decisão errada com as emoções à flor da pele, pude enfim me decidir. Por mim, e não por outra pessoa, pelos meus ideais, pelos meus sentimentos e pela minha felicidade, resolvi me empenhar e tentar desatar o nó uma última vez!

Espero que dessa vez eu consiga! Mas se não der certo, sei que fiz o melhor e, quando olhar para trás, não me arrependerei pelo não tentado! Assim poderei viver em paz, independente do final da história.

Até a próxima!


Paula estava cansada de tentar, mas viu que enquanto houver esperança e não exaurir todas as possibilidades, não poderá seguir em frente. Espera voltar quarta que vem mais feliz!



terça-feira, 20 de novembro de 2007

Intolerância em Quatro Atos

Primeiro Ato – A Entrevista

Nove da manhã, chego ao escritório e me preparo pra entrevistar um candidato a integrar nossa equipe. Antes de continuar, preciso dizer que o mundo jurídico é cruel, não tem essa de carteira assinada, férias e 13º salário. O cara é associado, com todas as desvantagens de ser autônomo e de ser empregado. Mas fazer o quê? É assim que funciona. E é assim que a gente aprende que precisa andar com as próprias pernas ou se mostrar bom o bastante pra virar sócio. Aí a história pode ficar bem diferente. Voltando à entrevista, chega o rapazinho: 22 anos, acabou de pegar a carteirinha da OAB (conta isso como se fosse vantagem, e não obrigação de quem pretende ser advogado), fala inglês e arranha espanhol. CV default: nada demais, nada de menos. E seu português? Pergunto eu (uma das minhas maiores dificuldades tem sido encontrar pessoas que saibam que um texto tem que ter início, meio e fim e que saibam conjugar verbos no infinitivo)? O rapazinho me responde que escreve muito bem, já que lê o jornal todos os dias há mais de um ano. Escondi minha cara de asterix e informei que ele seria submetido a um teste de conhecimentos, expliquei o caso e pedi que ele elaborasse uma defesa. Era coisa simples, mas o que importava realmente não era a defesa, era a redação. Duas horas depois, enquanto eu via minha língua ser massacrada a cada linha (parágrafos com mais de 10 orações, sem um ponto sequer; a cada pausa pra respirar, uma vírgula; verbos utilizados pra significar outras coisas; só faltou nós vai, nós semo, nós fumo), ele começou a me perguntar sobre salário, carteira assinada, férias, 13º salário, só faltou perguntar de licença maternidade. Antes que eu respondesse, falou que era um absurdo estes escritórios que não assinam carteira (ou seja, todos), blá blá blá. Interrompi minha leitura e soltei: MEU FILHO, DEIXA EU TE EXPLICAR UMA COISA. VOCÊ SABE QUE A CARGA TRIBUTÁRIA DESTE PAÍS COME APROXIMADAMENTE 45% DE TUDO QUE É PRODUZIDO? VOCÊ SABE QUE COMO O GOVERNO NÃO VAI MUDAR ISSO, AS EMPRESAS TÊM QUE SE VIRAR PRA CONTINUAR PRODUZINDO? VOCÊ SABE QUE A LEI DE DARWIN AINDA TÁ VALENDO E COM CERTEZA COM MAIS FORÇA? Aí, o menino: Lei de Darwin? E eu: SIM, LEI DE DARWIN!! OU VOCÊ SE ADAPTA AO MERCADO DE TRABALHO OU ESTÁ FORA!!!

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Segundo Ato – A ONG

Amanhã é feriado, pensei, ótimo dia pra ver aquele filme de três horas que eu tô doida pra assistir. Convenci meu marido que estávamos cansados demais pra ir pra rua e que bacana mesmo seria assistir O Julgamento de Nuremberg. Ficamos vendo o filme até 03:00h da madrugada. Ficamos, quero dizer, eu fiquei, porque ele já tava roncando antes do meio do filme. Fui dormir feliz que ia poder dormir até acordar no outro dia. Doce ilusão. Acordei antes de 09:30h com meu marido me chamando: Gatinha, tem uma Simone do TRF querendo falar com você. TRF? TRF? (*) Meu Deus, que pesadelo! Prenderam algum cliente meu!! Atendi na hora, quase infartando. Aí ouvi: “Bom dia, senhora, aqui quem está falando é a Simone da LBV!!” LBV, vocês estão me entendendo? LEGIÃO DA BOA VONTADE!! Aquela mesma que não aceita doação em gênero, só em espécie. “Senhora, estamos fazendo uma campanha por telefone, embora saibamos que hoje é feriado, pra angariar fundos para comprar o remédio x para a senhora fulana que tem 97 anos e não tem família, está desamparada...” ESPERA AÍ, MINHA FILHA!!! VOCÊ ACHA QUE VAI PASSAR INCÓLUME ASSIM POR INTERROMPER O SONO DOS JUSTOS?!! Já perguntei logo qual remédio que era aquele que meu marido era médico e podia conseguir amostra grátis. A infeliz da Simone me respondeu que o médico da dona não permitia que ela tomasse remédio genérico!! PRA CIMA DE MOI, MINHA FILHA?!! EU QUE TRABALHO IGUAL UM BURRO DE CARGA SÓ TOMO REMÉDIO GENÉRICO QUE É MAIS BARATO, PORQUE É QUE UMA DONA QUE PRECISA DA CARIDADE ALHEIA NÃO PODE TOMAR?! Tu tu tu tu tu Acho que a Simone ficou com medo de mim.

(*) Tribunal Regional Federal

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Terceiro Ato – O salão

Pode parecer absurdo, mas toda semana eu arranco daqui de Belo Horizonte pra fazer unha em Nova Lima. Tenho certeza que Deus, quando criou Nova Lima, pensou: é o fim do mundo, mas é aqui que as duas únicas manicures decentes do mundo viverão. Dito e feito. E lá fui eu sexta feira fazer as unhas e de quebra colocar ração pros gatos da minha mãe que estava viajando no feriado. Tô eu lá sentadinha com as quatro patas de molho quando caiu uma coisinha minúscula no meu colo. Achei que era uma sujeirinha, dessas tão pequenas que o vento leva. A sujeirinha andou. Pensei: será mesmo que a sujeirinha andou? Daí a pouco, outra sujeirinha, desta vez na minha perna. Andou e fez cócegas! Pensei: preciso de férias, estou sentindo cócega de poeira em mim. Mais alguns segundos, caiu outra, só que no meio dos meus peitos!! E aí, não só caiu e andou, como me mordeu também!! Dei um grito e a manicure falou: %%¨#&¨esses PIOLHOS DE POMBO não vão acabar nunca com a dedetização porca que a dona mandou fazer aqui!! COMO ASSIM PIOLHO DE POMBO?! Chamei a dona: Fu-la-nááááá!! Fulana, minha filha, como é que você, dona e proprietária do salão que tem as únicas manicures decentes do mundo e da Paraíba me deixa o salão infestar de PIOLHO DE POMBO?! Tem que dedetizar tudo por aqui. E ela: Pois é, meu bem, mandei dedetizar tudo, menos o forro, já que lá ninguém usa mesmo. Não consegui esconder minha cara de asterix dessa vez: Fulana, minha filha, raciocina comigo; eu sei que é um esforço sobre humano, mas tente. Se você está num lugar grande e passa um caminhão jogando fumaça por todos os cômodos, menos um, pra onde é que você vai? E ela: pro cômodo que não tem fumaça, oras. E eu: ENTÃO PORQUE É QUE VOCÊ ACHA QUE O PIOLHO DE POMBO VAI FAZER DIFERENTE?!!! A resposta: sabe que eu não tinha pensado nisso? Eu não sabia, mas os piolhos de pombo deviam saber!

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Quarto Ato – A Casa

Cheguei na casa da minha mãe com minhas lindas unhas vermelhas (Gabrielle duas camadas) pra colocar ração pros gatos. Sabe quando você sente alguma coisa no ar? Eu senti. Infelizmente não era ladrão. Quando abri a porta, quase desmaiei com o mau cheiro que vinha de dentro de casa!! Quase corri e chamei a polícia: devia ter um cadáver em decomposição lá dentro. Ainda bem que não era de ninguém da minha família, já que tava todo mundo fora. Passou a náusea e comecei a ver tufos de pêlo branco e preto espalhados pela casa. O chão da sala parecia ter sido palco de brinquedo do Wolverine, de tão arranhado que estava. Aí (eu ainda estava paralisada pelo mau cheiro na soleira da porta), eu vi a catástrofe, ou melhor, o início dela: tinha cocô de gato espalhado pela casa inteira!!! Menina, já viu coisa mais fedida que cocô de gato? Não tem. Aliás, tem, cocô de vários gatos. Era esse o caso. Parece que algum gato vira lata entrou em casa pra roubar comida dos gatos mimados da minha mãe, brigou e resolveu se vingar praticando atos de vandalismo. Borrou a casa inteira. Chão, parede, corrimão, sofá. Minha vontade foi de dar as costas e sair correndo. Mas minha educação não me permitiu ver tamanha imundície e ficar inerte. Vão-se as duas camadas de Gabrielle, mas fica limpa e cheirosa a casa. Ou no mínimo menos fedida. E dá-lhe balde, água, detergente, água sanitária, desinfetante, rodo e pano de chão. Duas horas depois a casa estava novamente habitável. E Gabrielle já havia dito adeus. Pus a ração, troquei a água dos bichos e já ia indo embora, quando percebi que um vagabundo que fica de plantão na porta lá de casa dando notícia da vida de todo mundo estava me olhando desde o início da faxina. É o que que é Fulano, nunca viu faxina não? FAXINA JÁ, NUNCA VI FOI UMA ADEVOGADA COM A UNHA TÃO FEIA!!!


Laeticia admite que anda muito estressada mesmo, mas que todo o stress piora bastante quando seus hormônios estão em ebulição. Definitivamente TPM devia ser excludente de ilicitude!!


Coisas de Noel...

Estamos quase lá, no Natal!

Logo depois do dia das crianças, quase no dia seguinte, os enfeites de natal já começam a aparecer no comércio, tanto para venda como decorando as lojas e shoppings. É lindo ver aquelas árvores de natal imensas nos shoppings, cada uma decorada de uma forma diferente para atrair as crianças e os pais também. Nesse ano já tem uma árvore que fala com as pessoas, vejam só! Não basta o Papai Noel falar, a árvore também tem de falar, o que será que ela fala? Mas o meu tema de hoje não são as árvores ou a decoração, é o Papai Noel. Ou melhor, aqueles velhinhos, em sua maioria, simpáticos, que se prestam ao papel de Noel todo Natal.

Não deve ser nada fácil encarnar o Noel, principalmente nos shoppings. São, praticamente, dois meses de trabalho intenso, falando a mesma coisa o tempo todo, sorrindo para as fotos o dia inteiro e mais algumas dificuldades que eu imagino:
• será que o bom velhinho tem hora marcada para fazer xixi?
• aquela roupa deve esquentar pra burro!
• deve dar um trabalho danado cultivar uma barba durante todo o ano e, pior, cultivar uma barriga (isso vale para os autênticos);
• não deve ser fácil para o Noel conviver com aquelas belas moças (mamães Noel) usando saias curtinhas e ainda ter de se fingir de “bom velhinho”,
• como será competir com a árvore falante?

Um caso especial é o relacionamento com as crianças. O que fazer quando:
• a criança olha o Noel, berra de pavor e fica 17 min chorando?
• a criança olha o Noel, olha, olha tentando descobrir que bicho é aquele...?
• a criança puxa a barba do Noel e a barba é falsa?
• a criança puxa a barba do Noel e a barba é de verdade?
• a criança diz para o Noel que sabe que ele é Noel “pirata” e não “de verdade”?
• a criança quer que o Noel se sente no colo dela para a próxima foto?
• a criança quer que a mãe dela sente na outra perna do Noel para a terceira foto?
• a criança quer que o Noel peça para a árvore calar a boca?

Enfim, os Noéis de plantão devem ter muuuuuuita história pra contar. Histórias engraçadas, constrangedoras, emocionantes, surpreendentes.... Mesmo que alguns deles não saibam, eles exercem um papel de união, alegria e paz na vida de muita gente que não vive isso durante o resto do ano. E só isso já deve aumentar, e muito, a possibilidade de uma vaguinha no céu daqui uns anos, imagine agüentar uma árvore falando o dia todo... Isso é que é provação!

Angélica observa os Noéis todo Natal. Acha-os simpáticos e pacientes. Claro! Se não fossem não poderiam ocupar o mesmo espaço que a árvore falante.
Escreve aqui às terças.



segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Pessoas

Posso dizer que tenho conversado com pessoas, das formas mais inusitadas às mais comuns, pessoas que nunca havia visto antes, pessoas que sempre tive vontade de me aproximar e também aquelas que do nada começam a conversar com você sabe Deus porque. Todas essas conversas têm algo em comum - a troca - e percebi que em todos os tipos de relações me pareceu serem as experiências sempre melhores quando se tem desprendimento, quando não se espera nada, completamente livre de expectativas. Tudo o que se recebe já é alguma coisa, independente do que você fez ou deixou de fazer; e aí é que está a dificuldade de nos relacionarmos, alcançar o desprendimento.

Estamos sempre esperando, acreditamos que fazemos favores, cumprimos obrigações e responsabilidades, assumimos a culpa, damos presentes por que gostamos e queremos e não por que esperamos, mas de certa forma, lá no “fundo do nosso ser”, em algum momento, aguardamos a troca e, se ela não vem, nos frustramos. E o ciclo de convivências gira, às vezes mudamos de melhor amigo, outras dispensamos o inimigo, mas as expectativas continuam. Talvez seja por isso que início de amizade, de namoro, do que for, é sempre mais leve, por que não esperamos, apenas recebemos o que vier e aceitamos sem exigências.

É ainda acredito que um dia aprenda, a arte do budismo, a arte de não desejar, não esperar, de parar de pensar que se precisa de algo, usualmente, material, para ser mais feliz; espero que um dia aprenda a simplesmente gostar das pessoas por serem pessoas do jeito que elas forem, sem tirar nem pôr, pessoas.


Silvia em alguns momentos muito materialista, em outros, desprendida, mas ainda esperando demais das pessoas.



domingo, 18 de novembro de 2007

Medo do futuro?!?!

Geralmente eu não sou uma pessoa que costuma ter medo do futuro, ou quando tenho, costumo encara-lo numa boa. Mas agora não está sendo tão numa boa assim...

Daqui alguns meses termino meu doutorado, e isso é ótimo, tudo que a gente quer é entrar nele e conseguir sair e de preferência com um diploma na mão. E aí entra a grande questão: O que fazer da vida??

Concurso no INPE raramente tem vaga na nossa área e quando tem, ela já tem um dono pré determinado. Uma boa oportunidade seria conseguir um emprego como professora em uma universidade, ai a gente pensa: “beleza, deve ser fácil já que o que não falta nesse país é universidade”. Mas não é bem assim...

Geralmente as universidades gostam de contratar o número mínimo de mestres e doutores que o MEC exige e depois completam o quadro com outros profissionais, já que o salários para doutores é bem mais alto. Com isso, muitas vezes é preciso ocultar do currículo que se tem um título de doutor. Isso simplesmente me revolta! Outra coisa é que como muitas universidades estão concentradas no sudeste do Brasil, aqui é mais difícil conseguir um emprego, já que tem um monte de profissionais espalhados por ai e mesmo os que estão empregados não estão tão seguros assim, já que conheço alguns professores com mais de 15 anos de carreira que estão sendo mandados embora para contenção de despesas.

Com tudo isso, resolvi mandar currículos para todo o país, incluindo a região norte e nordeste onde dizem ser um lugar mais fácil de se conseguir uma vaga. Já mandei quase 100. Aí, outra coisa que me revolta, é receber resposta perguntando: “você não tem experiência profissional??”. E então minha vontade é responder: “como posso ter experiência profissional se sai da faculdade direto para o mestrado e depois, direto para o doutorado e era financiada pelo governo para me dedicar EXCLUSIVAMENTE à pesquisa??”.

Bom, por tudo isso, estou com medo do futuro... medo de não conseguir um emprego, medo de conseguir um emprego somente no norte ou nordeste e com isso ter que ficar tão longe da minha vida atual e de tudo que faz parte dela, desta vez sem data certa para voltar, medo do novo... mas a vida é assim...


Vivian não costuma muito ter medo de enfrentar a vida, mas está sendo diferente dessa vez...

Festa Anos 80 (Laetícia, não tive a sua sorte)

Após ver anunciada uma festa com bandas tocando rock dos anos oitenta me animei. Coisa que não tem sido muito comum ultimamente, já que para passar a noite fora com o maridão, dependo dos meus pais cuidarem dos meus rebentos.

Bem, tudo acertado, lá fomos nós.

A boite em que seria o show tem um bar anexo, e dependendo da consumação, o que confirmamos assim que chegamos, a entrada não precisaria ser paga. Os problemas começaram quando pedimos a conta: sem qualquer constrangimento o garçom avisou que conforme resolução do dono, naquele dia a entrada deveria ser paga! Como eu já tinha o meu ingresso, que ganhei, resolvi engolir o sapo e pensei: a festa vai ser boa, a gente vai se divertir.

Entramos. Ambiente sem ventilação, muita fumaça de cigarro e... Nada de som! Aguardamos, nem tão pacientemente assim, por mais de uma hora. Quando finalmente o som foi ligado percebemos que banda mesmo, não começaria tão cedo. Esperamos mais meia hora. E, finalmente (!), DESISTIMOS. Tempo e dinheiro jogados no lixo. Falamos ao gerente e reclamamos a falta de respeito. Que aquela tinha sido a primeira e última vez que fomos ali.

Depois de tudo, mais de duas horas da madrugada, ficamos refletindo sobre o que se passou. Além de toda a falta de respeito, o que mais me espantou foi a passividade de todos.

A juventude alheia a tudo, sem qualquer iniciativa ou força para exigir respeito.

Um triste retrato da realidade em que vivemos...


Aline – não perde as esperanças, mas não tira a pergunta da cabeça: onde ainda vamos chegar?

sábado, 17 de novembro de 2007

Acidentes de percurso e escolhas

Uma semana me distancia de um acidente de automóvel.

Foi coisa simples, e Papai-do-Céu, meu grande ídolo, não permitiu que nada, além de danos materiais, acontecesse a nenhuma das cinco pessoas envolvidas. Porém, os intermináveis segundos em que o carro girava pela rua visitaram meus pensamentos mais vezes do que eu esperava nesta semana e não me deixaram desacreditar que um evento como este, não venha desprovido de um significado.

Tem sido uma batalha braba, pois eu e meus pensamentos já andávamos muito ocupados e sensíveis com buscas de significados. Então, os “E se...” de ontem e os de hoje se misturaram. Aqui resolvo sepultá-los para que parem de brigar entre si e antes que me enlouqueçam.

E se eu tivesse morrido hoje número um. Eu teria me arrependido por, tantas vezes, ter dado ouvido a este diabinho que de vez em quando aparece na minha vida e me trás uma coceirinha, que logo vira a comichão do “quero algo mais” e que me leva a virar tudo de pernas para o ar, abandonar sonhos já meio mofados, mudar de cidade, de objetivos, deixar para trás tantas coisas e recomeçar, sem ter bem a certeza de que a missão anterior foi cumprida. Cada vez que eu o escutei, eu tirei os olhos dos momentos mágicos por serem simples da vida: o sentar no chão com amigos de muitos anos, a cumplicidade que só pode surgir em relações cultivadas, a segurança do que se conhece (uma cidade, um trabalho, um amor) e a tranqüilidade que trás o não querer demais.

E se eu tivesse morrido hoje número dois. Eu teria me arrependido por, tantas vezes, não ter dado ouvido a este mesmo diabinho. Cada vez que eu o escutei ele me pegou pela mão e me mostrou lugares que eu nunca imaginei, onde eventualmente escolhi ficar por lá, deixando para trás tantas coisas e recomeçando. Conheci novas culturas, trabalhos, paisagens e novas pessoas (o que de todos os tipos de “novo” que se apresentam é sempre o que mais me encanta). Descobri que palavras como frio, vento, amizade, saudade, solidão, tesão e amor podem representar coisas muito diferentes de um lugar para outro (e de uma “eu” para outra). Escancarei-me para os inputs deste mundão que sempre me trouxeram novos parâmetros para seguir escolhendo o que eu sou, na base do abraço, ou da pancada. Dei um passo após o outro, colhendo a mágica das coisas frescas e novas na vida, mas nem sempre estes passos foram para a mesma direção, o que me fez às vezes olhar em volta e ter a impressão de ter andado um pouco em círculos.

De fato não me arrependi até hoje de nenhuma das escolhas que fiz na vida, mas quando passo a ver o futuro com os olhos de “se eu tivesse morrido hoje” é justamente nas escolhas (e seu risco, incerteza, mágica e frio na barriga inerentes) que me aperto.

Muito cedo a Raposa e o Pequeno Príncipe me ensinaram que “Somente com o coração nós podemos ver com clareza. O essencial é invisível para os olhos”, então, Papai-do-Céu, eu sei que já é abuso da minha parte, mas já que Tu me tiraste desta, por favor, dá um jeito de aguçar a visão do meu coração pra eu poder continuar bem.


Gisele Lins escreve aqui aos sábados. Neste sábado, em especial, é imensamente grata por estar viva.



Jeitinho Brasileiro

Depois de ler o texto de Sisa 'Se dei bem' fiquei completamente inspirada pra escrever um pouco sobre o assunto também... É engraçado ver como nós brasileiros somos tão orgulhosos do nosso 'jeitinho brasileiro', mas o que significa realmente esse 'jeitinho brasileiro'? Em uma rápida procura pelo google achei : 'Jeitinho é uma forma de navegação social tipicamente brasileira, onde o indivíduo utiliza-se de recursos emocionais – apelo e chantagem emocional, laços emocionais e familiares, etc. – para obter favores para si ou para outrem. Não deve ser confundido com suborno ou corrupção.' Se esta definição está correta, devemos realmente ter orgulho disto? Na verdade discordo com a última frase, eu particularmente acredito que o jeitinho brasileiro é completamente ligado à corrupção. Por exemplo, quem ja usou o sistema público de saúde, sabe muito bem disso, 10 fichas para o médico tal serão destribuídas 7 horas da manhã. A gente tem que chegar lá pelo menos 3 da manhã, muitos dormem na fila, e no outro dia apenas 7 fichas são distribuídas. Hummmm mas o que aconteceu? Ah sim, alguém usou o jeitinho brasileiro. A amiga da vizinha da menina que distribui as fichas pediu um favorzinho, a irmã da cunhada da menina que distribui as fichas também pediu pra ela dar um jeitinho, e claro a sobrinha da CHEFE da menina que distribui as fichas que provavelmente poderia pagar por um médico, também pediu uma ficha, ela queria economizar pra comprar aquele sapato novo. Ah sim, mas isso tudo é normal não é? Acontece o tempo todo e em todo lugar, seja no banco, no dentista, na escola, nos concursos.... O pior é que as pessoas tem orgulho disso, contam com a maior naturalidade e ainda falam: 'se você precisar, eu falo com a menina que distribui as fichas'. Mas me diga cadê o respeito pelas pessoas que ficaram ali na fila, que estudaram para aquele concurso? O jeitinho brasileiro vai muito mais além, também é aquela coisa de 'se dar bem' em cima de tudo e todos. É ganhar um troco a mais no supermercado, e sair de lá feliz da vida. É trabalhar em um emprego público e ter direito a gasolina, e usar este credito para encher o tanque do carro e ir passar as férias na Bahia, afinal é do governo mesmo... todo mundo no trabalho faz. É aquela gordinha que finge de grávida pra passar na frente na fila do supermercado (caso verídico). E assim vai, posso ficar aqui pra sempre lembrando de mil e um exemplos. Aí eu abro a questão... Quem somos nós então pra reclamar dos políticos? Afinal eles fazem o que todo mundo faz, usam o 'jeitinho brasileiro'.... eles pensam exatamente igual a qualquer brasileiro... 'todo mundo no meu trabalho faz porque eu nao posso fazer?'


Liz acredita que o problema de corrupção no Brasil é cultural, enquanto a nação não se educar, nada vai melhorar, não adianta só trocar de poítico pois todo mundo usa o jeitinho brasileiro e pensa: 'se dei bem'...



sexta-feira, 16 de novembro de 2007

O que minha cidade natal tem e a sua não... (risos) - Bizarrices e outras coisas...

- Um intenso, movimentado e formidável mercado de/em POSTOS DE GASOLINA. E adivinhem! Não é só de vender combustível que eles vivem...
Aqui tem postos com conveniências maravilhosas, com café da manhã requintados, almoços por quilo para todos os gostos, bebidas para todas as horas, lances para curar a ressaca, e um monte de outras coisas essenciais para nossa sobrevivência. Temos também postos com estacionamentos com segurança, banheiros limpos a qualquer hora, locadoras de filmes, lojas de sapatos, academia de ginástica e até farmácia homeopática.
Ah! E não posso esquecer de que também temos, em um dos nossos postos, um bar que serve o melhor rodízio de comida de buteco que já comi na vida!

- Perfuradores de corpos que anunciam que utilizam piercings de aço inox 316L. Baratinho, baratinho. E ficam as perguntas: é eletropolido mesmo? Tem toda a documentação que garante a procedência do material? O processo foi validado? Humpt... curiosidades de farmacêutica industrial...

- Um magnífico parque de exposições que, uma vez por ano e durante uma semana, abrigava vaquinhas e cavalinhos para que a s crianças pudessem passar-lhes a mão na cabeça. Digo abrigava pois soube outro dia mesmo que na EXPOAGRO agora não tem mais exposição de animais. Só shows de música sertaneja mesmo. O que será de nossas crianças meu deus?

- Minha mãe, como sempre, louca de atar, andando para cima e para baixo com um balde cheinho de flautas-doce (cristo rei, tenha piedade de nós).

- A sede do Magazine Luiza. Que nem é tão grandiosa como dizem por aí, mas tem seu valor histórico.

- E para terminar, nesse feriado para alegrar ainda mais este lugar, algumas centenas de universitários da UNESP. Meus irmãos de “fraternidade”, pirando muito com O Teatro Mágico e com Velhas Virgens no INTERUNESP. Um show à parte nessa dimensão bem louca. Mas como dizia o grande filósofo: NA USP NÃO TEM INTERUNESP!!!


Milena sente saudades de sua terra natal, principalmente dos seus postos de gasolina... Escreve aqui às sextas.



Pessoas que eu podia ter amado

Há algumas pessoas que você acha tudo de bom, ou têm uma característica tão apaixonante que você desejaria amá-las, nem que fosse por um dia ou dois. Infelizmente a gente não escolhe quem amar, mas normalmente essas pessoas passam pela vida da gente deixando um traço de carinho que normalmente não se apaga. Vou de vez em quando falar de uma ou outra dessas pessoas aqui, uma por vez, cada uma com uma história diferente, mas que com certeza deixaram uma marca muito bacana na minha vida. São pessoas que, se eu pudesse escolher, escolheria amá-las, nem que fosse rapidinho, mesmo sabendo que muitas delas mereciam ser amadas pra sempre.

Um deles eu conheci quando era bem novinha, tinha 17 anos. Não sei se ele se interessou por mim de cara, porque nos conhecemos no primeiro dia de aula na universidade e eu tinha sido enfeitiçada logo no primeiro minuto por uma outra pessoa. Bom, deve ter me achado pelo menos gatinha, porque dois dias depois, numa festa, ficou conversando comigo, super simpático, se ofereceu pra me levar em casa e só desistiu da idéia de ficar comigo quando me viu aos beijos com aquele que tinha me fascinado logo no primeiro minuto. Mas ele não desistiu de mim tão fácil. Uma semana ou duas depois, numa outra festa (quando o cidadão do primeiro minuto já tinha sumido no espaço-tempo, como tantos na minha vida), fui ligar pra minha tia, com quem estava morando, pra avisar que ia demorar. Este rapaz foi comigo ao orelhão, na volta pra festa, aquele clima, música boa, cerveja gelada, uma lua linda, ele me tomou pela cintura, chegou perto o suficiente pra me dar aquele frio no estômago, e quando foi me beijar, levou um cartão vermelho. Sim, quando eu cismo, eu cismo MESMO, minhas amigas... o do primeiro minuto ainda estava na minha cabeça.

Bom, o rapazinho ficou meio magoado, durante um tempo não falou comigo direito, mas acabou tudo voltando ao normal e ficamos amigos. Não aqueles amigos inseparáveis, mas bons amigos. O tempo passou, coisa de anos, a gente continuava amigo, eu olhava pra ele, achava uma pena que ele tivesse aparecido na minha vida quando eu estava (pra variar) perdendo tempo com quem não me dava idéia. Não que achava que pudesse ser feliz pra sempre com ele, mas quem sabe ficar com ele em uma ou mais festas, ter boa companhia e ainda do lado de um gatinho? Até que pareceu que novamente, depois de anos, ele estava me dando mole.

Opa, dessa vez eu não estava disposta a deixar passar, quando ele era gentil, eu era doce, se ele contava uma piada, eu ria, quando ele atravessava a rua pra me dar um oi com três beijinhos, eu era uma fofa e jogava charme nele. Eu tinha a impressão seríssima que ele estava a fim de mim, mas cadê a atitude do menino? Eu lá, numa época de vacas magérrimas, cheia de amor pra dar, me aparece um carinha gatinho e interessante me dando mole, mas não completa o serviço? Como assim? Aí veio outra oportunidade, outra festa, o carinha lá todo me dando atenção, eu praticamente me servindo de bandeja pra ele e nada. Chegou uma coleguinha toda oferecidinha pra cima dele, fiquei meio estressada, chamei ele pra dar uma volta e praticamente tive que pedir pra ele me dar uma cantada definitiva quando ele finalmente me beijou. Valeu super a pena, beijo bom, boa companhia, cara divertido... Aí resolvi perguntar pra ele porque ele me cozinhou tanto em banho maria antes daquele beijo. Ficar em banho maria meses não é mole não! Aí ele disse “Eu já tinha chegado em você quando te conheci e tomei um toco. Olha pra mim e fala se eu tenho cara de homem que toma dois tocos da mesma mulher.” Vai falar que um cara com uma auto estima dessas não merece ser o amor da gente pelo menos por uma festa?


Sisa tem histórias engraçadas e bacanas no meio de tanta frustração na busca ao seu príncipe encantado. Algumas delas vocês podem ler por aqui em alguma sexta feira por aí...



quinta-feira, 15 de novembro de 2007

O primeiro cabelo branco a gente nunca esquece!

Sempre ouvi várias pessoas reclamando dos seus cabelos brancos, mas não conseguia ser solidária a elas, pois fios brancos não faziam parte do meu mundo. Era como se falassem algo que nunca ia acontecer comigo, como se isso estivesse longe do meu alcance, como seu eu estivesse imune a este problema.

Mas eles tardam mais não falham! Estava fazendo escova no início dessa semana quando percebi algo diferente nas minhas madeixas. Colei o rosto no espelho para me certificar se realmente era realidade aquilo que eu estava vendo, tinha esperança de ser um fio louro no meio do restante castanho que havia se destacado, mas não, era um fio branco! Meu primeiro fio branco, vocês devem ter percebido que usei o verbo no passado “era”, porque logicamente eu o arranquei. Mas você já ouviu dizer que quando você arranca um fio branco, vira uma praga e outros começam a brotar na sua cabeça? Então, foi isso que aconteceu comigo, desde que assassinei o meu fio branco, diariamente encontro um outro fio na hora de pentear meu cabelo. O que seria isso, a revolta dos fios brancos ou simplesmente eles já estavam ali e até então eles não eram importantes para mim, e ao passo que passaram a ser importantes minha atenção se voltou para eles? Certamente segunda opção né?

Tudo na vida tem seu lado bom, diante dessa situação desesperadora, tenho que agradecer a Deus que esses fios brancos ainda estão isolados e não decidiram formar colônias na minha cabeça!

Bom, hoje tomei uma decisão, não vou mais dar importância aos meus fios brancos, que venham! Pois estarei preparada com uma tintura nas mãos para me defender deles! Viva a tecnologia do mundo moderno!


Débora, em um primeiro momento, se assustou com o seu primeiro fio branco achando que a idade estava começando a pesar, mas agora já se acostumou com a idéia e até já está pensando qual cor vai tingir seus cabelos nos próximos anos.

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