terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Educação, de novo

Pular carnaval? Vou e pular o semi-feriado trabalhando. Como fiz durante estes dois meses iniciais do ano. Se bem que, para professor, o ano só começa mesmo quando começam as aulas. Não sei se contei aqui, mas neste ano assumi a vice-direção da escola onde atuo, no turno da manhã. Então, após organizar as coisas de infra-estrutura básica, agora faltam ainda algumas questões de logística e planejar os primeiros dias do ano que começa quarta-feira. Dentro do que me referi à infra-estrutura, não pensem que fizemos grandes obras, não. Mas, por exemplo: para deixar a escola com todas as lâmpadas e tomadas funcionando para o início do ano letivo, foram seiscentos reais em material, fora a mão de obra. Ou as salas de aula pintadas de amarelo queimado e marrom (sic) que eu, a vice da tarde e a diretora pintamos de verde clarinho com a tinta que havia sobrado de uma doação. Pena que a tinta foi suficiente apenas para duas salas, que ficaram muito mais iluminadas, parecem maiores e acho que os alunos vão gostar bastante.

Falo também da rampa de acesso que a escola não possuía e que o avô de uma menina cadeirante que será nossa aluna neste ano construiu, com cimento e areia doados por uma professora. Falo de coisas pequenas, que são importantes para o bem-estar de todos que freqüentam a escola e que, se não incluídas no cuidado e manutenção constantes, se tornam bastante dispendiosas.

Mas o problema não é passar as férias fazendo, contratando quem faça ou pedindo diversas vezes para os pais que façam. (Haja óleo de Peroba para lustrar tamanhas caras de pau!). O problema é que tudo isso acaba tirando o foco da aprendizagem, essa sim, compromisso maior da escola. Claro que uma luz que acende é importante para a educação, mas um professor que tenha seu tempo e espaço de planejamento garantidos e que usufrua deles, também é. Uma biblioteca com muitos volumes é importante mas o bom uso do material também é.

É complicado atribuir à apenas alguns fatores o sucesso escolar, mas é certo que enquanto não se fizer a manutenção apropriada dos prédios escolares, nenhum dos fatores mais pedagógicos poderá ser prioridade.

Não sei como funciona essa questão em outros estados, e peço a quem tiver algo para contribuir, que faça por comentário.


Renata está às voltas do início do ano letivo, e ainda não colocou o foco na sua própria turma de quarto ano.

Um comentário:

Gisele Lins disse...

Rê admiro horrores teu profissionalismo! Certamente tu deves ser para teus alunos daquelas poucas figuras "inesquecíveis" que marcam a educação deles!
Uma beijoca!

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