quarta-feira, 30 de abril de 2008

O Pescador

Era uma vez um humilde pescador. Ele trabalhava apenas para o seu sustento, e vivia tranqüilo com seu trabalho, mas nada lhe faltava, nem à sua família. Um belo dia chega um empresário de férias na praia do pescador e ao observar sua rotina pergunta-lhe:

- Pescador, o senhor pesca em uma região tão rica, porque não monta uma cooperativa para aproveitar melhor esta abundância?

- Pra quê?

- Porque então vocês poderiam comprar barcos melhores, em maior número e extrair mais peixes do mar.

- Pra quê?

- Para então vocês poderem beneficiar os peixes na cooperativa e ter um produto final com maior valor agregado, uma marca de impacto no mercado e um ótimo apelo para exportar para investidores japoneses. Depois vocês poderão até abrir o capital e entrar para o mundo de investimentos financeiros.

- Mas pra quê tudo isso?

- Ora, meu amigo, daí você ficará rico!

- Há, legal, e daí, e depois de ficar rico?

- Aí você poderá ir para a praia pescar sem preocupação nenhuma!

- Mas, senhor, isso já é o que eu faço, então quer dizer que já sou rico?

Esta fábula moderna, pra lá de batida, me pegou de jeito nesta semana. Porque tanto querer acomete a nós, pobres mortais? Se antes o desejo geral da nação era “ficar rico” hoje queremos mudar de emprego, de marido, de profissão, de cidade, de país, de sexo, de status. Tudo bem querer, nos leva pra frente, mas pra que querer tanto sem perceber que boa parte do que desejamos com nossos “quereres” nós já temos e nem damos muito valor?

Gisele Lins anda com muito querer ultimamente, mas talvez não esteja pronta para ele, ou enquanto não dar valor ao que já tem não o mereça. Escreve aqui às quartas-feiras.

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