domingo, 11 de maio de 2008

Preconceitos e modos de vida

É muito difícil assumir comportamentos diferentes na sociedade. Por mais que o mundo seja mais liberal, e que haja uma aceitação maior das diferenças, o que continuamos a ver são preconceitos não-declarados que se propagam como incêndio na mata.
E não são os preconceitos mais sérios, considerados crimes, os mais corriqueiros em nossa sociedade. Afinal, por mais que estes existam, há meios legais de puni-los. Nossos preconceitos são cotidianos, e cruéis como os preconceitos criminosos.

Assim, se uma pessoa quiser ficar em casa, nas suas férias, curtindo filmes, músicas, livros, família; seus colegas vão condená-la por não querer viajar nas férias. E a coisa ficou tão séria que o costume decretou que quem não viaja nas férias, não descansa. Logo, todas as pessoas devem viajar nas suas férias, para descansar, e não correr o risco de morrer de tédio dentro de casa.

A impiedosa sociedade ainda considera absurdo uma pessoa gostar de ficar sozinha. Oras, isso é doença! Querer sair, ver os amigos, ter sempre uma companhia é regra. Se você quiser fazer uma viagem sozinho, ou curtir um momento só seu, então não é normal! As pessoas se esqueceram de olharem para elas mesmas; se esqueceram que nem toda solidão é ruim, e que se pode sentir a solidão ruim mesmo estando cercadas de amigos.

Além disso, vivemos num mundo em que temos que ter tudo para alcançarmos a felicidade. Precisamos ser os melhores profissionais, com os mais altos cargos e salários, com carros do ano e imóveis em condomínios de luxo, para sermos felizes. E qualquer pessoa que se sinta feliz sem querer nada disso, é louca! É um verdadeiro caso de internação!

Todos os dias enfrento esses preconceitos. Há anos tento manter meus valores, mas, como acontece a outras poucas pessoas loucas no mundo, a sociedade tenta massacrar estes valores, tenta oferecer essas felicidades globais como modo correto de ser e viver.

Será que algum dia a sociedade saberá respeitar as mínimas diferenças e as pessoas aprenderão a ser felizes sem se preocuparem com aparências?


Tania luta para manter seus valores, e acredita na música dos Mutantes: “Mais louco é quem me diz que não feliz. Eu sou feliz!”.

3 comentários:

Angel disse...

Tirar férias sem viajar, pra mim, não funcionou como descanso. Mas não acredito que seja assim pra todo mundo.

Ficar sozinha eu curto muito e concordo que as pessoas olham meio torto pra quem gosta do que a maioria não gosta.

Tá chegando o nosso encontro...

Bjos!

Renata disse...

Bom é que existem pessoas de todos os tipos, até aqueles "malucos" que te aceitam como és!
Hehehe!!
Beijão!

Rosi disse...

Tânia, querida
Tenho uma família diferente por si só, tenho sobrinhos loiros e negros da mesma mãe, tenho um co-cunhado gay. Aí casei-me e ganhei de presente uma família onde três irmãos apenas uma é hetero, o homem é gay e uma mulher das mulheres se desobriu lésbica depois que casou e teve dois filhos.
E viva a diferença!!!!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...