domingo, 13 de julho de 2008

Um Tempo para a Preguiça

Vivemos na época da falta de tempo. É o período de maior velocidade de informações, de comunicação, de realização de tarefas, mas nunca temos tempo. Enchemos-nos de compromissos, e isso nos dá certa tranqüilidade, pois, estando cheios de ocupação, não precisamos pensar na vida. Enchemos-nos de problemas fúteis, que exigem soluções urgentes, para que tudo continue como sempre foi, somente para que não seja necessário preocupar com o cotidiano, com os próprios sentimentos e emoções.

Assim, cheios de compromissos, parecemos responsáveis, sérios, trabalhadores. E, como nossa sociedade se importa mais com o parecer do que com o ser, já dizia Maquiavel, ficamos bem na foto.

Coitado daquele que ousar querer trabalhar meio expediente e voltar para casa, curtir a vida, os filhos, ir ao cinema, ou simplesmente ficar à toa, aproveitando o ócio preguiçoso de cada dia. Meu Deus, esse é louco, ou burro! Assim todos pensam, e já condenam pessoas que agem assim. Afinal, preguiça é pecado.

Mas cobiça, inveja e ira também são. Acontece que o mundo optou por considerá-las normais e até salutares para quem quer vencer na vida. E preguiça não leva ninguém a nada, não é? Não, não é. Precisamos de momentos sem compromissos para viver, para sentir. Precisamos acordar para ver que é quando não fazemos nada que realmente vivemos e sentimos tudo. Nos momentos em que não estamos correndo para cumprir um contrato, ou entregar um relatório, podemos olhar para frente e sorrir por causa de um gato dormindo, uma criança brincando, um olhar de cumplicidade, um dia de chuva. Precisamos repensar se vencer na vida é ter o melhor cargo, na melhor empresa, ou se é ter uma vida de verdade, com um tempo muito útil para ser feliz.


Tania acredita que o modo de vida do baiano é o melhor do mundo. Afinal, diz a lenda que mineiro é baiano cansado, que ia para São Paulo, e parou no meio do caminho para descansar.

3 comentários:

Casos e acasos disse...

Muito bom seu texto!


Abraços Júlia

Anônimo disse...

Tania concordo com vc. Eu to tentando dar valor ao meu tempo livre, ficar com a familia ou ficar de preguica mesmo. Tb acho muito mais importante e gratificante d que ser chefe do meu setor.
Mas entendo que tem sim a pressao, de q qq tempo livre temos q fazer algo 'ultil'!
Beijos

Renata disse...

Muito oportuno o texto, acho que todo mundo às vezes deveria se perguntar se vale a pena? Se é necessário?
E a piada do mineiro eu não conhecia! Engraçada, apesar de peconceituosa.
Rsrsrs!
Beijão!

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