terça-feira, 29 de setembro de 2009

Miss Imperfeita

Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!
E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.
Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
Você não é Nossa Senhora.
Você é, humildemente, uma mulher.
E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.
Tempo para fazer nada.
Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
Tempo para sumir dois dias com seu amor.
Três dias.
Cinco dias!
Tempo para uma massagem.
Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.
Para engravidar.
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.
Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal..
Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.
Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.
Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!
Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.
Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.
E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante.


Martha Medeiros - Jornalista e escritora

Renata é uma de tantas misses imperfeitas, mulher de verdade, tentando fazer de tudo pras muitas petecas da vida não caírem. Nessa semana, fez uso das palavras de Martha Medeiros pra expor isto.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Corre, corre, corre

Assim como o dito por Rita Lee,
corre, corre, corre.
Passam semanas em que você só encontra obstáculos,
liga pra lá, email pra cá, e nada se resolve.
Parece até que vai se afundar,
em débitos, enrrascadas, planos furados.
E se espera que tudo dê certo,
mesmo que sem muito esperança.
Aí, mais uma segunda,
e tudo vai se resolvendo aos poucos.
Mais correria, ligações, confirmações,
e, quem sabe, dessa vez, créditos.

Segunda-feira, recomeço,
tudo novo, as mesmas ruas,
os mesmos procedimentos.
Pelo correio, telefone e email,
boas e novas notícias.
O carro novo chegou,
assim como o saco de parafina para fazer minhas velas,
meus cremes e produtos de beleza, e até,
a bem-vinda venda de um óculos que nunca havia usado.
É boas notícias são sempre bem-vindas,
mesmo que você tenha que correr para concretizá-las.

Silvia escreve às segundas, hoje, mais tarde do que nunca.

sábado, 26 de setembro de 2009

É somente uma questão de tempo...


Desde que o primeiro homem das cavernas carvou na cabeça do seu rival uma pedra bem afiada, não demorou muito tempo para que o homens criassem novas invenções de como serem espertinhos. Parece que e so uma questão de tempo ate que alguns nerds encontrem em cada website popular uma nova maneira de cometer seus delitos e passar os outros pra trás.

Tomando como exemplo o iPhone. Ele pode fazer quase tudo. Jogos, câmera, baixar música, videoconferência e até telefonemas convencionais.

Ano passado um estudante de computação da Austrália inventou uma maneira de, através do iPhone, contar as cartas enquanto se joga blackjack nos cassinos. O negócio vendeu tanto que a Comissão de Jogos de Nevada foi alertada sobre o brinquedinho.

Na Filadélfia, nos Estados Unidos, foi a vez do Twitter, onde centenas de adolescentes se coordenaram para assaltar uma loja de conveniências, espancar os pedestres e sequestrar alguns táxis.

Ainda com o Twitter tambem nos Estados Unidos, um ladrão arrombou a casa de um ingênuo cidadão que proferiu estar em férias pelo Twitter. Comentário nada esperto!

Um homem do País de Gales foi preso semana passada por ter assassinado sua esposa após ter visto que ela tinha mudado seu estado civil no Facebook, de casada para solteira. Nossa, cada psicopata que surfa nesta rede...

Mas o mais bizarro de todos foi o de um anúncio em um dos websites de emprego oferecendo vaga para trabalhadores de rodovias pelo pagamento de US$28,50 por hora (nos Estados Unidos se calcula por hora, não por mês). Todos os interessados teriam que comparecer uniformizados em frente ao Banco da America em Washington no mesmo horário, vestindo coletes amarelos, óculos de proteção, máscara respiratária e de preferência, camiseta azul.

Cerca de uma dezena se apresentou ao mesmo tempo que um espertinho, vestindo exatamente a mesma roupa e acessórios, jogou spray de pimenta nos olhos dos seguranças e saiu a passo com alguns milhares de dólares em mãos.

Os policias que correram atrãs do meliante acabaram dando de cara com aquela dezena de palermas ali parados, em frente ao Banco na esperança de um emprego.

O tal engracadinho subiu num barco inflável e se mandou pelo rio.

E há quem pense que o brasileiro é o criativo...

Lil escreve aqui aos sábados e acha que situações de pressão e desprivilégio provocam reações extremas e trazem o que de pior existe dentro das pessoas. Sejam eles sulamericanos, europeus, norteamericanos ou africanos.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Estar Sob os Holofotes


Tem gente que gosta de estar sob os holofotes, outras desejam loucamente estar sob os holofotes. Não é o meu caso. Nunca quis aparecer assim, sempre achei que o jeito mineiro de ser é o melhor jeito. Come quieto que tudo dá certo. Não foi nem uma, nem duas vezes que algum projeto meu desandou e eu acho que é porque tinha gente demais sabendo dos meus planos. Aprendi a calar a boca. Custou, mas aprendi. E agora ninguém fica sabendo de nenhum projeto profissional meu até que ele saia do papel. Assim, fico fora dos holofotes. Vou em frente, caladinha, trabalhando sem alarde. Feliz da vida!

Só que infelizmente a discrição não depende só da gente. Um belo dia, num salão lotado, uma pessoa inocentemente e na maior boa fé resolve te elogiar. Ai, Jesus! Você fica se sentindo portador de transtorno bipolar, sabe? Uma alternância de alegria e tristeza. Pronto! Os holofotes estão sobre você... Justo você que nunca quis estar naquele lugar.

E D REPENTE (momento merchandising) eu me vi no centro das atenções. Se fosse a atenção de pessoas boas, que querem o meu bem, eu não me importaria. Mas a realidade é que são poucas as pessoas que querem o seu bem. Duvido que dê pra contar nos dedos das mãos. E foi aquele monte de falsos parabéns vindos de pessoas que nem de longe querem o meu bem. Ouvi aquele “você merece!” despeitado que dá até medo!

E desde então, já faz mais de um mês, que eu estou sob os holofotes. Sinto que todos os meus passos são acompanhados por muitos olhos lá na empresa. Vejo corretores e gerentes contando minhas reservas em cada empreendimento, prestando atenção em minhas vendas. Querem saber para qual empreendimento eu estou direcionando minhas energias, conferem as escalas de trabalho para saber se os coordenadores de produto não estão me privilegiando nos plantões, ficam de olho na hora da distribuição de material pra ver qual e quanto material eu estou pegando. Como se o resultado do meu trabalho fosse fruto de algum privilégio e não porque trabalho mais de dez horas por dia, sacrifico fim de semana, peço compreensão pra minha família e até furo com o blog.

Quem me conhece há mais tempo sabe o tanto de merda que já passei, o tanto de capim seco que já tive que engolir. Foi tanto que meu lema virou “o que não mata, fortalece”! Eu chego a me achar o Wolverine fêmea!! E fica nego aí achando que porque eu tenho a cara bonita, ando arrumadinha e graças ao bom Pai tenho família e berço que não sei o que é passar aperto e tudo que eu sou/tenho caiu do céu!!

Enfim, estar sob os holofotes tem me incomodado deveras. Só que pelo visto tá incomodando mais gente. E olha que eu já declarei aos quatro ventos que não tenho o menor interesse em ser gerente, coordenadora, nem nada que o valha, porque stress por stress eu não teria largado o Direito, teria feito concurso e estaria ganhando meus vinte mil por mês!! Mas, como quase ninguém entende mesmo minhas motivações na vida (às vezes nem eu, confesso rsrs), não é de se esperar que gente que gasta tempo se preocupando com a vida alheia compreenda.

Comentando estas coisas com minha irmã, ela disse uma coisa que na hora me chocou, mas acaba que ela tem razão. As pessoas nos perdoam por sermos gordas, feias, burras, chatas, solitárias e insatisfeitas profissionalmente, nos perdoam por termos relacionamentos destrutivos; mas experimente ser feliz, ter sucesso pra você ver!! Ninguém te perdoa por ser feliz. Ninguém perdoa o seu sucesso. E isto só faz com que eu fuja cada vez mais dos holofotes. É o que eu estou tentando fazer agora.

Laeticia é obrigada a concordar com Tom Jobim: no Brasil, sucesso é ofensa pessoal.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Não aprendi

Pouco mais de dois anos atrás (sim gente, tem tempo que nos dedicamos a esse blog, hein) escrevi aqui uma lista das coisas que eu aprendi.

Claro que é licença poética colocar em meia folha tudo aquilo que aprendemos ou não, mas esse é um balanço – não tão introspectivo – das coisas que eu, Milena de Oliveira, quase 31, acho que não aprendi.

Não aprendi como...

Acordar cedo.

Cultivar temperos.

Desistir sem tentar exaustivamente.

Concentrar minhas energias no que realmente importa.

Não ter cansaço.

Não ter preguiça.

Não procrastinar.

Chegar atrasada sem me estressar porque deixei alguém esperando.

Parar de comer quando não tenho mais fome.

Comer devagar.

Gostar do verão.

Deixar minha caixa de emails cheia só por um diazinho.

Não esperar colher uvas de pés de jaca.

Não gastar por impulso.

Não sonhar acordada.

Não planilhar tudo.

Retomar o controle quando eu o perdi.

Fazer a coxinha que a tia Cleuza me ensinou.

Ter paciência.

Não julgar.

Colocar em prática, todas as manhãs, os planos que fiz ontem à noite.

Milena escreve aqui às quintas. Quando escreve.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Última quarta-feira solteira

Última quinta. Última sexta. E passo a ser a Senhora Puko.

De fato antes mesmo de fazer as certidões de união estável (sim, foram duas, uma pública outra privada, só pra sermos oficialmente amaziados, como exigiu a sociedade em que vivemos) eu já me considerava a Senhora Puko. Agora casamos no civil, antes do casório religioso daqui a algumas semanas. Serão apenas quatro níveis de comprometimento, disse o Sr Puko.

Não vai fazer diferença nenhuma, apenas a resposta ao “estado civil?” vai mudar. Mas quantas vezes nos perguntam isso ao longo da vida, umas cinco? Nosso nome não vai mudar. Eu não vou mudar. Ele não vai mudar.

Mas tem uma coisa que já mudou. Estou em paz. Nunca na vida pensei que estaria em paz prestes a amarrar meu burro na carroça de alguém. No meu universo sempre cheio de perguntas, pensei que num momento destes (que honestamente nunca achei que viveria), eu estaria em ânsias…Será que é isso mesmo que eu quero? Será que vai dar certo? Será que a gente se agüenta? Fiz a escolha certa? Será, será, será??? Nem. Nada disso. Vai ver que é assim mesmo que as coisas funcionam, quando é hora, acontece, em paz.

É lógico que no meio dos preparativos a cabeça fica a mil, várias coisas para pensar, escolher, resolver, decidir, agilizar ao mesmo tempo. Mas no meio disso tudo nossos olhos se encontram, rola um sorriso, rola um abraço gostoso, uma admiração, um calor no peito, dois em paz.

Gisele Lins escreve aqui às quartas-feiras. Nesta, a última como solteira, em paz e amando se tornar a Sra. Puko.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Alguém quer? Estou doando!!


Ahh, como são lindos esse bichinhos que vemos no interior, cavalos, vacas, porcos, por vezes cabritos, cabras, burros e galos, mas sempre, galinhas. Sim, são todos muito interessantes de se ver e ter, até, certa convivência, mas lá, nas fazendas, roças, vilas, não na nossa casa. Galos então nem se fale, te acordam, quer você queira, quer não, pontualmente às cinco da matina.

E as famosas galinhas d'angola?! Nem me diga. Já foram a Tirandentes? Pois então, dá até pra fazer uma coleção, galinhas d'angola de barro, argila, porcelana e em tamanhos variados. Ficam lindas nas mesas e estantes e o melhor de tudo; são mudas. Sim!! Galinhas d'angola tiram qualquer santo do sério. De manhã, naquele momento em que seu sono está em vias de acabar, mas você ainda se sente agarrado a cama, elas te acordam, berram, gritam enlouquecidamente, e você, após devida transformação brusca de humor, indo de sonolento a emputecido em tempo recorde de 1 segundo, levanta para ir a academia.

É, haja aula de spinning, boxe tailandês, cama elástica e qualquer outra modalidade que aparecer pela frente, para te fazer ficar tão exausto ao ponto de não comprar veneno para certas galinhas d'angola. E quando chegar o tão esperado e glorioso fim de semana, e que você pensa - vou dormir até.... Toma-se um porre ou litros de chá de camomila, na esperança de assim, conseguir ignorar os gritos histéricos dos lindos animaizinhos do jardim.

A parte da doação é bincadeira, não por mim, mas pela minha irmã, afinal ela não trabalha, pode dormir todas as tardes e melhor, acorda junto com as galinhas. Mas se fosse por mim..... Bom, não precisa nem dizer né.

domingo, 20 de setembro de 2009

“Tempos de Paz”: Mais Um Ótimo Filme Brasileiro

Mais um excelente filme brasileiro está em cartaz nos cinemas, mas deve ficar por pouco tempo. Trata-se de “Tempos de Paz”, baseado na peça de teatro “Novas Diretrizes em Tempos de Paz”. O filme, com Dan Stulback, e Tony Ramos, é intenso, com poucos cenários, pouca cão, mas muito diálogo. A linguagem do filme segue a da peça de teatro, e é complementada com imagens do Rio de Janeiro modificadas por computador, para mostrarem o Rio de 1945, no final do primeiro governo Vargas.

A história traz um polonês, fugido da II Guerra Mundial, que tenta vir morar no Brasil, como tantos outros que aqui chegaram naquele período. O homem é um ator de teatro, que tanta chegar ao país como agricultor, devido à necessidade do Brasil de “mãos para a lavoura”. Entretanto, fascinado pela Língua Portuguesa desde jovem, aprende sozinho o idioma e, ao chegar ao Brasil, fala fluentemente o Português. Seu comportamento gera suspeitas, e ele é levado a interrogatório com o fiscal da alfândega, que havia sido torturador no período mais violento da Era Vargas.

Assim, o diálogo entre os dois toma um rumo além do político, que expõe a ambos, uma vez que a vítima, o polonês vindo da guerra, nunca lutou por ideal algum e viu parentes e amigos morrerem na guerra, em torturas, e nada fez; e o fiscal, ex-torturador, nunca questionou uma ordem, e sempre torturou porque assim o mandaram fazer. A dor dos dois é igual, e mostra a frágil condição humana, independente de sua posição, como algoz ou vítima. O problema era o fato de não terem vivido, mas sim, existido enquanto os outros, que lutavam, resistiam, ou morriam, haviam vivido verdadeiramente.

É um filme maravilhoso e questionador, com uma linguagem tão bonita e densa, que não precisou se esconder atrás de efeitos especiais e ação em excesso, como tantos que temos visto em nosso tempo!

Tania adora cinema, de quase todo tipo de filme. Mas vê a produção brasileira crescer e melhorar em ritmo acelerado, e acredita que todos devem prestigiar esta arte, pois, em matéria de qualidade e beleza, não deve nada a nenhum cinema estrangeiro!

sábado, 19 de setembro de 2009

Significados

Da Wikipédia: Parentesco é a relação que une duas ou mais pessoas por vínculos de sangue (descendência/ascendência) ou sociais (sobretudo pelo casamento).

O parentesco estabelecido mediante um ancestral em comum é chamado parentesco consangüíneo, enquanto o criado pelo casamento e outras relações sociais recebe o nome de parentesco por afinidade. Chama-se de parentesco em linha reta quando as pessoas descendem umas das outras diretamente (filho, neto, bisneto, trineto, tataraneto, etc), e parentesco colateral quando as pessoas não descendem uma das outras, mas possuem um ancestral em comum (tios, primos, etc).

Ei, espere um pouquinho… isso quer dizer então que nosso relacionamento resume-se a um parentesco colateral? Acho que o português deve estar tirando sarro da minha cara.

Nada tem de colateral a sensação de calor no peito e do florescer do amor no primeiro instante que fitei meus olhos nessa pequena pessoa, apenas por uma foto enviada por e-mail.

Nunca vi um bebê recém nascido tão lindo, com a pele lisinha, lábios e nariz como desenhados por algum pintor muito inspirado. Olha que sou uma mamãe muito coruja mas nem minha pequena fez meus olhos brilhar de tanta admiração frente à tamanha beleza.

Não nos encontramos pessoalmente ainda e isso vai demorar um pouco mais de um mês para acontecer mas o elo que nos une existe sim!



Eu a olho e admiro diversas vezes ao dia, como água que precisamos ingerir para nos preservar em funcionalidade.

Filha da minha irmã, sinto como uma quase-filha. Ela é alguém que quero guardar, respeitar, cuidar, preservar, ensinar, aprender, beijar, amar e admirar.

De colateral isso não tem nada. É intrínseco, forte e muito consangüíneo.

Que se dane o dicionário. Eu sei melhor e entendo bem como se faz esse relacionamento na minha mente e no meu coração

Desculpe pela babas. Elas estarão presentes por aqui pelos próximos anos enquanto assisto as conquistas da pequena Clara que vai fazer meu coração sorrir muitas e muitas vezes ainda.

Clara: Do latim "brilhante, luzente, ilustre". Revela uma pessoa com forte senso crítico e muita racionalidade. Nem sempre os outros entendem seu autocontrole e seu perfeccionismo, mas essa é sua forma de lutar pelo sucesso. Geralmente, progride muito na vida.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Música do dia

Pois é minha gente. Hoje a criatividade me abandonou e o cansaço me dominou. E pra piorar eu passei o dia inteiro com uma música bizarra na cabeça. Para provar que eu não sou egoísta, vou repartí-la com vocês.

Com vocês: "Quando você dorme, para onde vão os seus dedos?"

when you sleep where do your fingers go?
what do your fingers know
what do your fingers show
where do your fingers go

when you sleep
do they tremble on the edge of the bed
or do you fold them neatly by your head
do they clench like claws against your own skin
when you're living your day al over again

when you sleep
when you sleep where do your fingers go?
what do your fingers know
what do your fingers show

where do your fingers go
do they play guitar in a latin bar
are they strangers or lovers
do they drive your car
are they swimming submissively
sex acts of life
or just cutting through jello with a very sharp knife

now zeus was a womanizer
always on the make
but hera usually punished her that zeus was one to take

when you sleep where do your fingers go?
are they pulling out weeds from the dusty soil
but then never rewarded with the fruits of their toil
are they scratching their nails on the chalkboards of death
only seeking attention when everyone in the room has left

when you sleep
when you sleep where do your fingers go?
what do your fingers know
what do your fingers show
where do your fingers go

when you sleep
do they tremble on the edge of the bed
or do you fold them neatly by your head

Milena escreve aqui as quintas. Nessa, fascinada com a capacidade criativa de alguns compositores... rs

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Emoções musicais todinhas minhas

Acordei meio musical hoje, de um jeito esquisito: tive insônia e dormi cantando em pensamento as músicas e histórias cantadas que lembro da minha infância (não de doze ou treze anos, mas bem menos, tenho uma memória incrível).

Quando isso acontece me dá uma sensação de delícia muito maior do que quando eu lembro de fatos legais que aconteceram. Som, cheiro e cor, de alguma forma conseguem trazer de volta as emoções de um momento muito mais do que sua própria lembrança, quer ver?

Zero, zero, zero, zero, zero. Alô? Prima Bolha? Blublublublublublu (do Pluft, o fantasminha).

A menina Maribel-bel-bel, tem os olhos cor do céu-céu-céu e os cabelos cor de mel-mel-mel (também do Pluft).

O sapo não lava o pé, não lava por que não quer, ele mora lá na lagoa e não lava o pé porque não quer, mas que chulé. A sapa na lava pá, na lava parca na ca, ala mara la na laga a na lava a pa parca na ca, mas qua chalá. Ad infinitum (da coleção contada pelo Sílvio Santos na vitrolinha vermelha de montar, junto com o primeiro livro que eu li).

Puuula, sapo, puuula sapo, o jeito é pular, enquanto você pula sapo, a vida vai passar (não me lembro de onde vem isso).

O mal vence o bem, espanta o He-Man, Esqueleto, Esqueleto, osso no espeto (plágio da música do He-Man, inventado pelo meu primo, que me fazia chorar quando ele cantava).

Sassassassassassassassassassa-ci, saci, saci-pererê, ele pula, ele brinca, ele corre atrás de você. Cuidado com a cuca, que a cuca te pega (ai, que medo! Do Sítio). Emília, Emília, Emília, ela é feita de pano, mas se porta como um ser humano, Emília tomou uma pírula, e tagarelou a tagarelou a falar (com a Baby Consuelo, também do Sítio, delícia, delícia!).

Um elefante, se balançava, numa teia de aranha, mas como a teia não arrebentava, foi chamar um companehiro. Dois elefantes... (ad eternum) (das viagens de ônibus intermináveis Porto Alegre-Brasília, quando eu cansava de contar até mil pra chegar logo, como mandava meu irmão).

Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo... (Toquinho, eternamente, que nos obrigaram a decorar inteirinha no pré e eu nunca esqueci).

Uéeee-he-he-he-heeeee-uéeee-he-he-he-heeeee-uéeee-he-he-he-rerererere (do episódio do Pato Donald com as abelhas, que eu odiava).

Zip e Zap são dois gêmeos divertidos, Zip e Zap fazem dois igual a um, Zip e Zap lá vem eles sempre unidos (eu sei o resto todo) (do Balão Mágico, que eu amava).

O meu avô é doce como um caramelo, o meu avô é fofo como um algodão, muita graça, muito riso, meu avô sabe brincar, avozinho, avozinho, é meu ahhhhhh, ahhhhhh, avozinho (também do Balão).

Algumas que não precisam de apresentação: Somos amigos, amigos do peito, amigos de uma vez... Super, fantástico amigo, que bom estar contigo, no nosso balão... Vem meu ursinho querido, meu companheirinho, ursinho (o quê? O quê? Há tu sabes, vai...).

E tem as instrumentais também: o Há-hu-hu-há da abertura do Fantástico, o Tchã-ram-tchã-ram do início da Pantera Cor-de-Rosa, o tchu-ru-rutchururu do início da música do Sítio.

É que eu tenho, dois namorados, e todos dois vão, na festa do João. Um é baixinho e fala muito, o outro fala não, um me chama de benzinho, o outro de amor, como eu posso escolher, me ajude por favooooor (Angélica, ai que vergonha, vou fugir das 340 que eu sei da Xuxa, tá?).

Não teve a menor graça? É lógico, as tuas também não teriam para mim, mas eu curti horrores e pensando bem, com este déjà vu, talvez dê para entender o motivo da minha falta de relação musical atual. Espero que cheiros, cores e o som das maritacas salvem minhas memórias no futuro.

Para a agenda: lembrar de ter também uns CDs (se conseguir vinil, mais legal), e não apenas DVDs lobotomizantes para quando eu tiver filhos.

Gisele Lins escreve aqui às quartas-feiras (nesta está beeeem arcaica). Pelado, pelado, nu com a mão no bolso, núuu, núuu, núu, núuu.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Reencontro

Foi um encontro de mulheres e suas almas de adolescentes. De profissionais formadas e em formação e de suas aspirações universitárias.

Foi o encontro de muitos rostos e de muitos abraços, de saudades mesmo, de novidades, de dúvidas e até de discussões.

Foi um dia meio maluco, há meses planejado. Mais que isso, surreal.

Teve comida boa, amigo secreto (e surpreendente!).

Teve amiga secreta que participou da Irlanda, via MSN! Muito high tech!

Minha amiga secreta caprichou: lembrou de histórias de anos atrás, e repôs uma latinha de Pepsi Twist que ela “furtara” na época em que trabalhávamos no mesmo laboratório! Foi engraçadíssimo!

A amiga que eu peguei também foi especial, espero que ela tenha gostado do presente!

Todas tínhamos coisas pra contar e pra perguntar, abraços para dar, fotos pra tirar! Dá pra imaginar 9 mulheres nesse estado? As conversas paralelas, aproveitando o tempinho juntas, já que muitas vieram de longe e outras de bem longe para se ver.

Foi muito bom rever todas as que conseguiram comparecer e relembrar histórias. Rir até chorar e rir mais ainda.

Renata aguarda pelo próximo encontro, e reforça o carinho por todas as presentes (e pelas 3 ausentes também!)!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

No meio da grama, no meio de tudo


Cidade "B",
Avenida "R",
Seis da tarde.

Carros,
Motocicletas,
Ônibus,
Buzinas.

Pessoas,
Apressadas,
Cansadas,
Ausentes,
Invisivelmente Presentes.

No meio de tudo isso
Um homem no meio da grama,
No canteiro central,
Sob o Sol da tarde,
Deitado, estirado, empoeirado,
Surreal.

Outro dia nesse mesmo lugar, na mesma hora, pude ver o homem, ali, como se nada estivesse acontecendo ao seu redor, como se a vida para ele girasse de maneira diferente. O homem tinha roupas e cabelos marrons, da cor da terra, da cor da grama.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Sem comentários


Quando me casei, ganhei muitos, muitos presentes!! E, claro, sempre tem alguns que a gente gosta mais. E o presente que Sílvia me deu foi um destes que eu gostei mais. Um jogo de jantar tão lindo, mas tão lindo que fui na loja e troquei uma coisa duplicada que tinha ganhado por outro jogo de jantar igual pra ter dois e poder servir mais gente naquele jogo liiiiiiiiiiiiiiindo de jantar!!

Sempre fiz questão de lavar eu mesma pratinho por pratinho pra não ter chance de ninguém quebrar meu liiiiiiiiindo jogo de jantar. Secava pecinha por pecinha com o maior carinho, afinal, quem me deu, também deu com o maior carinho.

Pois meu marido foi me ajudar na cozinha. E conseguiu tirar um pedaço do prato do meu liiiiiiiiiiiiiindo jogo de jantar!!!!!!!!!!!
Preciso dizer mais alguma coisa??

Laeticia fica feliz de ter um marido que ajuda na cozinha, mas tinha que ser justo do seu jogo de jantar lindo de morrer?

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

"I WILL play tennis" ou "As pessoas duvidam da minha capacidade de ser obsessiva"

Não é segredo para ninguém que o meu esporte preferido é o basquete. Impressionante como a gente se agarra com uma coisa dessas na pré-adolescência e isso te persegue por toda a vida, não é?

O problema de jogar basquete é que é preciso mobilizar muita gente. E quando você sai do colegial isso acaba inviabilizando a sua vida esportiva.

Com isso em mente, não sei exatamente quando, mas resolvi que ia jogar tênis. Decisão em punho, algumas coisas eram necessárias.

Sim, porque tênis não é igual pelada né gente. Exige toda uma preparação.

A primeira coisa era onde jogar. Não existe quadra pública de tênis em Itapira. Pelo menos não que eu saiba.

Aí entra o Clube de Campo Santa Fé. Daqueles que você tem que comprar jóia e tudo. Até passar pelo conselho do clube pra me aprovarem eu passei. Ganhei uma carteirinha que bem poderia estar escrito: high society de Itapira city. Triste, mas verdadeiro.

Depois disso, um arsenal de coisas se faz necessário. A saber:

A raquete. A minha é uma Völkl DNX 4. $ 60,00. Veio de NYC na minha mochila (bagagem de mão, claro). Não, eu não escolhi a marca, modelo ou a melhor para o meu swing. Escolhi a que estava na promoção. E aconteceu de ela ser muito boa. Adoro quando eu tenho sorte!

As bolinhas. Babolat 3 bolinhas por R$15,00. Adorei que elas vem em um potinho pressurizado e faz tchiiiii quando a gente abre. Problema nº 1: quando você realmente joga tênis, uma bolinha dura uns 3 ou 4 jogos. Ai. R$5,00 pra jogar 1 semana? Pois é. Não, não é o meu caso ainda, mas eu chego lá.

A raqueteira. Sim, porque pra carregar tudo isso tem que ter pelo menos uma bolsa grande né?

O tênis. Gente, tênis pra jogar tênis é u ó. Tem que ter solado de sei lá o que, desenhado de tal jeito e reforçado nas laterais, além de que você jamais vai achar um modelo bege, ou marrom. São todos brancos. E ficam laranja-tijolo em menos de 30 segundos no saibro.

As meias. Sim, porque depois da primeira experiência com o saibro você divide suas meias em duas categorias. As pra usar socialmente e as que serão eternamente sujas de terra. Sério gente. Não tem NADA que tire aquilo do algodão.

O professor. Depois de algumas tentativas frustradas de aprender com os amigos e chegar em casa parecendo que tinha sido atropelada por uma carreta, decidi deixar de ser mão de vaca e contratar o professor que fica o dia inteiro na quadra. Melhor decisão EVER. O velhinho vai me transformar em uma atleta olímpica, eu tenho certeza! A filosofia de vida dele? De que adianta você ser o melhor batedor do mundo se você não conseguir chegar na bolinha? Juro gente. 30 minutos de aula e eu to pedindo pra morrer no cantinho. Sensacional.

O monitor cardíaco. Tive que comprar porque estava com medo de que infartar durante a aula. Pelo menos agora ele apita quando eu estou prestes a ter uma parada.

O paredão. Depois de algumas aulas, o professor me liberou para encarar o melhor jogador de tênis que existe. Ele nunca erra, e quanto melhor é a minha batida, melhor a bola volta pra mim e mais rápida eu tenho que ser pra bater de novo. Complexo. Deu pra entender? Eu demorei um tempinho, mas agora até que estamos nos entendendo.

O saque. Sem dúvida o conceito mais difícil para alguém que não consegue jogar a bolinha reto para o alto. Para ajudar, vale prender a respiração. Mas aí a batida é seguida por um gemido bastante constrangedor.

A testeira e as munhequeiras. Putz, na minha concepção a segunda coisa mais “playba” de se jogar tênis é usar testeira e munhequeira. Mas pra quem transpira igual um porco no espeto, é o único jeito de não ficar cega ou de a raquete não escorregar das mãos.

E pra finalizar, a coisa mais “playba” de se jogar tênis, em primeiro lugar e por larga margem: a saia com o shortinho com bolsos para as bolas. Não, eu não uso ainda. Talvez se eu tivesse o corpo da Sharapova eu teria coragem. Mas não é o caso por aqui.

Agora falem a verdade, com tanto investimento, tempo e energia, eu TENHO que aprender a jogar isso de qualquer jeito!!!

Milena escreve aqui às quintas. Agora, quase jogando tênis.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Should I stay or should I go?

Adoro aquela propaganda, que mostra várias situações onde é preciso decidir alguma coisa e a pessoa em questão está empacada no momento do vou ou não vou, em analogia à trocar ou não de operadora de celular.

Se eu soubesse que seria assim não teria escolhido isso. Não teria feito aquilo. Não teria vindo. Pensamos isso mais do que gostaríamos, e às vezes o dizemos sem pensar. Pior ainda é quando se ouve isso de alguém, a respeito de algo que se refere a você.

De escolhas e paciência são feitos os alicerces da nossa vida. Uma em função do resultado da outra, e vice-versa. Desconfio que o grau de destrambelhamento de alguém está bastante relacionado à sua dificuldade de fazer escolhas e sua falta de paciência. Estou ferrada.

Acorda. Decide a roupa. Decide o caminho do trânsito. Decide a cara que vai chegar no trabalho. Decide por onde começar. Decide se analisa o projeto chato atrasado ou se estuda com culpa alguma coisa interessante. Decide se o projeto vale a pena ou não. Decide se vai se afetar ou não com alguma adversidade. Diante de uma injustiça decide espernear, e acabar não dando em nada, ou mediocremente calar e sentir-se oprimido. Decide o que come no almoço (alguns decidem se comem ou não). Decide o que faz no intervalo. Decide se fala ou não com o chefe. Decide se compra ou não o batom. Decide se fica ou não até mais tarde. Decida se procura ou não um novo emprego. Decide se toma ou não uma cerveja. Decide se faz ou não algo que desagrada para agradar alguém. Decide pelo nome ou apelido no convite. Decide por rosa ou orquídea. Decide se caminha ou se dorme um pouquinho no sofá. Decide se é sincero ou deixa estar. Decide se reponde ou não o e-mail. Decide se lava a louça ou deixa para amanhã. Decide se segue tentando dormir sem sono ou se levanta e dá atenção à população de pensamentos barulhentos da cachola. Não decide se quer ou não continuar na cama até acordar (uma pena). Acorda e decide a roupa. Decide. Decide. Decide. Saco.

Já pensou se existisse um botão de fast forward que nos mostrasse o resultado das nossas escolhas antes que as fizéssemos? E outro de rewind quando já escolhemos mas não curtimos muito o resultado? Certeza de que nossa vida seria uma página em branco, uma pena, também.

E como crer na providência divina depois de ouvir que, em momentos de crise e decisões, não é sábio pensar que se Deus fecha uma porta, abre uma janela, mas sim, que ele não nos diz o que fazer quando estamos num corredor.

Gisele Lins escreve aqui às quartas-feiras. Nesta queria muito comprar uma lobotomia temporária.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Verde limão

Já enfrentei muitos desafios, muitos medos, tive muitas superações.

A maternidade, que é um desafio constante (não pensem as recém mamães que quando eles abandonam as fraldas tudo melhora, não!).

Estudar e trabalhar, com horários malucos, e responsabilidades demais.

Dirigir, depois de 8 anos com carteira e sem pegar no volante... muito medo, suor e tremor nas pernas, mais deixando a Ilda me levar do que eu guiar a Ilda (sim, meu carro também tem nome, e até comunidade no orkut!). Hoje já a levo pra lugares desconhecidos, desbravando estradas e engarrafamentos.

Apresentar trabalhos em público, com o coração saltando pela boca, mas apresentava.

Fazer mestrado trabalhando quarenta horas, fichinha!

Como vice-diretora de escola, tendo que tomar decisões e fazer cobranças, numa boa.

E hoje me peguei em uma situação que seria hilária, se não fosse comigo: camisa pólo verde limão, com o coral, cantando na inauguração de uma farmácia – e me borrando de medo!! Medo de quê? Nervosa, suando frio... Por quê?

Medo da voz não sair, de errar o tom, a letra, o hora...

Cantei com muito menos volume do que nos ensaios, mas cantei. Com o rosto vermelho, mas cantei! E depois deu uma sensação tão boa, sensação de sim, eu consigo. Claro que tenho muito a melhorar, mas EU CONSIGO!

Renata ainda está cantarolando as notas, cada vez mas desafinada, e ainda está com a camiseta verde limão – LINDA!!!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Feriado.


Mesmo que se trabalhe,
que se tenha a sensação de ainda assim
um dia a mais não bastará.
Afinal, provas, aulas,
trabalhos extra-currículares e, ainda,
encomenda de velas, não podem esperar.

Mas nem tudo é fel,
afinal, num dia churrasco,noutro também,
depois Macacos,
um filminho no fim da noite,
arrumar o quarto, lavar umas roupinhas,
e em meio a tudo isso,
aproveitar sua companhia, afinal, é feriado, em fim.

Silvia escreve às segundas, hoje buscando aproveitar as últimas horas do feriado.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Compatibilidade


Não sei como iniciar este texto que intitulei como compatibilidade, na verdade quero até falar de compatibilidade, mas não é o assunto principal. Tenho vivido momentos de intensa descoberta, trocas gostosas e razões sinceras. Me incomoda o frio alheio, a fome dos desabrigados, os disparates e as diferenças. Talvez ande me incomodando porque há algum tempo tenho andado ocupada demais com os afazeres diários e individualista o bastante para não perceber os outros. Esta péssima conclusão me incomoda como uma dor causa inquietude em meu corpo. Ás vezes me calo diante de muitas situações o qual teceria inúmeros comentários, todavia ando mais calada que o normal, mais cega que o de costume mais omissa do que o natural. O que posso argumentar se há algum tempo nada ando fazendo em prol dos outros... me restrinjo ao meu espaço, casa, escritório, shoppings próximos e caros, problemas rotineiros, relatórios diários, familiares poucos que ainda assim me falta tempo vez ou outra alguns amigos; os dias andam pequenos para mim, a paciência por vezes me falta, a saúde se complica facilmente e o esquecimento esporadicamente de modo ímpar me consome. Como a natureza é imparcialmente perfeita e a lei das ações e reações também, tenho necessitado de mais alfinetadas, lições de moral aguçadas e golpes de consciência irrestritos e tenho os tido.

(...)

Hoje conversei sobre projetos, mudanças, casamentos, planos juntos, crescimento, viagens, filhos, doações, humildade, concessões. Conversamos sobre a importância da doação e da ajuda ao próximo, do bem interior que faríamos a nós mesmos, como a inércia anda nos incomodando e o esquecimento cooperando.

Em aberto ainda com diversos segmentos da minha vida, como a missão de ajudar ao próximo, estou muito feliz pelo companheiro que Deus colocastes ao meu lado, alguém que me faz todos os dias querer ser uma pessoa melhor, desperta em mim os mais nobres sentimentos e que eu tenho uma inquestionavelmente compatibilidade. A vontade a doação já me espreita de modo peculiar; como uma pragmática que está a chegar... Que bom, esta consciência já me faz feliz, imagine então o dia em que eu estiver contando aqui sobre as experiências vividas, os sorrisos colhidos e os sentimentos trocados. Certamente, não caberei em mim!

Thacia escreve esporadicamente. Ela sabe que a vida é feita de escolhas. As más são sempre mais fáceis e cômodas e superficialmente até bonitas demais; as boas por vezes mais difíceis. Ela fica com as boas, suas concessões... sentimentos lindos, energias flutuantes... sorrisos emocionados, lágrimas sinceras... e todo o resto.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Quem pergunta o que quer, ouve o que não quer

Frase clichê, bem batida, mas verdadeira.

Como muitos sabem, fui mãe bem novinha. E hoje minha filha, lindona, tem 16 anos de idade. Mais alta do que eu e super madura para a idade, é comum ouvirmos comentários criativos e originais, como: nossa, parecem irmãs! Nem dá pra dizer que são mãe e filha. Tu deve ter sido mãe bem novinha. Ninguém diz que vocês são mãe e filha.

Às vezes dou respostas engraçadinhas, como: queria ganhar dez centavos para cada vez que ouço isso! Tu acha?! Ninguém nunca disse isso! He he!

Às vezes levo um pouco mais a sério, quando tenho mais intimidade com a pessoa, falo mais a sério. Conto que sou considerada uma prova de que existe vida após a gravidez na adolescência; uma gineco minha já pediu até se eu permitia que ela contasse a minha história para as pacientes com situação parecida.

Mas tem gente que se passa. E foi numa situação dessas que desisti de ser paciente e entender a curiosidade das pessoas.

Em um grupo, uma guria falou:

- Capaz que ela é tua filha!

Que veio rapidamente seguido de:

- Quantos anos tu tem? E ela?

Respondi as duas idades, e ela pediu:

- Com quantos anos tu teve ela?

Eu tinha respondido secamente, com todo o ar de que não tava dando corda.

Quando ela pediu com que idade tive a Annie, quase surtei! E falei:

- Pó, faz a conta! Tu tem os números e nem é conta de pedir emprestado. Tu consegue!

Todo mundo sentiu a tensão e riu da minha resposta, fazendo graça de guria.

Essa foi a triste gota d’água: decidi não ser mais tão legal.

Bah,eu não fiquei perguntando pra ela se ela tinha algum problema, se ela sempre era enxerida, se ela era mesmo retardada ou só se fazia. Mas eu não tenho intimidade com ela pra perguntar coisas pessoais, mesmo que eu tenha curiosidade.

Até porque quem pergunta o que quer, ouve o que não quer.


Renata tem orgulho de ser mãe de uma pessoa tão maravilhosa, mas só quem faz parte da sua vida tem direito de saber da sua história.

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