quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Aceitar ou exigir?

Eram 17:45 o que marcava meu relógio e quando tive a falta de sorte de escolher aquele hospital para ser atendida e aliviar meus olhos.

Primeiro uma fila para a senha que me levaria a um guichê, que me levaria a outra fila, que faria meu nome ser dito bem alto, pedindo para que me dirigisse ao acolhimento 2. Acolhimento 2 onde tirariam uma foto minha com a cara destruída e depois me encaminhariam para nova sala de espera com uma singela pulseirinha verde no braço, meu pequeno purgatório.

Um lugar estranho cheio de gente sentido muita dor, sem poder fazer nada. Bebês choravam juntos com suas mães e todos torciam para terem seus nomes escritos na TV. Verdade isso tudo para ter o nome escrito nas Tv´s desta acolhedora sala, indicando a sala de espera do consultório que nos atenderiam.

É verdade o inferno é feito um labirinto, frio e esquisito, e a maior diversão é o programa eleitoral gratuito. Juro que nessa hora o diabo não cobra.

Já passavam das 22:00 e eu ainda não tinha aparecido na TV. Não, não é, piada!! Eu não estou falando do Sistema Único de Saúde.

E falar com uma enfermeira também não adiANTA muito. Aqui o “cliente” (ai até dói... mais ainda dói), pois é assim que aqui são chamados os pacientes, não tem sempre razão. Nem razão, nem dor!

Há essas alturas minha pulseirinha já era roxa, amarela, qual a cor de desespero?!

Eram 23:00 e mesmo sem ter meu nome na televisão, deito no meio do corredor, gesto que me faz ser imediatamente atendida!

E ir de encontro com uma médica residente (nada contra), mas completamente sem noção (nada a favor).

E depois de descrever meus 10 dias de desespero e todo aquele tempo de espera ali, a única coisa que a médica pode me dizer foi: “é, eu acho que você está sentido dor!”

“Olha, jura!”

Respondi de bate e pronto: “puxa que bom, Sra. muito obrigada por ter me avisado, por me dizer que estou sentindo dor, acho que não teria jamais percebido! E sinceramente fiquei aqui até o momento para ter certeza de que era dor o que eu sentia! A medicina está mesmo muito avançada!! Muito obrigada! Só peço para que me responda, por onde é que eu saio levando o que é meu?”

Corri para o hospital mais próximo dali, assustada e assistida por ser atendida diagnosticada, medicada e comedida em menos de 15 minutos e com a certeza de que às vezes nossa dor entra mesmo em lugares errados.

Como disse meu filho: Não vou mais “exigir” essa falta de respeito comigo!!! É não vou mais...

Juliana escreve esporadicamente.

Um comentário:

Andréia B. Borba disse...

Pelo amor de Deus!
Ninguém, absolutamente ninguém merece passar por uma situação dessas....
Credo!
Bjs!
Déia

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