sábado, 28 de março de 2009

Depressão

Depressão

Ser diagnosticado deprimido é uma coisa um tanto quanto chata. Principalmente quando se tem como característica a alegria constante. Aí, põe chato nisso estar com depressão. Mais do que chatice, vem aquela insegurança, sabe? A gente fica pensando: poxa? Onde foi que errei? Como que isto aconteceu? Porque aconteceu comigo? Não!! Depressão é pros outros!! Eu? Deprimida? Nunca!!!!!!!!!! Buááááááááááá

Pois é. Aconteceu comigo. Aliás, está acontecendo. Há já algum tempo eu não sentia a alegria de sempre. O bom humor foi dando espaço pra apatia, pra indiferença, pro “foda-se” constantemente ligado. Só que eu não percebi. Não vi que estava triste, estressada, pré-ocupada com meu futuro e esquecendo meu presente. Nesta brincadeira, deixei de lado o que tinha de mais importante (eu mesma) e passei a viver em função de uma coisa impalpável, absoluta e inquestionavelmente abstrata: meu futuro. E me perdi no tempo. Me perdi de mim mesma.

Aí aconteceu uma coisa que me jogou no fundo do poço. Eu, que achava que já estava no fundo do poço, descobri que de fato o fundo do poço tem porão. Fui perdendo paulatinamente tudo que tinha de importante, do menos pro mais valioso. Até sentir que tinha perdido tudo, inclusive minha identidade. Mas consegui me erguer um pouquinho, dar ouvidos à minha família, e recomeçar. De novo. Mas o que é a vida senão um eterno recomeçar? Nunca tive medo disto, não ia ser agora que eu ia pagar pau pra vida. Seria muita ironia, muita incongruência. Eu não tenho medo da vida, não tenho medo de me atirar de cabeça. Recomecei.

Recomecei resgatando minha família. É verdade: no pior momento da sua vida, é com a família que a gente pode contar. Mãe, irmã, irmão e cachorro. Aí resgatei a mim mesma. Ainda estou neste processo. Com a recuperação de um pouco da minha auto-estima, resgatei o namoro que deu início ao meu casamento e procurei ajuda médica. Engraçado, né? As pessoas acham que porque a gente tem um médico dentro de casa nenhum problema de saúde vai passar batido. Mas médicos não são médicos cem por cento do tempo. Médicos são homens, maridos, amigos, pessoas, seres humanos. Não sabem tudo, não sentem tudo, ou melhor, sentem tudo.

Aí que minha depressão só ficou aparente quando eu estava no fundo do poço. Talvez eu tenha me escondido do diagnóstico, tenha fingido pra mim mesma muitas coisas, mas um dia eu acordei. Reconheci que não estava bem, que não ia conseguir sair sozinha daquele labirinto e deixei de lado meu orgulho e preconceito. Sentimentos que eu tinha certeza que não existiam, mas estavam lá. Procurei um psiquiatra, aceitei tomar remédio, fui pra terapia. Agora, passado algum tempo, estou me sentindo forte o suficiente pra expor minhas feridas. Não que eu esteja pronta pra outra, a gente nunca está, mas acho que estou pronta pra reconhecer minhas limitações, pra ser humilde e pedir ajuda. E colo, muito colo. Porque dei colo minha vida toda. E agora quem quer colo sou eu!!!

Laeticia está feliz por estar conseguindo voltar a ser quem sempre foi, só que desta vez vai querer mis colo!! (E está tentando postar há mais de três horas, mas o blog estava só dando fora do ar...)

8 comentários:

Angel disse...

Ei Maria!

Meu colo está sempre à sua disposição! Use e abuse!

bjo!

Carlinha disse...

Amiga já passei por isso e sei como é difícil aceitar, entender e superar.

Mas posso te dizer que passa!!!

POde contar comigo, para conversar, chorar, rir e mesmo ficar em silêncio!!!

Se cuida e deixa quem te cuidem tb!!!

Bjo

Rosi disse...

Passei por um momento semelhante em 2006, tive os mesmos sintomas. Procure ajuda espiritual, pois sabia que meu corpo não estava doente, o que estava era minha mente. Não foi fácil, mas eu tinha fé. E fé é algo muito mais forte do que se imagina, é sua, ninguém tira.
Não sei no que vc acredita, se é em Deus, energia, pessoa, enfim, tenha fé em vc, em pessoas que lhe querem bem, tenha fé em sua força de vontade, em sua energia, em sua presença de espírito. Nenhuma situação é permanente, prometo a vc.
Hoje não estou numa ótima fase, mas sei que este é um período de desprendimento, de mudança de pensamentos e atitudes, não está sendo fácil, tenho chorado, tenho rido, tenho pedido ajuda, tenho buscado a minhan fé.
Mesmo online mando energia boa para vc, minha querida!

Renata disse...

Laeticia, muito corajosa por passar por tudo isso e por expor a situação pra nós. Desejo tudo de bom pra vc, e pude sentir que as pessoas que te rodeiam te amam muito e vão estar aí contigo enquanto vc se recupera!
Fica bem!
Beijos!

Tatiana disse...

Isso é tão curioso...
Você pode ser uma pessoa completamente diferente de mim, mas essa sua parte que senta em frente ao computador e escreve se parece tanto comigo, que eu sinto como se pudesse assinar seus textos.

Continue escrevendo, garota!
Você é boa nisso!

Um forte abraço!

Casos e acasos disse...

Oi LAeticia!!!


Estarei aqui, se precisar pedi ajuda..nao fique acanhada!!!

Um gradnde abraço..adoro vc de mais da conta!!

Advokete disse...

AI, COMO É BOM SE SENTIR AMADA!!!
Obrigada, meninas, do fundo do coração!

Dennia disse...

Oi!!

Em primeiro lugar, não se preocupe pq tudo parece ainda pior no "Inferno Astral". Aproveite que seu ano novo está para chegar e faça uma limpeza na alma, comece pelas gavetas, armários, bolsa e se imagine jogando no lixo as coisas que não prestam da sua vida.
Pare de ser tão exigente consigo mesma menina, vc não é de ferro!!!
Descobri que respirar muuuuito faz bem demais!! Sempre que se lembrar respire fundo e tente não pensar naquilo que incomoda e dói. Prefira caminhar algumas vezes, para que vc tenha tempo de bater um papinho sincero com vc mesma e com Deus...
Como eu já havia dito antes, ou melhor, escrito, nada é por acaso e tudo tem seu tempo certo de acontecer. Tenho certeza que vc colherá os frutos de seus esforços e seu talento será reconhecido, mas, será que vc não está em tempo de aprendizagem e de autoconhecimento?
Ainda que relapsa e distante, estou aqui torcendo para sua felicidade.
Bjos e saudades
Dennia

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