domingo, 30 de janeiro de 2011

DAS COISAS SIMPLES


A menina gosta das pequenas gentilezas e dos pequenos gestos de carinho que, para muitos, acabam passando desapercebidos...
Ela gosta de abraços apertados, de sorrisos inesperados, de olhares um pouco mais demorados, do toque suave dos dedos acariciando seu rosto, de um beijo leve sobre seus olhos, de um "cheiro" demorado na nuca e de cobrir a orelha para dormir...
A menina gosta de ganhar flores, colhidas assim, ao acaso, e que, despretensiosamente, trazem consigo o carinho de quem as ofereceu...
A menina prefere as sutis, porém constantes, manifestações de carinho, do que arroubos apaixonados, do que afetos exagerados...
Outra coisa que a menina gosta muito é de quem sabe sorrir com os olhos, de quem não se esconde atrás de respostas prontas ou de sarcasmo mal dosado, de quem tem o riso fácil, de quem abre a porta do carro, de quem cede passagem ao outro (seja esse "outro" quem for), de quem sabe reconhecer, admirar e se alegrar com as conquistas alheias...
A menina também gosta de quem sabe ser leal, de quem sabe ser companheiro, de quem sabe ser amigo...enfim, de quem se dá por inteiro...
A menina gosta do outono, do silêncio, do mato, da noite e da lua cheia...
Ela gosta, também, de se deitar na grama, languidamente, e observar as nuvens no céu, imaginando com o quê os seus formatos se parecem...
A menina gosta de olhar para a copa das árvores e perder-se no farfalhar das folhas ao vento...
E, por falar em vento, a menina aprecia muito sentí-lo bater em seu rosto...
Ela gosta, também, de sentir o cheiro de grama recém cortada, gosta do cheiro que fica no ar depois da chuva, do cheiro de pão fresquinho e de observar as estrelas...
A menina gosta de acariciar seu bichano pelo simples prazer de ouvir seu ronronar...
Ela gosta muito de poesias, pois acredita que é por meio delas que os sentimentos transbordam...
A menina gosta de música...mas nem sempre e não de qualquer tipo...
E, à propósito, ela aprecia ouvir música clássica enquanto lê...
Aliás, a menina adora livros... ela gosta de sentir o cheiro dos livros, ela gosta de sentir suas texturas e de folheá-los ao acaso...
E ela também gosta de filmes, principalmente os franceses... A menina acredita, inclusive, que há um pouco de Amélie Poulain em cada mulher...
A menina também gosta de pipoca quentinha, de sorvete beeeeem gelado, de chocolate derretendo preguiçosamente na boca e de vinho cabernet...
Na verdade, a menina gosta muito, muito, muito...das coisas simples, que nem sempre são valorizadas...

Déia escreve aos domingos e prefere as coisas simples, que tornam a vida mais leve, delicada, expressiva, bela e prazerosa...

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Esse ano eu quero...

…dormir de janelas abertas quase todas as noites; poder andar a pé sozinha de madrugada; doar muita coisa; ter menos pessoas invejosas ao redor; menos amigos superficiais; mais companhias divertidas; mais almoços demorados; mais cervejas com colarinho; viajar; viajar; viajar e viajar muito; tomar mais banhos de chuva; usar mais chinelo; nadar sempre mais e mais; ter mais coragem de ser feliz; dar muitos abraços longos; ir mais ao cinema; ler cada vez mais; dançar; me conformar menos com algumas respostas; pegar menos bodes; voltar a desenhar; conhecer mais gente interessante; saber dizer não com mais freqüência e elegância; encontrar o controle remoto do foda-se.

Mariana escreve esporadicamente e se esforça pra ser cada vez mais leve.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

As Músicas de Minha Vida

Você já teve que escolher, entre todas as músicas que gosta, as cinco que mais marcaram sua vida? Como você faria essa escolha? Pois é, estou passando por essa experiência, e tem sido bastante difícil essa escolha.

Aconteceu o seguinte, faço parte de um grupo de quatro amigas, e uma delas mudou-se para outro estado. Fizemos as despedidas, e outra dessas amigas propôs que fizéssemos um CD com as cinco ou seis músicas que mais marcaram a vida de cada uma de nós. Assim, teríamos uma linda lembrança, para ouvir sempre.

A partir daí, comecei a pensar nas músicas que marcaram minha vida. Meu Deus; a cada dia descubro mais músicas! Acho que poderia criar as trilhas sonoras das novelas de televisão, de tantas músicas que fazem parte da minha trilha sonora pessoal!

Com muito custo, consegui criar alguns critérios, e reduzir as músicas da minha vida para menos de cinqüenta! Epa, mas são cinco, não?! Bom, menos de cinqüenta já é um bom começo para quem dorme, acorda e respira a base de música. Eu vou trabalhar, de ônibus, com meu MP3. Sem ele, não tenho condição de entrar no ônibus! Tenho dependência de música! E é um vício sério! Graças a Deus! Não pretendo me curar.

Para selecionar as seis, pois já não considero a possibilidade de cinco, adotei o critério das músicas que me acordariam de um estado de coma, caso colocassem para eu ouvir. Isso porque, uma vez li um livro, que me esqueci o nome, mas que uma mulher sofria uma acidente, ficava meses em coma, e o marido sempre colocava músicas da Madonna, que ela gostava, no quarto do hospital. Ela desperta do coma, mas com a memória da época da música, uma década antes do período do acidente. Aí demora algum tempo para que ela recupere a memória recente. Achei o tema interessante, e um bom critério para escolher minhas músicas.

Ainda estou tentando escolhê-las, mas já fiz a pré-seleção, das seis, e, quase todos os dias altero alguma música. Não sei como ficará minha seleção quando formos gravar o CD, que será em breve, mas, de todo jeito, acho que será uma bela lembrança, e que esse exercício de escolha das músicas já me fez muito bem, pois tenho relembrado lindos momentos de minha vida!


Tania não sabe ao certo quais as seis músicas de sua vida, mas tem feito um belo exercício de memória para resgatá-las de suas lembranças.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Mudando de canal


Desligo a Tv

Ela ainda me espia

Sem barulho

Me espia

Segue lenta em sua programação

Velha

É melhor dormir.


Juliana escreve esporadicamente.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Contos de fadas

Conversando com um amigo que desejou virar o Homem de Lata para não ter coração, eu disse que entendia. Às vezes me sinto Doroty, perdidinha...

Mas ela, diferente de mim, sabe exatamente aonde quer ir e recebe uma indicação facílima de seguir: os tijolos amarelos.

Pensando nos tijolos amarelos da minha vida e onde eles estarão, pensei também em como essas histórias falam da natureza humana sob diversos aspectos.

Eu, por exemplo, tenho dias de Lobo Mau, e quero devorar tudo o que vejo pela frente, incluindo alguns seres vivos!

Tenho dias de Ariel, quando minha voz some no momento em que mais preciso, e não falo o que queria dizer... são dias frustrantes.

Tenho dias de Bela Adormecida, tão desligada da realidade, que nem o Príncipe Encantado poderia me acordar.

Tenho dias de Peter Pan. E quem não tem?

Tenho dias de Pequeno Polegar e dias de Gigante, tal qual Alice comendo os lados do cogumelo. Às vezes me sinto minúscula perante o mundo, às vezes, grandona.

Tenho dias de Princesa Ervilha, tudo me incomoda. Ainda bem que esses são raros!

Tenho dias de Fiona. Tudo o que eu desejo nesses dias era morar numa floresta isolada com um ogro pra chamar de meu!

Tenho dias de Pequeno Príncipe, e acredito na pureza e na magia dos relacionamentos.

Tenho dias de Patinho Feio, e nem sempre viro cisne logo...

Tenho dias de Bob Esponja, e me auto divirto com minha imaginação!

Tenho dias, vários, de Mulher Maravilha, e acredito ter super poderes, poder fazer inúmeras coisas ao mesmo tempo.

Tenho dias de Chapeuzinho Vermelho, e sigo estrada afora, sozinha...


Renata acredita ser um personagem único nesse teatro que é a vida, mesmo que se enxergue em tantos outros. Espera que o desejo do Homem de Lata já tenha passado, pois é triste viver sem coração.

E você? Se parece com qual personagem?

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Escolhas

Matei aula, não queria, não fui, simples assim. Não tinha nada melhor para fazer, só não queria estar lá, queria dizer para mim mesma, eu que mando aqui nessa pinóia de vida, e pronto. Não fui. Sentei na lanchonete logo abaixo da escola e fiz um açaí durar uma hora e quinze. Aliás, ótimo açaí. Acabou, dei meia volta e fui pra casa - Ah que aula ótima!! Fiquei feliz da vida, afinal quem escolhe aqui sou eu. E fui vivendo, e fui levando a vida e o tempo.

Mudei um pouco, não muito, melhorei em alguns aspectos mas sei que piorei em outros, mas continuo a me incomodar quando sinto que não estou fazendo muito pelos caminhos que minha vida têm tomado, e nessas e noutras, não mato aulas mais, nem o trabalho; mas apreendi que eu escolho, sendo que o que quero muitas vezes é inusitado, inesperado e impensado. Mas tudo bem, afinal a escolha é minha e isso vale por tudo.

O ano mal começou, já foi, conversei daqui, soube dali, pensei, não muito, apesar de gostar de pensar nem sempre vale a pena o esforço, principalmente quando já sabemos aonde queremos chegar. E fui, junto com o ano, tomei algumas decisões que sei, muitos irão me julgar e achar que eu endoidei, mas tudo bem, só quero ter a certeza de que quem manda na minha vida sou eu, mesmo que icoerentemente.

Silvia escreve as segundas.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Da "terrível dificuldade" em fazer a barba todos os dias...

Se tem uma coisa que me deixa indignada, é ouvir um homem reclamar por ter que fazer a barba todos os dias!
Meu Deus! Qual é o drama em usar um barbeador elétrico ou passar uma lâmina de barbear no rosto???
Queridos homens-que-reclamam-por-ter-que-fazer-a-barba, vocês prefeririam depilar o rosto com cera quente?
Não??? Mas por quê??? Assim vocês ficariam livres de ter que, todos os dias, dispender 10 preciosos minutos para encher o rosto de espuma e nele passar uma lâmina...
Claro que há alguns poucos homens que, de fato, depilam o rosto com cera (pelo menos é as depiladoras dizem...). Bem, preciso dizer que nutro um profundo respeito por eles, mesmo sem conhecê-los...
Gostaria de fazer um convite aos homens que, por ventura, estiverem lendo isso. Convido-os a um pequeno “exercício imaginativo”. Pode ser?
Imaginem, por alguns instantes, que vocês são mulheres, ok? E que vocês precisam se submeter, no mínimo, uma vez por mês a uma sessão de depilação com cera quente.
Agora, meninos, imaginem a seguinte situação:
Você chega na depiladora e ela já lhe aguarda com aquele olhar sádico, com um sorrisinho sacana no rosto e com a típica mentira (contada por todas): “Relaxa, querida. Não vai doer quase nada...”
Bem, como se só isso já não fosse o bastante para lhe deixar com os nervos à flor da pele, a depiladora pede que você tire toda a roupa (sim, é isso mesmo que acontece se você vai fazer o “serviço completo”, ou seja, depilar buço, axila, virilhas e pernas), que deite na maca e que faça alguns contorcionismos dignos de uma artista circense. Você, é claro, obedece e fica em posições que são, no mínimo, ridículas, pois ela precisa “pegar os pelinhos que estão mais escondidos”...
A depiladora, então, besunta sua pele com aquela cera horrível que, na maioria das vezes é quente demais. Você começa a suar frio, mas tenta controlar a respiração para se acalmar e suportar a dor.
Mas eis que, de repente, antes de “começar o serviço”, a danada da mulher lhe faz uma pergunta qualquer (que, obviamente, você não pode responder somente com um “sim” ou “não”) e quando você está no meio da resposta, ela dá aquele puxão na cera!
E, logicamente, você aguenta calada, ou, no máximo, com um gemidinho sufocado (apesar de ter vontade de gritar de dor e de dar um cruzado de direita bem no meio da cara dela).
Aí ela olha para o local de onde quase arrancou sua pele, e diz: “Vou passar mais um pouquinho de cera porque tem alguns danadinhos que ainda não saíram...”
E (pasmem, homens-que-reclamam-por-ter-que-fazer-a-barba) isso se repete em todas as partes a serem depiladas...
Quando, quase uma hora depois, ela finalmente dá o último puxão, e você respira toda dolorida aliviada, achando a que a sessão de tortura terminou, eis que ela aparece com uma pinça para “retirar os pelinhos mais teimosos”.
Socorro!
...
Ok, agora que o “exercício imaginativo” terminou, eu pergunto a vocês: Por que diabos vocês reclamam tanto para cortar meia dúzia de pelos do rosto???

Déia escreve aos domingos e detesta depiladoras sádicas e homens reclamões.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Ponto Final

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escrever me permite colocar por aí alguns pontos de vista

Também silêncio e espero

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Juliana escreve esporadicamente.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Família...

Hoje li duas notícias que me preocuparam bastante. Uma dizia que uma clínica de fertilização aqui na minha cidade irá baratear seus custos para que famílias de baixa renda possam acessar seus serviços. E a outra sobre a regulamentação do governo para que mais pessoas possam utilizar serviços de fertilização in vitro. Não me entendam mal, tenho certeza de que renda, condição social, estado civil e opção sexual NÃO são fatores decisivos na educação de um filho, não são eles que tornam pais e mães melhores ou piores.
O que me preocupa nesta notícia é o avanço na discussão sobre fertilização assistida quando, em minha opinião, a discussão deveria ser muito maior no que se refere às crianças que já estão no mundo! Como professora, acompanhei inúmeros casos de maus-tratos, de desprezo, de abandono disfarçado ou não, de abusos dos mais diversos... de mães que tratam os pets melhor do que tratam seus filhos. De pais que são genitores, nada mais, e se sentem altamente prejudicados quando têm que se responsabilizar por alguma questão referente aos filhos. Eu já tirei um berne da cabeça de uma criança de 6 anos. Eu já atendi, numa segunda-feira, um menino cujo braço a mãe quebrara com vassoura na sexta-feira. Eu já tive aluno convulsionando nos meus braços. Eu já tive aluno que roubava, que mendigava, que usava drogas. Eu já doei sabonete, toalha, xampu para que uma menina tomasse banho na escola; ela recusou pois o seu cheiro mantinha o padrasto longe dela. Se algo acontecesse entre eles, sua mãe a mandava embora. Eu já ouvi vários relatos de abuso sexual, de violência, de humilhação, de abuso moral. Eu já fui mandada tomar naquele lugar por um aluno. eu já ouvi mães e pais defendendo os filhos nos seus erros, acobertando mentiras, ensinando a trapacear.
E esses são alguns exemplos, que me entristecem e me revoltam!
Há casos e mais casos de marginalidade envolvendo crianças, que poderiam, tenho certeza, ter sido evitados se houvesse um cuidador, um responsável, alguém que amasse e cuidasse dessa criança. Há casos de jovens que nunca ouviram um NÃO e não sabem lidar com frustrações: pegam o que querem, fazem o que querem e não lidam com as conseqüências.
Essa discussão é urgente: quem está cuidando das nossas crianças? Claro que os olhos se voltam para a escola, a vitrine da educação. Mas a educação começa bem antes, na família.
Não penso que as pessoas devam simplesmente parar de ter filhos! Sempre que amigos falam que não sabem se devem ter filhos, pois o mundo está muito complicado, eu digo que as pessoas de bem têm, sim, que ter filhos, senão o mundo só irá piorar.
Mas antes de o governo institucionalizar uma política para facilitar as gestações e antes de se buscar formas de baratear isso, é necessária uma política de educação de pais. De qualquer classe social, de qualquer organização familiar, de qualquer opção sexual.
É preciso que as pessoas entendam e assumam seu papel na formação de um outro ser: física, emocional, mental, espiritual.
É preciso que, antes de colocar uma criança no mundo, tenha-se a noção de que ela será sua responsabilidade. Ao contrário do que vem pregando o governo, cada vez mais paternalista, assumindo para si uma parte crescente do papel parental.
Sempre me perguntei por que há tantos pré-requisitos para adoção, se há mães que têm 9, 10 ou mais filhos, sem que ninguém possa nem ao menos lhe aconselhar um método contraceptivo definitivo. Mas e os direitos humanos? Como negar a essa mulher seu direito divino de gerar a vida? Mesmo que, comprovadamente, seus filhos estejam em situação de miséria e sem nenhum responsável pela sua formação. Estejam expostos a inúmeros riscos.
São discussões delicadas, que envolvem leis, direitos adquiridos, crenças, fé, família nas suas mais variadas composições; mas que são inevitáveis se quisermos um bom futuro para nosso país e para nosso planeta.
É aquela velha história: falamos em deixar um mundo melhor para nossas crianças, mas que crianças estamos deixando para o nosso mundo?


Renata entende que são assuntos delicados, mas que precisar ser pensados, discutidos, falados, pois dizem respeito à toda a sociedade.
Também sabe que educar um filho não é fácil, mas que, com amor, é possível.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Cantigas Infantis

Se tem algo que me intriga desde criança, são as cantigas infantis…

Claro que eu, assim como tantas outras crianças, cansei de brincar de roda cantando algumas dessas “preciosidades”. Mas depois que a brincadeira acabava, muitas vezes eu ficava refletindo sobre as letras das canções…

Meus pais é que sofriam com os “por quê isso, mãe?”, “por quê aquilo, pai?”… E, é claro, nunca obtive a menor atenção (nem mesmo dos professores!) quando eu saía por aí perguntando, por exemplo, porque a casa era engraçada se ela não tinha teto, não tinha parede, não tinha chão, enfim, não tinha nada…

O curioso é que, ainda hoje, cada vez que ouço alguém cantando uma dessas cantigas, parece que volto no tempo e as mesmas dúvidas ainda me incomodam.

E é impressionante o quanto algumas letras dessas cantigas beiram o absurdo… Vejam só algumas que eu lembrei:

"SAMBA LELÊ TÁ DOENTE / TÁ COM A CABEÇA QUEBRADA / SAMBA LELÊ PRECISAVA / DE UMAS 18 LAMBADAS" Olhem isso! O pobre do tal Samba Lelê, só porque está doente e com a cabeça quebrada merece levar umas 18 (!!??) lambadas???? E depois ainda dizem que eu, às vezes, sou um tanto quanto implicante…

"EU SOU POBRE POBRE POBRE DE MARRÉ, MARRÉ, MARRÉ / EU SOU RICA, RICA, RICA DE MARRÉ, DECI…" Nesta aqui, a criança aprende desde cedo as diferenças socias…

"FUI MORAR NUMA CASINHA-NHA INFESTADA-DA DE CUPIM- PIM- PIM"… E a pobre criança sai olhando as paredes à cata de furinhos na sua casa velha…

"A CANOA VIROU / POIS DEIXARAM ELA VIRAR / FOI POR CAUSA DE [FULANA] / QUE NÃO SOUBE REMAR. " Que espetáculo, não é mesmo? O sentimento de culpa deve ser introjetado desde cedo nos pequenos…

"MARIA TU ‘VAI’ AO BAILE / TU ‘LEVA’ O XALE / QUE VAI CHOVER / E DEPOIS / DE MADRUGADA / TODA MOLHADA / TU ‘VAI’ MORRER" A pobre criança que esquecer o casaquinho vai surtar achando que pode, a exemplo da tal Maria, cair mortinha… Afinal, resfriado para quê, não é mesmo? Bom mesmo é morrer de uma vez…

"TEREZINHA DE JESUS / DE UMA QUEDA FOI AO CHÃO” Até a pobre mulher se esborracha no chão nas cantigas dos pequenos...

"BOI, BOI, BOI / BOI DA CARA PRETA / PEGA ESTA CRIANÇA / QUE TEM MEDO DE CARETA"... Ah! Essa é espetacular!!! Imaginem que sono “tranquilo” tem a criança que adormece ouvindo que um boi com a cara preta vem lhe pegar?

"O ANEL QUE TU ME DESTES / ERA VIDRO E SE QUEBROU / O AMOR QUE TU ME TINHAS / ERA POUCO E SE ACABOU"... A criançada aprende cedo que o amor é frágil, pode “se quebrar” e se acabar por qualquer coisinha…

"O CRAVO BRIGOU COM A ROSA / DEBAIXO DE UMA SACADA / O CRAVO SAIU FERIDO / E A ROSA DESPEDAÇADA / O cravo ficou doente / A rosa foi visitar / O cravo teve um desmaio / E a rosa pô-se a chorar" Tragédia pouca é bobagem, não é mesmo? Nem as flores escapam…

Essa aqui, então, é insuperável!!! Que tal ameaçar carinhosamente a criança cantando: "DORME NENÉM / QUE A CUCA VEM PEGAR..." Ora, faça-me o favor!!! Que bendito neném vai adormecer tranquilo sabendo que, a qualquer momento, a tal "Cuca" pode vir lhe pegar???

"ATIREI O PAU NO GATO-TO / MAS O GATO-TO / NÃO MORREU-REU-REU / DONA CHICA-CA / ADMIROU-SE-SE / DO BERRO / DO BERRO / QUE O GATO DEU". Quem foi o maldito doente que criou essa “obra prima”??? Como se não bastasse o pobre do gato levar uma paulada e, surpreendentemente, não morrer, ainda tem a sádica da tal Dona Chica que fica admirada com o sofrimento do gatinho… Até parece uma apologia ao mau trato aos animais…

“MARCHA SOLDADO / CABEÇA DE PAPEL / QUEM NÃO MARCHAR DIREITO / VAI PRESO NO QUARTEL / O QUARTEL PEGOU FOGO / FRANCISCO DEU SINAL / ACUDA ACUDA ACUDA / A BANDEIRA NACIONAL Nesta cantiga, o pobre soldado é xingado de “cabeça de papel” (ou seja, é chamado de burro e imbecil por tabela) e sofre ameaça de ser preso. Além disso, o tal Francisco, que avisa que o quartel está pegando fogo, ao invés de se preocupar com as pessoas, grita que o que tem que ser salvo é a bandeira nacional!!!... Ninguém merece!

“ERA UMA CASA MUITO ENGRAÇADA / NÃO TINHA TETO, NÃO TINHA NADA / NINGUÉM PODIA ENTRAR NELA, NÃO / PORQUE NA CASA NÃO TINHA CHÃO / NINGUÉM PODIA DORMIR NA REDE / PORQUE NA CASA NÃO TINHA PAREDE / NINGUÉM PODIA FAZER PIPI / PORQUE PENICO NÃO TINHA ALI / MAS ERA FEITA COM MUITO ESMERO / NA RUA DOS BOBOS NUMERO ZERO” Ora, convenhamos que o mestre Vinícius (de Moraes) só podia estar querendo tirar um sarro dos “bobos”… Para que raios serve essa porcaria de casa?!?


“[…] O PATO PATETA / PINTOU O CANECO / SURROU A GALINHA / BATEU NO MARRECO / PULOU DO POLEIRO / NO PÉ DO CAVALO / LEVOU UM COICE / CRIOU UM GALO / […] CAIU NO POÇO / QUEBROU A TIGELA / TANTAS FEZ O MOÇO / QUE FOI PRA PANELA” E essa, então?!? O pobre (e violento) pato é um “exemplo”para qulquer criança, não é mesmo? Ninguém me tira da cabeça que o Vinícius queria tirar um sarro quando compôs essa cantiga…

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Déia escreve aos domingos e, apesar de achar certas letras curiosas, esquisitas, e, por vezes, até meio macabras, continua adorando cantigas infantis...

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Recomeço

Eu gosto muito do fim do ano.
Mas eu gosto muito, muito mais, do início dele.
Pra mim, janeiro é um mês de fazer promessas, de tentar ser diferente, de mudar coisas que me incomodam.
É também um mês para refletir onde eu quero estar quando o próximo janeiro chegar.
Tenho refletido muito sobre minha vida nessas duas primeiras semanas do novo ciclo, e ainda não sei onde estarei no próximo janeiro, mas onde eu estou agora? Em um lugar para sentar e agradecer.
E falando em agradecer e em mudar coisas que eu posso mudar, deixo aqui registradas algumas palavras que, vez ou outra, fazem muito sentido pra mim.


Com vocês, Alanis, Thank you.


How bout getting off of these antibiotics
How bout stopping eating when I'm full up
How bout them transparent dangling carrots
How bout that ever elusive kudo


Thank you India
Thank you terror
Thank you disillusionment
Thank you frailty
Thank you consequence
Thank you thank you silence


How bout me not blaming you for everything
How bout me enjoying the moment for once
How bout how good it feels to finally forgive you
How bout grieving it all one at a time


The moment I let go of it was
The moment I got more than I could handle
The moment I jumped off of it was
The moment I touched down


How bout no longer being masochistic
How bout remembering your divinity
How bout unabashedly bawling your eyes out
How bout not equating death with stopping


Milena escreve aqui às quintas e acha que recomeçar é preciso.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Tenho pressa

Essa frase me acompanha, sempre. Pessoas sem pressa me incomodam. Talvez porque eu ache que elas deveriam ter pressa. Talvez porque, no fundo, eu as inveje.
Quem me conhece não tem essa impressão de mim. Aparento ser calma e tão serena. Um engodo, pura propaganda enganosa. Uma ironia de quem me modelou assim tão calminha.
Tenho pressa para tudo e, pior, como não acredito em destino, quero meter a mão mesmo pra fazer acontecer.
Nem preciso dizer que, em geral, só o que acontece é que faço dar errado mais rápido.
Outro sintoma dessa pressa que me persegue: tento (percebam o verbo tento no lugar no verbo faço) fazer várias coisas ao mesmo tempo. Resultado: alguma sai mal feita.
E isso se aplica às atividades domésticas, trabalho, blog (sempre com erros de digitação!), relacionamentos...
Recebi um conselho de um amigo sobre esse meu problema: desapega. Não tenta controlar tudo, fazer tudo. Desapega.
Ainda não consegui, mas o tal conselho não sai da minha cabeça.


Renata está tentando ter menos pressa, fazer uma coisa por vez, ao seu tempo e, sim, desapegar-se.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Verão

Gente, eu simplesmente D-E-T-E-S-T-O o verão!

Você acorda, 07hs da manhã, toma seu banho, sai do chuveiro e...começa a transpirar!

Por volta das 08hs você está andando pela rua da cidade, e já começa a sentir o sol lhe "torrar os miolos"...

E trabalhar, então? Um horror!
Você transpira, ofega, abre as janelas...e sente aquele "bafo" quente soprando no seu rosto...
Se você tem a sorte de trabalhar em algum local com ar condicionado, menos mal.
Atentem para o fato de que eu disse "menos mal" e não "ótimo!".
Dificilmente será ótimo porque sempre tem aqueles reclamões de plantão: "Ai, esse ar tá muito gelado... Dá p/ subir um pouquinho a temperatura?".
Não consigo entender o motivo pelo qual esses aspirantes a pinguins não são capazes de levar um casaquinho consigo, já que sentem tanto frio assim...
Malditos sejam!

Além disso, o calorão ainda causa aquela sonolência, aquela moleza, aquela vontade de fazer nada debaixo de alguma sombra...

E dormir, então? Tarefa extenuante... Você deita e parece que os lençóis grudam... Você abre a janela e imediatamente os mosquitos começam a lhe devorar...
Você, então, decide ligar o ventilador e aí não consegue "pregar o olho" por causa do barulho... Afff!

Malhar, então, é um tormento...
Você entra na academia e aquilo parece uma sauna...
Você caminha 5 minutos na esteira e já está derretendo...
Você decide usar algum aparelho de musculação e ele está ensopado com o suor de algum cidadão menos caprichoso... Eca!
E isso sem contar o contínuo cansaço,,,

Às vezes acontece de, subitamente, você perceber que o céu começou a escurecer!
"Oba! Vai refrescar um pouco", você pensa, esperançosa...
Que nada! Ledo engano...
Chove, chove, chove e a temperatura fica cada vez mais abafada (E olhe que moro em uma cidade que nem é tãããããão quente assim... Aliás, a temperatura aqui é muito esquisita...Por vezes, temos as quatro estações em um único dia. Juro!)...

Ah, mas certamente alguém irá dizer: "Não seja tão rabugenta! Você esqueceu das praias!"

Ah! As praias! De fato, estava esquecendo delas...
Outro horror!
Zilhões de pessoas amontoadas sobre micro espaços de areia...
Crianças correndo alucinadas jogando areia por todos os lados, vendedores gritando "É O PICO-LÉ!!!" ou "PAMONHA-PAMONHA-PAMONHA! OLHA A PAMONHA-PAMONHA-PAMONHA!"... Aaaarghh!
...
Ok. Admito. Estou sendo reclamona... Culpa do calor!

Déia escreve aos domingos, está pensando em comprar um ar condicionado para o quarto e torce para que o verão termine logo...

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Ano novo

A sensação de ano novo, em branco, no qual tudo vai ser diferente, pelo menos para mim, já passou.
Acho que essa doce ilusão, um bálsamo para a alma cansada, deveria durar mais que um dia. Mas, infelizmente, não dura.
Quando você vê já anda procurando brechas na agenda, já estragou a dieta que ia começar, já viu mentira de políticos no noticiário (os políticos mudam, as mentiras não).
E, se bobear, nem lembra mais que o ano está recém começando.
Sei que é importante ter algo simbólico para final e início de ano, mas a verdade é que se deve sempre rever conceitos e opiniões, avaliar o ritmo de vida e fazer as modificações necessárias. Se deve sempre olhar com atenção as bênçãos que recebemos na vida. Se deve sempre buscar ser melhor: mais saudável, mais bonita, mais inteligente. Se deve sempre arrumar tempo para a família e amigos.
Não só no início do ano. Mas todos os dias. Essa é a minha principal meta! ;)

Renata agradece a todos os leitores do blog por 2010 e deseja que 2011 seja um ano muito generoso para nós!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Tempo de dentro

A tampa da chaleira em sua testa

Escorria

Pingava frio

Era o vulcão de seu peito

Pedindo vazão

Sobe

Desce

Esquece

Passa a mão

Torce por um vento

Bom que sopre

Assim de leve

Colocar a respiração no lugar

E ponto.


Juliana escreve esporadicamente.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Aniversário

Amanhã é o dia do meu aniversário e estou, antecipadamente, feliz com isso!
Contrariamente à maioria das pessoas, não é no dia 31 de dezembro que faço o meu "balanço anual" e sim no dia do meu níver.
É no dia em que percebo que estou "ficando mais velha", que tenho o hábito de refletir sobre todas as coisas que fiz ou sobre as que, por um motivo ou outro, deixei de fazer.
É nesse dia que traço planos, que estabeleço metas (que, obviamente, nem sempre cumprirei) e que penso em como foi bom ter vivenciado as experiências que vivenciei desde meu último aniversário.
É claro que eu sei que, efetivamente, é um dia como qualquer outro.
Também sei que, obviamente, as coisas não mudam porque eu, de alguma maneira, me sinto diferente.
O que acontece é que, de certo modo, sinto como seu eu pudesse modificar certas coisas, justamente porque me sinto diferente...
(Dá para entender isso ou parece que estou dizendo bobagens? Bem, se eu estiver dizendo bobagens... paciência... honestamente, não me importo... É bom dizer algumas bobagens vez por outra.)
Claro que também adoro esta data porque me possibilita receber o carinho de pessoas que eu gosto muito.
Tenho amigos queridos que nunca esqueceram de ligar, enviar um e-mail ou uma mensagem no dia do meu níver.
E, sem dúvida, isso faz com que eu me sinta querida...
Enfim, simplesmente A-D-O-R-O fazer aniversário!!!

Déia escreve aos domingos e gostaria de saber se mais alguém se sente assim com relação ao próprio aniversário...
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