segunda-feira, 28 de abril de 2008

Lança sem ponta

Anastácia continuava sozinha, não se sentia realmente só, sua companhia era sua melhor companheira, mas às vezes se pegava pensando nos motivos de ainda estar só com ela mesma. No entanto nos últimos tempos se sentia vivendo uma saga. As poucas pessoas que apareciam ao seu redor eram verdadeiras lanças sem ponta. Será que ela estava num momento Madre Teresa de Calcutá? Talvez, mas se este era o caso, Anastácia acreditava que já tinha terminado toda a sua lista de caridades, pelo menos por alguns anos. Contudo não era assim que o destino pensava, e este havia reservado infortúnios ainda maiores, mas que com certeza ela iria tentar lidar da melhor maneira possível e, possivelmente, iria rir dos mesmos, passados alguns dias.

Numa de suas viagens, e, diga-se de passagem, Anastácia adorava viajar sozinha, um rapaz sentou ao seu lado, nem bonito, nem feio, um tipo normal. Perguntou se podia sentar e se apresentou. Coisa que Anastácia ate achou gentil...hummmmm, que ilusão!! Apos alguns minutos o rapaz começou a puxar conversa, ate ai, tudo bem, e por ai foi, durante todo o trajeto da viagem ate seu destino. Anastácia nunca foi muito de conversar assim de uma hora pra outra, então respondeu algumas perguntas e fez outras, nada de mais, nada de amigos, nada de nada, e pronto, era assim que ela queria.

Chegando no destino do tal passeio, Anastácia exultante por poder finalmente recuperar sua liberdade de livre pensamento e poder assim desfrutar a cidade que iria visitar; Vem o tal rapaz e pergunta se poderia acompanhá-la... Sinceramente Anastácia gostaria muito de dizer um lindo e esplendoroso NÃO, mas como? Seria no mínimo falta de educação. Então Anastácia vestiu seu manto sagrado de misericordiosa e aceitou o inconveniente intruso. Foram quatro horas de perguntas, traduções, elogios, indiretas. Por fim e antes tarde do que nunca o final do passeio chegou, Anastácia só queria voltar para seu quarto, esquecer aquela tarde passada com um rapaz estranho e que pra completar tinha uma meleca pendurada no nariz.

O rapaz, contudo estava muito feliz por tê-la conhecido, claro e obvio, afinal Anastácia era bonita, inteligente, sabia falar a língua do pais em que estavam e ainda por cima decorava mapas como ninguém, ou seja, ela foi sua guia, tradutora, por vezes professora e ainda sua companhia. Ahhhh como as estórias tem sempre dois lados heim. No caminho para casa o tal infeliz ainda lhe pediu seu e-mail e claro, não e preciso nem dizer que já lhe escreveu... Sinceramente ninguém merece, nem mesmo as mais bondosas irmãs de caridade! Em casa Anastácia concluiu que sua saga continuava com mais uma lança sem ponta, mas tinha esperanças de esta seria a ultima.

Após dois e-mails sem resposta, Anastácia espera que sua companhia de viagem consiga perceber que o inverso não é sempre proporcional aliás, muitas vezes e totalmente desproporcional. Pena que nem todos pensem dessa maneira.
Sim, a saga de Anastácia continua, mas espero que as próximas sejam boas anedotas.

2 comentários:

Angel disse...

Adoro as aventuras de Anastácia. Já tava com saudade! Como está a viagem!!?? Bjos!

Sisa disse...

Silvia, vc sabe que sou super solidária com essas histórias de lança sem ponta né? Hahahah... A gente sofre... e tem gente que acha que ser mulher é fácil!

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