quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Dito

Vou dizer um segredo

Escrevi

Escrevi sem enfeites

Sou eu

Tava ali escrito

E sou eu

Você não leu

Quando li, me perdi

Onde estou?

Aqui sem segredos

Escrevi

Também vejo

Vem

Vou inventar mais um

Não posso parar

Sem garantias me declaro

Me deixe confiar em você

Tão sem garantias

Para inventar meus segredos

Te digo

Escrevi aqui


Juliana esporadicamente escreve que ainda não disse.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Reavaliação das Promessas de Ano Novo

O primeiro texto meu deste ano de 2010 foi sobre minhas promessas de Ano Novo. Eu pretendia “ligar o foda-se”, ou pelo menos tentar fazer isso. Acredito que tenha conseguido, sim, algum sucesso em umas poucas áreas. Mas vejo que foi muito pouco, e também vi que toda essa concepção de “ligar o foda-se” foi corrompida, foi distorcida, mal interpretada por muitas pessoas de meu convívio.


Primeiramente, meu conceito de “ligar o foda-se” era não se preocupar com o que não se pode fazer, ou com o que não é minha responsabilidade. Assim, tentei mesmo não me envolver em questões que pudessem gerar conflitos inúteis, e tentei me preocupar menos com o que eu não podia mudar. Foi um grande esforço, e, até durante alguns meses do ano, consegui ficar mais na minha, o que muito me ajudou.


Entretanto, com o passar do ano, o acúmulo de atividades, inclusive as que não são minhas, foi me deixando mais chateada, preocupada, e acabei deixando de lado o “ligar o foda-se”. Infelizmente a culpa recaiu sobre mim. Pessoas próximas me aconselhavam a não me preocupar, a deixar pra lá, mas eram as mesmas pessoas que deixaram suas atividades de lado, para “ligarem o foda-se, em alta voltagem”, às minhas custas. Isso me deixou ainda mais triste. Pra piorar, vieram as brincadeiras de mau gosto, insinuando que minhas preocupações seriam por motivos pessoais, e não exatamente porque eu fiquei com a responsabilidade daqueles deveriam cumprir suas tarefas e não o faziam.


O “foda-se” foi desvirtuado (estranha a expressão, não?!) em nome de uma total irresponsabilidade por parte das pessoas. Quem me dizia para “ligar o foda-se” jamais interpretou essa ação como fazer o que é possível, e deixar somente o que não se pode fazer para lá. Essas pessoas interpretaram o “foda-se” como deixar tudo pra lá, e fazer somente o que se tem vontade. Oras, é realmente muito fácil acusar alguém de estressada quando se deixa tudo para essa pessoa fazer, sabendo que ela vai fazer, e se faz somente o que se gosta.


Temos responsabilidades na vida que devemos cumprir, e que não têm nada a ver com “ligar o foda-se”. Não podemos deixar nossas responsabilidades para os outros, e achar que está tudo bem. E, sabendo disso tudo, ainda fazer gracinha com essas pessoas, dizendo que são estressadas, que estão com problemas pessoais, etc. Isso é falta de respeito!


Assim, diante dos acontecimentos deste ano, revogo o meu “ligar o foda-se”, com pesar, e assumo sim que sou a estressada. Se cumprir com minhas responsabilidades, e não deixar que recaiam sobre os outros faz de mim a estressada, então deixo o “foda-se” para quem é mais esperto do que eu. E seja o que Deus quiser!


O desabafo acima não deveria ser o último texto do ano de Tania. Mas, para começar um Ano Novo, é preciso acabar com as pendências do antigo. Não sei qual será minha promessa de Ano Novo, mas sei que não vou ferir meus princípios para tentar ser menos estressada. Tentarei achar outras formas que não firam ninguém.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Uma olhadela para trás, para 2010

Em Dezembro iniciaram-se minhas férias e de vários outros também, aguardei pelo Natal, entre a espera e o descanço fiz praticamente só o que me deu vontade. Aguardo agora por Janeiro, com apreensão e ansiedade, ainda estarei de férias mas tenho muitas metas e planos que gostaria de alcançar, antes que meus pés se encontrem novamente no chão correndo por 2011.

2010 foi um grande ano.

2011 será ainda maior.

Eu aprendi – coisas que nunca havia imaginado antes.

Eu descobri – que gosto muito de produzir com as mãos, apesar de nem tudo ficar como imaginei.

Eu ri – de tantas coisas.

Eu celebrei – sonhos que se tornaram realidade.

Eu chorei – pelas mesmas razões que eu celebrei.

Eu viajei – para a Túrquia e a Grécia.

Eu gastei – horas, dias, semanas com minhas agulhas e linhas.

Eu assisti – o tempo passar.

Eu fiz – coisas.

Eu sonhei.

Você já deu uma olhadela no ano de 2010?

Silvia escreve as segundas.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Espírito Natalino (?)

Que coisa linda esse espírito de amor, paz, alegria e confraternização que acomete os seres humanos nesse período do Natal!
Todos exalando bondade, amizade e carinho pelos seus semelhantes...
Famílias reunidas, preparando a ceia de natal, comemorando juntas, rindo e brincando, embevecidas pela companhia uns dos outros...
Lindo, não é mesmo?
Não.
Simplesmente rídiculo!

Sei que pareço "amarga" ao dizer isso, mas não é esse o caso.
O que ocorre é que abomino a hipocrisia que, parece, toma conta de quase todo mundo nesse período.

Pessoas estressadas, indo de loja em loja em busca de um número sem fim de presentes ou "lembrancinhas" para todo mundo (mãe, pai, irmão, irmã, tio, tia, primos, avós, cunhados, amigos, papagaios, cachorros, gatos e afins), gastando o salário inteiro e, por vezes, comprometendo o(s) salário(s) futuro(s) simplesmente para cumprir uma convenção...

Pessoas que se sentem solidárias, altruístas, caridosas porque resolveram comprar alguns doces de segunda mão, ou algumas porcariazinhas de R$ 1,99 e distribuir para crianças carentes...
Pronto! Sentem-se ótimas pessoas!
Afinal, o que importa se durante mais de 300 dias do ano não fizeram coisa alguma que pudesse ser considerada boa para alguém?
Ora, o importante é que o espírito natalino agora "tomou conta" de seus corações...
Veja a alegria nos olhinhos das criancinhas menos favorecidas recebendo aquelas "deliciosas" barras de chocolate feitos com gordura hidrogenada!!! (Afinal, não é preciso que o chocolate seja "de primeira" para que elas fiquem felizes, não é mesmo? Eo tal espírito de natal funciona de qualquer maneira, com itens de "primeira", "segunda", "terceira"...)
Tão lindo!
Tão singelo!
Ah! Por favor!

E o que dizer das "maravilhosas" ceias em família?!?
O ápice do tal espírito natalino!
Pessoas que realmente se amam e se respeitam (?), confraternizando em clima de amor e união...
Hipocrisia pura!
Na maior parte das vezes são pessoas que mal se vêem durante o ano ou que, no máximo, entre discussões e desentendimentos, suportam a existência umas das outras...
Claro que com isso não estou querendo dizer que todos, necessariamente, se detestem.
Longe disso!
O que ocorre com a esmagadora maioria das famílias é que, apesar de gostarem uns dos outros, esse clima de "amor, união e devoção eternos", na melhor das hipóteses, não é lá muito frequente... São, em geral, pessoas comuns, vivendo suas vidas da melhor forma que conseguem, preocupando-se com suas coisas e convivendo umas com as outras... Os utópicos que me perdoem, mas as coisas não são como em um comercial de margarina...

E depois da ceia em família, quando todos já estão indo para suas casas (intimamente felizes e aliviados pela noite, finalmente, ter terminado), o tal espírito natalino parece que se esvai...
No dia 25 as pessoas ainda tentam sentir-se boas, caridosas etc etc etc...
Mas, no dia 26...
Vida normal!!!
Ufa!!!
As pessoas voltam a ser individualistas, e a se preocupar somente com seus problemas...
E todos os anos é a mesma história...

Ora, me poupem desse papo de espírito natalino!!!

Interessante é que quando externo esse meu pensamento sobre a hipocrisia do tal espírito natalino, as pessoas costumam me olhar com espanto e com (fingida) reprovação...
E ainda dizem que eu devo ser uma pessoa muito amarga e infeliz.
Ledo engano...
Apenas não sou hipócrita...
Será que isso é tão ruim assim???

Déia escreve aos domingos e está muito aliviada porque ainda falta um ano para que o tal espírito natalino se repita...

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

E o Natal, hein?

Eu já gostei mais do Natal.

Já coloquei enfeite em árvores.

Já escrevi e enviei cartões pelo correio.

Já distribui presentes.

Já organizei confraternizações em família.

Não sei o que aconteceu pelo meu caminho, mas não sei mais como comemorar o Natal.

As crianças cresceram. A Dona Benedita se foi. A família se dispersou um pouco.

A gente ficou aqui.

Meio sem rumo.

Comeremos, beberemos e daremos risadas (como sempre fazemos e faremos), e ainda assim, nosso Natal está meio incompleto.

E vó, a senhora faz muita falta. Muita e sempre. Mas alguns dias são piores que os outros.

Milena escreve aqui às quintas.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Para o ano


Este ano quero guardar meu presente de natal


Já mandei embrulhar o presente


Com laço apertado na ponta


Papel transparente


E cor vibrante


Vai ficar debaixo da árvore com um bilhetinho escrito meu nome


Vai ser o último


E no final da festa não abro


Não deixo ninguém ver


Fica para o ano!


Juliana escreve esporadicamente.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Vestibular

Um ano antes: começa a tortura de pensar nas quase infinitas possibilidades de curso e de universidade;

Começa o cursinho, o terrorismo das professoras do terceiro ano e dos parentes que querem saber com urgência qual o curso escolhido, como se disso dependesse diretamente o bem estar deles.

Um semestre antes: começa os simulados, vestibulares para treineiros, leitura de notícias da atualidade sob a ameaça de que elas podem cair como tema da redação e a pessoa pode se ferrar muito se não souber o número de dias que os mineiros ficaram soterrados.

Um mês antes: é chegado o prazo final. A pessoa tem que se decidir, é a hora da inscrição. Choro, manha, chantagens emocionais, planos de vender sanduíche natural na praia porque nenhum curso é o ideal.

Chega o dia: acordar em pânico, chegar uma hora antes do horário para garantir que vai chegar. Concentração total, pressão total.

Três dias depois: sai o resultado. E agora???

Essa historinha não é nada fictícia, aconteceu lá em casa. O final da história? Minha filha passou nos dois vestibulares que fez, para engenharia civil. Numa das universidades foi o primeiro lugar!

Mas eu ainda acho que esse não é o final, é o começo.

Renata não cansa de se orgulhar da filha!!!!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Presentes, presépios, papéis

Meus presentes eu comprei no início de novembro, resolvi rápido, sem pensar demais, olhei, gostei, pensei nas pessoas que irão recebê-los, combinou, comprei. Mas me esqueci de você, logo você. E disse um dia desses no meio do caos da véspera de Natal - Ainda bem, já comprei todos os meus presentes. E vi seu rosto, seu sorriso, tão presentes em mim, e busquei por todos os lugares da minha memória pra ter a certeza de que havia me esquecido realmente do seu, o seu presente.

E até hoje não sei, comprei um coisinha aqui, outra ali, pensando em você, mas talvez, não pra você. E acordei um dia desses com saudades do seu abraço, dos dias que a gente sonha acordado em comum acordo. Peguei um papel e escrevi. Pra você, o seu presente.

Silvia escreve as segundas.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Eu digo "eu te amo"...

Às vezes me pergunto o motivo pelo qual as pessoas escondem seus sentimentos.
Ou, na melhor das hipóteses, simplesmente supõem que o outro saiba exatamente o que sentem.
Ledo engano...
As pessoas estão sempre ocupadas demais, distraídas demais...
Por vezes se arrependem por não terem dito o que sentiam umas às outras.
Não consigo agir assim...
Não consigo esconder o que sinto.
Quando não gosto, me afasto.
Não forço simpatia.
Não forço amizades.
(Fingir ser simpático deforma o rosto...)
Se gosto de alguém, imediatamente deixo isso claro para a pessoa.
E não somente por meio de gestos e/ou atitudes.
Eu olho a pessoa nos olhos e digo: "Eu gosto muito de você!".
Ou, quando a pessoa é realmente muito especial para mim, eu digo, sempre que posso, um sonoro "Eu amo você!".
E esse "amo você" pode ser dirigido a amigos, amores, parentes, professores... Não importa.
Penso que passamos rápido demais pela vida, pelas situações e, infelizmente, pelas pessoas.
Acredito que seja importante deixarmos que elas saibam o quanto fazem ou fizeram a diferença em nossas vidas.
No início pode parecer muito estranho.
Você se sente um tanto quanto esquisito...
E a outra pessoa pode até olhar meio desconfiada p/ você.
Nada disso importa...
O importante é que os bons sentimentos possam tornar as pessoas mais felizes...

Déia escreve aos domingos e quer dizer a todas as pessoas importantes de sua vida o quanto as ama e admira...

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Bisavó

Veio da Espanha e viveu aqui nos interiores

Os cabelos longos já eram todos brancos em seu penteado no alto da cabeça

Casa pequena e cheia de segredos, rodeada de netos, bisnetos e tantos

Tinha uma caixinha onde guardava seu dinheiro

Só para contar

E todo dia contava

Tinha medo dos sapos

Antes de morrer declarou: que não me levem os óculos, quero ser enterrada assim!

E por mais estranho, foi obedecida e só podia ser

Foi, já sem enxergar, com os óculos na cara

Frente a viagem mais longa e desconhecida

Rodeada de flores

Com a suavidade e a leveza que carregava aqui, partiu

Sua casinha ainda está com tudo no lugar

Pequenina e limpa

Linda

Foi

E ainda parece estar

Guardo comigo fiapos dos cabelos dela

Basília

Basílica

Com seus pés pequenos marcou passos

Sem escrever, desenhou nos caminhos da terra firme.

Juliana escreve esporadicamente.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Fim de ano

Mais uma vez fim de ano, compras de Natal, comidinhas também, fios de ovos e peru,
as compras eu já fiz, pelas delícias eu aguardo.
Chegamos a mais um fim de ano, sem saber como, nem pra onde vamos,
com dores na coluna, e algumas na cabeça, mas chegamos.
Festa de ano novo, aquela eterna dúvida cruel para onde ir, ou se o melhor mesmo é ficar em casa com uma garrafa de champagne se sua cama.
Janeiro, férias, em fim, e assim como você e eu, várias outras pessoas de férias tambem. Para quem fica em BH, deserto, ótimo para dirigir e ir a lugares que planejamos o ano inteiro e não tivemos tempo nem forças para chegar até lá. Para quem viaja, todo cuidado é pouco e o dinheiro também.
Mas em fim, fim de ano, sem aulas para planejar, apenas livros para ler, minha cama para dormir e quem sabe sonhar.

Silvia escreve as segundas.

domingo, 12 de dezembro de 2010

A Carta

Dia desses recebi uma carta!
Sim, isso mesmo, uma carta!
Dessas que são entregues pelo carteiro e tudo!
...

Há muitos anos que não recebia cartas...
Lembrei do início da minha adolescência, quando não havia internet, orkut, msn, twitter, facebook e por aí vai.
Quando queríamos falar com alguém distante, enviávamos cartas ou falávamos por telefone.
E, às vezes, rolava até mesmo uns cartões postais (será que ainda existem???)...
...

Ok, sei que muitos dirão que recebemos cartas aos montes todos os dias.
Sim, de fato. Mas não são propriamente cartas...
São catálogos, propagandas, cardápios, faturas (de luz, água, telefone, cartão de crédito) etc.
...

Essa que eu recebi, era realmente uma carta.
Escrita à mão e tudo!
E, o que é melhor, de um amigo que eu amo demais e que está fisicamente muito distante.
...

Ignoro o motivo de ter sido uma carta e não um e-mail, mas achei encantador...
Confesso que ainda não consegui guardar A Carta...
Ela está sempre à vista.
Não me canso de observar o envelope azul royal, o selo de um pipoqueiro (coisa mais fofa!), o carimbo do correio...
E, é claro, não canso de relê-la...
...

Na carta, esse amigo querido agradecia pelos muitos anos de amizade, pelo companheirismo que sempre esteve presente entre nós e dizia o quanto me ama e o quanto sou importante para ele.
...

Com A Carta em mãos, eu chorei.
Chorei de saudades...
Chorei de emoção...
Chorei de alegria...
...

Quero dizer a esse meu querido amigo que A Carta foi o melhor presente que ele poderia ter me dado e que a recíproca é 100% verdadeira.
E que amei receber novamente uma carta escrita à mão e entregue pelo carteiro...
Senti como se eu tivesse voltado no tempo...
:-D
...

Déia escreve aos domigos e está decidida a enviar, no próximo ano, cartas escritas à mão para todas as pessoas que ama...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Aceitar ou exigir?

Eram 17:45 o que marcava meu relógio e quando tive a falta de sorte de escolher aquele hospital para ser atendida e aliviar meus olhos.

Primeiro uma fila para a senha que me levaria a um guichê, que me levaria a outra fila, que faria meu nome ser dito bem alto, pedindo para que me dirigisse ao acolhimento 2. Acolhimento 2 onde tirariam uma foto minha com a cara destruída e depois me encaminhariam para nova sala de espera com uma singela pulseirinha verde no braço, meu pequeno purgatório.

Um lugar estranho cheio de gente sentido muita dor, sem poder fazer nada. Bebês choravam juntos com suas mães e todos torciam para terem seus nomes escritos na TV. Verdade isso tudo para ter o nome escrito nas Tv´s desta acolhedora sala, indicando a sala de espera do consultório que nos atenderiam.

É verdade o inferno é feito um labirinto, frio e esquisito, e a maior diversão é o programa eleitoral gratuito. Juro que nessa hora o diabo não cobra.

Já passavam das 22:00 e eu ainda não tinha aparecido na TV. Não, não é, piada!! Eu não estou falando do Sistema Único de Saúde.

E falar com uma enfermeira também não adiANTA muito. Aqui o “cliente” (ai até dói... mais ainda dói), pois é assim que aqui são chamados os pacientes, não tem sempre razão. Nem razão, nem dor!

Há essas alturas minha pulseirinha já era roxa, amarela, qual a cor de desespero?!

Eram 23:00 e mesmo sem ter meu nome na televisão, deito no meio do corredor, gesto que me faz ser imediatamente atendida!

E ir de encontro com uma médica residente (nada contra), mas completamente sem noção (nada a favor).

E depois de descrever meus 10 dias de desespero e todo aquele tempo de espera ali, a única coisa que a médica pode me dizer foi: “é, eu acho que você está sentido dor!”

“Olha, jura!”

Respondi de bate e pronto: “puxa que bom, Sra. muito obrigada por ter me avisado, por me dizer que estou sentindo dor, acho que não teria jamais percebido! E sinceramente fiquei aqui até o momento para ter certeza de que era dor o que eu sentia! A medicina está mesmo muito avançada!! Muito obrigada! Só peço para que me responda, por onde é que eu saio levando o que é meu?”

Corri para o hospital mais próximo dali, assustada e assistida por ser atendida diagnosticada, medicada e comedida em menos de 15 minutos e com a certeza de que às vezes nossa dor entra mesmo em lugares errados.

Como disse meu filho: Não vou mais “exigir” essa falta de respeito comigo!!! É não vou mais...

Juliana escreve esporadicamente.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Inimigo secreto

Fim de ano é época dos inevitáveis amigos secretos (ou amigos ocultos).  Por mais que todas as experiências anteriores indiquem que não é legal, a gente sempre faz! E este fenômeno é digno de estudos.

Pior dos casos é aquele amigo que não dá nem pista do que quer ganhar. Confio na sua sensibilidade, diz ela! Olha, minha amiga secreta, a essa altura do ano, nem eu confio na minha sensibilidade! Até porque, para comprar um presente que seja “a cara” da pessoa, você precisa conhecê-la bem. O que não é a realidade da maioria dos grupos pelos quais circulamos. Já é considerado um sucesso saber o nome de todas as pessoas, sem precisar de uma referência extra: aquela do cabelo assim, assado, que sempre fala tal coisa.

E o que falar dos traumas causados por tal brincadeira?! Eu lembro até hoje de ganhar um coelho de porcelana no amigo secreto da 3ª série! Certamente minha aversão a juntadores de pó remete à esta época!

Em uma ocasião, pedi para ganhar um porta CDs, simples. Um presente útil, impessoal, barato e fácil de encontrar. Sem erro! Ganhei uma caixinha cheia de laços e fitas, com sabonetes e uma toalhinha bordada, o cúmulo do frufru.  O inimigo secreto em pessoa.

Existem variações, como o amigo secreto temático (só vale dar canecas, por exemplo), o amigo secreto do contrário, em que a pessoa descreve seu amigo com o oposto do que ele é (impossível em grupos nos quais as pessoas nem sabem como os outros são, muito menos como não são!), o amigo secreto moderno (sorteio  e lista de presentes virtuais), e outros.

Como a brincadeira é inevitável, tomo cuidados como indicar de forma bem objetiva o que gostaria de ganhar e o que não gostaria de ganhar. E sempre rola uma adrenalina na hora de revelação. Quem me pegou? Será que é alguém que eu gosto? O que vou ganhar?

E assim, ano a ano, a brincadeira se repete, deixando às vezes mais traumas.

Renata não é de ferro, e confessa que a tal caixinha foi presenteada ao seu amigo secreto do outro ano!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Home sweet home

Finalmente, depois de comer as unhas, torcer o tornozelo,
aplicar provas, corrigir provas,
limpar a sala, devolver os livros,
bastante chuva, um pouco de sol,
terminar umas velas, continuar um tricot,
dirigir, fazer ginástica e dirigir de novo,
emfim e por fim,
em casa cheguei, e é fato,
ser professor é ser ator,
quando estamos tristes temos que parecer contentes,
quando felizes demais por que as férias já está olhando pela porta,
temos que parecer compenetrados no trabalho,
sempre em frente, pensando no progresso do aluno
e não no nosso descanço.

Finalmente em casa cheguei,
e não há nada melhor do que nossa casa.
Lar doce lar.

Silvia escreve as segundas.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Sinceridade nua e crua

Por um certo período de tempo, lecionei para o ensino fundamental.
Eu adoro crianças, mas... uma, duas de cada vez...
Uma sala de aula cheia delas, para mim, é demais!

Prefiro mil vezes as inconstâncias adolescentes...
Adolescentes não se importam em fingir sentimentos.
Se gostam de você, lhe oferecem o mundo.
Se não gostam...bem...azar o seu! Eles não estão mesmo interessados em lhe agradar...

E isso eu aprendi no meu primeiro ano como professora.
Certa vez um desses adolescentes que, obviamente, "não ia com a minha cara" estava tentando, a todo custo, impedir que eu desse minha aula: ria altíssimo, fazia piada de tudo e, o que é pior, incomodava os demais.

Lembram do Taz, aquele personagem mal-humorado do desenho animado, que vinha rodopiando como um tornado, destruindo tudo o que via pela frente? Pois é. Esse menino, por vezes, era assim!
É claro que eu jamais vou querer ter em sala de aula um aluno-estátua, que fica apenas olhando fixamente para mim, fingindo que presta atenção... Mas também não quero um aluno que aja como o Taz dos Looney Tunes...

Pois bem, na primeira oportunidade eu chamei o garoto para conversar e pedir sua colaboração e eis o que o danado me responde:

"Professora, o negócio é o seguinte: Eu não vou com a tua cara, tá sabendo? Não acredito em professor que é simpático demais, querido demais... Mas eu te respeito, porque tu sempre me respeitou...Então até vou tentar colaborar um pouquinho."

Obviamente que eu, no auge da minha inexperiência, não esperava uma resposta dessas.
Fiquei meio que sem ação por alguns momentos...não sabia se ria da situação ou se deveria dar-lhe alguma resposta específica.

Por fim, optei pela sinceridade absoluta:
"Olha 'fulano', é uma pena que tu não gostes de mim, porque eu gosto muito de ti. E, além de te respeitar, passei agora a também a te admirar!" e dispensei o menino.

Dia desses, malhando na academia, reencontrei esse menino, agora homem feito.
Sorrindo, ele veio falar comigo.
Relembramos esse episódio e demos boas risadas disso.

E ele disse que, no fundo, "até" gostava de mim, mas não podia admitir isso assim tão fácil.
Primeiro eu tinha que conquistá-lo.... ;-)

Definitivamente, o universo adolescente é de uma riqueza ímpar!

Déia escreve aos domingos e se sente absolutamente realizada em uma sala de aula cheia de adolescentes...

sábado, 4 de dezembro de 2010

Retrospectiva

Todo mundo faz promessa de Ano Novo, e, na verdade, a maioria não cumpre. Fica para o próximo ano. Eu, depois de muitos anos sem fazer promessa nenhuma, pois desacreditei mesmo dessa história, resolvi fazer uma no fim do ano passado, para este ano. O texto foi publicado neste blog, em janeiro deste ano.

Eu prometi “ligar o foda-se”, e pretendia fazer de tudo para consegui-lo. Eu queria me preocupar menos com as coisas, com os acontecimentos, com o que eu não consigo mudar, com o que não depende de mim, etc. Eu queria que essas coisas me afetassem menos. Assim, comecei o ano de 2010 empenhada em mudar de atitude frente a problemas, aos pequenos e aos grandes. Quando havia muita coisa para resolver, eu tentava me desligar do que era menos importante, me concentrar no urgente, e fazer, sem pensar muito. Depois eu resolvia os pequenos problemas. O que eu não conseguia resolver, quando havia cobrança, eu tentava não mais falar que não era possível, como fazia antes, e me desgastava. Eu passei a falar que estava em andamento, ou coisa parecida. Amigos e colegas me ajudaram com as desculpas para o que eu não podia fazer, e era cobrada, para evitar desgastes. Isso foi muito bom.

Infelizmente, só funcionou com pouca coisa. Ainda falta muito para que realmente conseguir “ligar o foda-se”. Eu ainda me preocupo muito com as cobranças, e com o que eu não consigo fazer. Mas já houve uma mudança, e isso me deixa mais tranqüila. Vou tentar repetir a promessa de Ano Novo, e vou tentar com mais afinco. Pelo menos, sei que houve mudança. Aliás, com relação ao que as pessoas pensavam, ou pensam de mim, nisso eu consegui “ligar o foda-se”. Antes, uma opinião sobre minha personalidade, ou sobre minhas atitudes, ou sobre meu jeito de ser, ou de vestir, tudo isso me afetava muito, me deixava muito triste, e era horrível. No fim do ano passado eu resolvi levar essas opiniões com humor, e isso foi ótimo! Eu passei a não me preocupar com o que as pessoas pensam de mim, e fiquei mais leve. Passei a fazer piada dessas pessoas, e passei a rir de cada situação. Resultado disso foi que a minha cobrança comigo diminuiu.

Sei que ainda falta muito, mas foram passos importantes, e para frente. Dessa vez, as promessas de ano novo valeram!

Tania voltará a fazer promessa de Ano Novo, e pretende levar a sério o “ligar o foda-se 2011”. Vamos ver no que dá.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A vida que me pertence

As meias sem par, a negação à rotina, à obediência e à normatização. O vício pelo café, pelo álcool, pela noite e outras cositas mas. A inconstância, a descerimônia. A vadiagem, o desapego, a preguiça, o sono. A solidão, a dúvida, o questionamento. A alienação, o esquecimento, a busca, o ingênuo, mas ativo engajamento. As calcas curtas, o dinheiro não poupado, o tempo gasto até o último vintém. O quarto do avesso, as diferenças acertadas, as áreas comuns. O eu, o outro, o nós. As disciplinas pessoais, os limites, as forças. Os desentendimentos, os diálogos, a impermanência, a partida e o ficar. A insegurança, a carência. O teto, o cobertor, a geladeira, o calor dividido em muitos sem quase não faltar nada a ninguém. Os incontáveis passados, o único presente, o futuro impensado. As possibilidades, o anonimato. A vida paralela, os projetos, crenças, aspirações e frustrações tão sortidas quanto pessoais. O tempo livre, a fadiga, a tosse. As contas, a roupa de cama e banho, a louça. A arte, o medo e a coragem, as paredes sem acabamento. A experiência, o cansaço, o abatimento. A fuga, a fugacidade, o desassossego. A vida que me pertence no presente momento.

Num mundo paralelo, tão meu quanto de ninguém, tão sem dono como todos, serviu-me como que feito por medida, nem pequeno nem grande. A mágica de ter todo e apenas o tamanho que merece, espaçoso o suficiente para que não transborde as linhas alheias.

E sumi na multidão.

Mariana escreve esporadicamente e anda assim ultimamente, só na multidão.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Impressões sobre Montevidéu

A cidade é bem parecida com as cidades brasileiras. Alguns prédios antigos, outros novos. Alguns bonitos, outros normais, outros feios.

A gente tem que tirar a mochila em quase todas as lojas e deixar no guarda-volumes.

Não deve-se dar moedas as crianças. Se você der para uma, as outras ficarão magoadinhas. Ou ficarão te seguindo. E você vai se arrepender.

Tem duas casas de câmbio em cada calçada. O melhor câmbio que eu achei foi dentro do cassino.

Táxis são muito baratos (menos o que vem do aeroporto). E alguns aceitam pagamento em reais, em dólar e em pesos.

Todas as farmácias vendem Clinique, Revlon e outras marcas legais.

A carne tem gosto estranho. Pode ser que alguém goste. Eu não gostei. Angus ainda é a melhor carne do mundo pra mim.

Os alfajores não são espetaculares como me prometeram. Expectativa é mesmo uma coisa triste.

As pessoas não tem cara de uruguaios. Pelo menos do mesmo jeito que nós não temos cara de brasileiros... rs

O restaurante no aeroporto não cobra uma pequena fortuna por uma refeição. É o mesmo preço dos restaurantes na cidade.

A taxa de embarque do retorno não é cobrada junto com a passagem. Não adianta. Não está. Ninguém sabe porque...

Milena só passou 2 dias em terras Uruguaias, mas voltou cheia de impressões. Escreve aqui às quintas.
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