segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Amigos, saudades e Carnavais

Sempre me perguntei por que, em sua maioria, as pessoas se transformam no Carnaval, por vezes viram outras pessoas, quase irreconhecíveis, animais no cio, em busca de qualquer coisa que possa satisfazer sua libido. E as pessoas são realmente estranhas quando observadas mais de perto e no Carnaval então nem se fala. Tive um amigo que já há algum tempo eu não vejo mais, mas era uma pessoa formidável. Não passava por essa mutação carnavalesca, mas ao contrário, vivia sua vida em eterno Carnaval. Era uma daquelas pessoas que contagiava os lugares onde entrava, muito alegre e espalhafatoso, cantava sozinho em voz alta e, quando você nem esperava, percebia que estava a cantar também. Em fim, era uma pessoa que sabia o que queria e fosse festa ou não iria viver da maneira como acreditava, e viveu. Infelizmente sua vida terminou mais cedo do que imaginávamos, na verdade muitos de nós só tivemos notícias quando tudo já havia acabado, pois era uma pessoa de festas, mas não de tristezas e doenças, dividiu com poucos seu sofrimento. É, sempre me lembro dele no Carnaval, pois era exatamente isso o que dizíamos que “ele era um eterno Carnaval”, uma pena que esse Carnaval tenha tido um fim tão precoce, brutal, inconseqüente, incurável. Nós deixou saudades sua alegria de viver, deixou saudades estar com alguém que não precisa de festas, álcool ou desculpas para ser do jeito que se quer.

Silvia dedica este texto a todas as pessoas autênticas em sua própria existência, pessoas que continuam do jeito que são, que são do jeito que são, mesmo que seja festa ou não; e aproveita para fazer um pedido de responsabilidade pela vida, pela nossa, pela minha, pela sua.

3 comentários:

Angel disse...

Em tempos de festa, é preciso pensar muito e agir com responsabilidade e amor próprio.
Gostei muito do texto.

Beijos!

Sisa disse...

Tenho dois comentários: 1) "E as pessoas são realmente estranhas quando observadas mais de perto e no Carnaval então nem se fala." Poucas vezes concordei tanto com uma frase, rs... e 2) Tem um rapaz aqui na universidade onde estou, que não importa onde eu o veja, está sempre sorrindo, um sorriso aberto, gostoso, sempre de cara boa. Um dia fui substituir a professora e ele estava sorrindo a aula inteira. Depois o vi sorrindo daquele jeito durante uma prova (que não estava fácil). Quando esbarrei nele na rua um dia e o vi como sempre de cara boa, comentei "Como pode, você está sempre rindo! Todo dia, o dia inteiro!" e ele respondeu (rindo, claro) "É assim que tem que ser!". Gente assim é tudo de bom, queria ser assim também...

Paula disse...

O Carnaval realmente é uma festa bizarra, porque expõe o lado mais monstro das pessoas. Mas eu tenho uma suspeita: acho que, no fundo, quem age de forma tão estranha gostaria de ser assim, mas não tem coragem. Só que com o álcool como desculpa, tudo fica mais fácil...
Admirável quem é o que é, não importa onde!

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