terça-feira, 31 de maio de 2011

Você é normal?

Você é normal? Tem certeza? Já fez a representação gráfica da sua vida, com as médias dos altos e baixos, de quanto se sente feliz, triste, doente, disposto, orgulhoso, envergonhado pra saber?

Já pensou no nível de significância que as amizades, família e relacionamentos têm na sua vida? Se é significativamente maior que o da aparência, trabalho, dinheiro, status? E não adianta tentar comparar suas médias, sejam elas dependentes ou não, com as de outras pessoas. Não é possível estabelecer correlação alguma. E você nem deve querer se igualar, na média, com os outros. Nessa vida o bom mesmo é ser outlier.

E por falar em correlação, você já pensou em quantas variáveis de outras pessoas são dependentes das suas? Você pode nunca ter percebido, mas suas ações, gestos e palavras incorrem em consequências para os outros, nem sempre de forma conhecida, mas isso é real. E isso se aplica a casos positivos e negativos também!

Faça um teste de significância dos pilares da sua vida, e reflita sobre os intervalos de confiança aceitáveis para você não se afastar significativamente do seu verdadeiro eu. Se ficar insatisfeito ou preocupado com o resultado, estabeleça as hipóteses adequadas e faça a verificação. Mude o que precisar ser mudado.

Se perceber que certos aspectos que deveriam ter alto nível de significância não estão sendo devidamente valorizados, que você os superestimou, não se preocupe, você é normal. Todos passamos por alguns desvios (padrões). O importante é evitar que lês sejam tantos que o transformem em outra pessoa.

Se perder o foco, com todas essas análises, faça uma interpolação entre tudo o que é importante para você. Funciona.

E se nada desse texto fez sentido; ou se tudo nesse texto fez sentido, não se preocupe, você é normal.

Renata anda estudando muito estatística, mas não esqueceu dos leitores queridos desse blog!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Intolerâncias

Nada mais intolerante do que a intolerância. Não sei o porquê, mas o preconceito, a intolerância, seja ela religiosa, sexual, profissional, me incomoda mais do que outros atos também horríveis e criminosos.

Senti muito isso quando lecionava, e via alunos zombando de outros, e até de professores, por causa da cor de suas peles, ou por suas crenças, ou por comportamentos que não eram aqueles que a sociedade considera normais. Creio que esse é problema; ninguém entende que a palavra normal significa limitado por uma regra, por uma norma. Assim, aquele que não é normal deveria ser aquele que não é limitado pelas normas. É livre. Mas o preconceito transforma essas pessoas em marginalizadas, ou seja, forma da norma, à margem da sociedade.

Nas duas últimas décadas, a bola da vez da intolerância tem sido a profissão de professor. O professor vem sofrendo desrespeito, desvalorização, descrédito, agressões, críticas, e a sociedade pouco se importa, e até ajuda a humilhá-lo, a diminuí-lo. O professor é julgado e condenado pela falta de educação, respeito e limites de crianças e adolescentes, cujas famílias entregaram toda a responsabilidade pela formação aos professores.

Com isso, sofro ainda mais. Venho de uma família que já está na terceira geração de professoras. Isso significa que esta família viu a imagem do professor passar de mestre a carrasco, e não conseguiu se defender. Hoje, a classe de professores sobrevive, em meio às críticas, à desvalorização, ao descaso, ao abandono da realidade violenta da sala de aula.

Assim, em meio à uma sociedade cada vez mais individualista e preconceituosa, deixo esse desabafo, que não adianta nada ,mas não podia mais conter.

Tania desabafou, como faz em alguns momentos nesse blog, pois não suporta tanta intolerância pelo que não deveria haver.

domingo, 29 de maio de 2011

...o mundo acabou de se refazer em você...

E a Menina se pergunta constantemente qual é a graça de se "pisar em ovos" a vida inteira, qual é a graça de se temer a força da vida...

Diz a Menina:

- Deixe vir o turbilhão, feche os olhos, abra bem os braços e se entregue...

- E quando tudo tiver serenado, suspire fundo e sorria com satisfação, pois o mundo acabou de se refazer em você...

Déia escreve aos domingos e sorri satisfeita...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Uma lista aleatória – Coisas que me fazem sorrir, sempre. =D

O céu azul no inverno.

A paisagem no caminho do trabalho.

A paixão da minha vida, aos 3 anos de idade e com a cara toda suja de chocolate, falando “Milena, eu gosto de você, tá?”

Pilhas de tecidos recém-cortados.

Fitas de gorgorão enroladinhas.

Flores no cabelo. Lacinhos também.

O refrão de certas músicas.

A voz e o sorriso de um certo tenor.

Sorrisos sinceros.

Abraço apertado de grandes amigos.

Lojas de aviamentos.

Gente que chama foto de retrato.

Receber fotos das crias das amigas.

Meu dentista, que me conhece desde 2005.

Hambúrgueres.

Gente que sabe ser doce sem ser piegas.

Atitudes positivas.

Quilts.

Textos aleatórios que brotam na minha cabeça às vezes.

Milena escreva aqui às quintas. Quase sempre.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Prevenção de Mico

Sabe essas coisinhas do dia-a-dia que seriam engraçadas se não fossem com você? No meu caso, elas costumam ser comigo. Compartilho, para ver se elas ficam mais engraçadas.
Sábado de manhã dei uma saidinha, na corrida. Vesti qualquer roupa, de qualquer jeito, e fui.
Na volta, vi um grupo de 5 ou 6 pedreiros que estavam arrumando a calçada do prédio parados em frente à porta, do lado de fora. Se eu passasse direto, eles nem me veriam, pois a porta tem película. Mas como eu sou muito legal, uma pessoa boníssima como diria uma amiga, fui ver o que eles estavam esperando e se precisavam de ajuda (sim, eu sei que vou pro céu).
Eles precisavam falar com o síndico, expliquei como eles deviam fazer, me despedi e saí.
Quando cheguei em casa, ouço minha filha:
- Mãe, tu saiu com essa calcinha desse jeito?!
Acontece que a tal "calcinha desse jeito" é possuidora de um laço na parte posterior, que costuma ficar por fora da calça por conta própria, bem visível a quem me vê de costas (como se estivesse "para presente"). Neste caso, bem visível aos pedreiros!
Ao menos, me consola saber que devo ter feito o dia deles mais feliz. No mínimo, mais engraçado.

Renata já deu um jeito no tal laço. Medidas preventivas de micos!

domingo, 22 de maio de 2011

Quem é a menina?

Há muitas pessoas que perguntam à menina quem, de fato, ela é.
Há muitos que querem saber o que a menina pensa.
E insistem.
E ela então se pergunta até que ponto essas pessoas suportariam conhecer a menina que se esconde por trás da menina...

Não há só uma essência na menina.
Ela não é una.
É múltipla, plural.
Ela não carrega consigo uma só verdade, porque acredita que a verdade tem mil facetas distintas.

A menina é alguém que gosta de olhar fundo nos olhos dos outros, que gosta de sorrir rasgado e que sempre ri de si mesma.
A menina é alguém que não finge sentimentos.
Se ela ama, se entrega.
Se despreza, dá as costas.
Ela não finge ser simpática.
Com ela é assim: Se gostou, seja bem-vindo. Se não gostou, vá em paz.
(E talvez, por isso, muitos não saibam como agir ou o que esperar da menina)

Ela é alguém que gosta do risco.
Dos que se arriscam.
Dos que, assim como ela, não tem medo de dar a cara à tapa.
A menina é alguém que gosta, ainda, dos que a desafiam.
Dos que a arrancam do tédio.
Dos que tocam fundo seus sentimentos. . .
Ela é alguém que gosta do tudo ou nada.
Daquilo que é morno, ela quer distância.

A menina é uma pessoa que está realmente feliz com aquilo que tem.
Mas que não se contenta com isso.
Não se acomoda.
Os sonhos da menina estão sempre lá adiante, tocando as estrelas.

A menina é alguém que não se deixa, jamais, paralisar por seus medos e inseguranças.
Ela é alguém que se joga naquilo que acredita.
E a menina é alguém que erra.
Que erra muito.
E que erra feio.
Mas que jamais deixa de tentar por medo de errar.

A menina é alguém que, a despeito de quaisquer reveses, sempre seguirá adiante, pois sabe que tem como nome a própria coragem ...

Déia escreve aos domingos e pode afirmar seguramente que apesar de às vezes não parecer, a menina é, também, alguém profundamente sensível...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Lá, e de volta aqui outra vez

Há mais de um ano não dou as caras por aqui. Eventualmente passei pela porteira e por lá fiquei de pé, encostada, observando em silêncio, ouvindo de longe os barulhos, as risadas, as polêmicas, enquanto lambia minhas feridas em silêncio. Eu não queria entrar. Eu não podia.

Perder minha mãe abriu um buraco tão grande no meu coração que ele próprio se tornou um grande buraco, onde caí. De lá fiquei surda e apática a quase tudo que antes mobilizava meus sentimentos, inclusive vir até aqui. Eu não queria sentir, nem minha perda, nem nada. Eu não podia sentir, pois buracos não sentem dor, nem amor.

Fui engolida por papéis, assaltada por cartórios e impostos, estuprada por regras e burocracias e tele-atendentes surdos. Calei minha voz frente às injustiças que sempre fizeram meu sangue ferver. Curvei-me à soberania das mesmas e acabei afogada no fel da resignação que delas escorre abundantemente. Como recompensa, consegui viver um dia após o outro, sem coração, e um pouco anestesiada da sensação de ter tido a mulher mais importante da minha vida arrancada violentamente de mim. Desta vez, briguei feio com a morte, esta puta de quem antes eu sequer tomava conhecimento.

Quando as coisas começaram a se acalmar um pouco o ser debaixo da minha pele me incomodava muito e tive que mudar. Eu queria a mudança pela mudança, mudar porque podia. Mudei de emprego, então. Agarrei uma boa oportunidade como um náufrago se agarra desesperado a um tronco que corre pelo mar, antes de perceber que no fim dava pé onde o navio afundou. Há, que doce o consolo de escalar outras preocupações para esquecer as que já existem. Pena que nunca houve um beberrão de pinga que tenha se curado de alcoolismo bebendo cerveja.

Até que não fiz feio, fiquei bem orgulhosa de mim e bem feliz com a paisagem que eu via à frente, mesmo tendo que, aos poucos e quase sem perceber, abrir mão de tantas coisas tão fundamentais. Mil quilômetros por semana, doze horas por dia e os monstros do trânsito aliaram-se às minhas assombrações. O ser debaixo da minha pele passou de novo a me incomodar muito, ele sentia saudades e estava tão cansado de tudo. Fiquei com saudades de eu mesma, sabe? E até de coisas legais que antes eu tinha e nem sabia que eram legais. Re-pedi demissão, re-mudei de emprego, re-voltei para minha velha vida.

Só que agora percebo que não sou mais a velha eu, o que está tornando minha velha vida bem mais jovenzinha. Genuinamente não me importo com tantos dedos apontados dizendo que bem feito, teve que voltar, não foi? Não tive que nada, nem pra ir nem pra voltar, escolhi cada dia deste ano do cão. Genuinamente tenho me importado com tão pouco! Eu não quebrei a cara como muitos torceram e acreditam. Eu fui e voltei novinha em folha.

Amadureci na peleia, vi horrores e volto agora com o pala em tiras, cansada. Mas não venho só, acompanham-me o silêncio sóbrio de quem vem da guerra, a dor que nunca cura de quem perdeu um ser amado, a coragem que precisei convocar e não mais me abandonou e, com muita surpresa, a melhor de minhas companhias: a gratidão de ter tido oportunidades e outras pessoas amadas para me ajudar a levantar.

Hoje ao passar de novo por esta porteira, resolvemos todos entrar, tomar um mate e dar um alô. Quem sabe numa hora destas eu não tropeço por aí no meu coração, de buraco bem tapado e criando raízes debaixo de uma figueira?

Gisele Lins costumava escrever aqui esporadicamente e quer muito conseguir voltar a atravessar esta porteira.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Apego

Janeiro de 2007, olhei meu caderninho de contas pela enésima vez, constatei o que já sabia, todo o pouco que recebia com aulas particulares escorriam pelos meus dedos em coisinhas que não precisava realmente. Por vezes comprava livros e CDs, mas no geral a futilidade reinava. Somei tudo o que ainda deveria pagar e fiquei abismada. É incrível como é fácil gastar. Não sabia ainda que também não era tão difícil como pensava, economizar. E resolvi comigo mesma que iria abrir uma poupança e zerar meu cartão de crédito para comprar algo melhor pra mim. Resolvi comprar um computador.

Quase um ano se passou após minha decisão e no fim de 2007 viajei com minha mãe, já com o dinheiro para comprar o bendito. Comprei-o logo no primeiro dia, guardamos no cofre do quarto do hotel e na volta para casa, descobri em São Paulo que minha bagagem havia sido violada e que o meu querido foi roubado.

Após um ano e meio de busca de provas do que ocorrera, conseguimos receber da companhia aérea o valor do computador aqui no Brasil, que era bem mais caro, claro, com correções, juros e tudo mais. Viajei novamente e comprei um segundo computador, que está comigo até então.

Três anos se passaram, uso o pequenino pra literalmente tudo, trabalhos, escola, aulas, fotos, meu site, todos os texto do blog, documentos de viajem, em fim tudo. Sei que está na hora de comprar uma memória externa, mas ainda não o fiz. E esse fim de semana, pela primeira vez de sua existência comigo, ele teve que ir ao "médico". E percebi como sou apegada a ele, minha primeira compra significante.

Silvia escreve às segundas, hoje aguardando ansiosa o retorno do seu pequenino.

domingo, 15 de maio de 2011

Da dor e do sofrimento

A menina peregrina constantemente em busca da alegria.
Ela gosta de bom-humor, de brilho no olhar, de sensualidade, de alegria de viver...
A raiva, a inveja, a falsidade e a dor de cotovelo lhe inspiram repulsa.
Mas o que a menina detesta mesmo é o sofrimento opcional.
Aquele phátos insano pela própria dor.
Aquela mania doentia de se agarrar desesperadamente à dor na tentativa de prolongá-la ao máximo.
Aquela espécie de orgulho mal disfarçado de quem bate no próprio peito e brada dramaticamente: "Oh! Pobre de mim! Vejam como sofro! " .
A menina sente profundo desprezo por pessoas assim.

É claro que a menina não está sempre alegre.
Tampouco está sempre bem-disposta.
A menina, às vezes, simplesmente não está. . .

Contudo, a menina sabe que existe dor.
Sempre existirá.
E não vê problema algum nisso, pois compreende a dor como parte intrínseca da sensibilidade de estar viva.

E a menina jamais se furta à dor.
Ao contrário.
Se há que doer, então que doa intensamente!
E a menina abre-se tal qual botão em flor para acolher a dor.
E sente.
E chora.
E sangra.

Mas a menina jamais se apega à dor.
Ela permite que a dor se vá antes que se transforme em sofrimento.
E então a menina se renova.
E recomeça.
E caminha.
E corre.
E voa...

Déia escreve aos domingos e sente imenso prazer na plenitude de se entregar à vida.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Minha Viagem ao Sul

Passei o último fim de semana no Rio Grande do Sul. Fui, com mais duas amigas, visitar uma outra amiga que se casou e mudou para Porto Alegre no fim do ano passado. Foi um passeio maravilhoso, e conhecemos também Gramado e Canela. Minha amiga está muito bem e feliz, e todas nós ficamos muito felizes por ela. Foi um reencontro muito bom, e, além de passearmos, também gravamos aquele CD que comentei em outro texto, sobre as seis músicas que mais marcaram nossas vidas. Cada uma escolheu suas seis músicas, e gravamos um CD com 24 músicas, de estilos e épocas totalmente diferentes, que não eram propriamente as músicas que mais gostávamos, mas que, por algum motivo, marcaram muito nossas vidas. Foi emocionante.

Mas, de tudo isso, o que mais gostei foi ter tido a coragem de descer na tirolesa, no Alpen Park, em Canela. Parece bobagem, mas, para quem é medrosa, covardona como eu, é praticamente impossível descer num cabo de aço, dependurada, numa velocidade alta, em uma altura inimaginável, pelo menos para mim! Ah, foi uma vitória! Uma de minhas amigas se animou, e então eu me animei também, e fui, na cara, e na falta de coragem mesmo, mas fui! Foi ótimo, e quero repetir a experiência! Saí de lá elétrica, como se tivesse tomado um litro energético na veia! Fiquei acordada até de madrugada, rindo à toa, sem prestar atenção em nada do que me falavam, mas, ao mesmo tempo, prestando atenção a tudo o que acontecia ao meu redor. Estava muito engraçado, e minha amiga, que também desceu a tirolesa, estava do mesmo jeito.

Enfim, foi uma linda viagem, um belo reencontro com nossa amiga, visitamos lindos lugares, e eu ainda consegui vencer um de meus medos! Inesquecível!

Tania se empolgou tanto que está querendo colocar uma tirolesa do prédio que ela trabalha até o prédio vizinho, do outro lado da rua, para brincar, de vez em quando. Rs....

terça-feira, 10 de maio de 2011

Coisas para manter distância

Barulho de porta rangendo
Gente manhosa gemendo
Frio com dente batendo.

Torneira na pia pingando
Gato no cio brigando
Viagem com crianças chorando.

Gente espiando meu jornal
Extrema alegria matinal
Querer ser igual ao “normal”.

Luz quando estou dormindo
Pessoa querida partindo
Falar o que não está sentindo.



Renata escreve às terças, e está feliz da vida!

domingo, 8 de maio de 2011

Inteligência é um poderoso afrodisíaco...

Infelizmente a maior parte dos homens ainda não percebeu que a beleza, para nós, mulheres, é completamente irrelevante.

A beleza morre nos primeiros 15 minutos.

Após isso, o que fica é o carisma, o brilho no olhar, a gentileza, o sorriso...

Homens, pelo amor de Deus, entendam de uma vez por todas:

a) que barriga “tanquinho” não segura mulher alguma;

b) que, sinceramente, não estamos interessadas no tamanho do seu bíceps, do seu tríceps, do seu peitoral...

c) que o seu trapézio pode ser maravilhoso para você, mas para nós, mulheres, não faz a menor diferença... (inclusive a maioria de nós sequer sabe onde fica a porcaria do seu trapézio!)

d) que ser gentil, educado e sensível NÃO FARÁ COM QUE PENSEMOS QUE VOCÊS SÃO GAYS...

e) que abrir a porta do carro para nós é um ato de cavalheirismo extremamente apreciado e poderoso ...

f) que detestamos quando vocês ficam falando apenas daquilo que interessa a vocês...

g) que, definitivamente, não estamos interessadas em saber como a sua ex era bacana, simpática, querida ou boa de cama...

h) que detestamos quando vocês encontram um amigo e o cumprimentam dizendo coisas do tipo: “E aí seu veado?” ou “Como é que vai seu corno?”...

i) que detestamos mais ainda quando, depois de cumprimentar o amigo da maneira citada acima, vocês olham para nós com cara de imbecis e nos dizem algo do tipo “Esse filho da puta é muito gente boa”... (Aaaarrrggghhh!)

j) que adoramos homens com senso de humor, que nos façam rir mas, pelo amor de Deus, tenham noção do ridículo...

k) À propósito, JAMAIS contem piadinhas imbecis e fiquem nos olhando às gargalhadas esperando que achemos graça...

Vejam, é muito simples, suas chances conosco aumentarão muito se vocês tentarem ser INTERESSANTES...

Acreditem em mim:

INTELIGÊNCIA É UM PODEROSO AFRODISÍACO!

Déia escreve aos domingos e esse post é uma espécie de desabafo...

Déia recentemente presenciou um aluno seu (de aproximadamente 18, 19 anos) que, na tentativa de chamar a atenção de uma colega que lhe despertava interesse, começou a alisar o peitoral, a mostrar o tríceps, o bíceps e (pasmem!) até o tal trapézio... Aaaaaarrrrgggghhh!

sábado, 7 de maio de 2011

Sobre Medo e Coração

Temo a mesmice. Temo o egoísmo. Temo a falta de se deixar levar. Temo a cidade cheia de individualismo e a falta de tempo. Temo o tempo. A falta e a demasia. E temo ter todo tempo do mundo pra fazer absolutamente nada. Ou melhor: pra fazer exatamente o que quero. Ver é diferente de olhar. E disso já estou farta.

Mas nesse exato momento, o que menos esperava era conforto. Precisava mesmo era de tempestade, de um redemoinho que a levasse pra onde havia deixado sua essência. Precisava viver sua vida e decidir o que queria comer no jantar. Pois é, ela sabia disso direitinho. Sabia de todos os poréns do seu dia-a-dia e resmungava solitariamente que a partir daquela semana as coisas seriam diferentes. Nada fazia sentido. Nem sua pouca felicidade. Nem o fato de acordar tarde todos os dias implorando pro tempo passar mais rápido. Nem seus não-filhos. Nem a solidão. Nada disso fazia sentido, mas a fazia grande. De alguma forma. E, apesar de continuar ali, naquele vácuo de vida, lembrava da ferida aberta bem no meio do seu coração. A casca caída no chão. Juntou cada pedaço pequenininho e jogou um por um no lixo do banheiro. Ferida. Pele. Casca. Coração.

Mariana está bem e escreve esporadicamente. Está finalmente curada das feridas do corpo. As da alma permanecem em seu lento, porém progressivo processo de cicatrização.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Rumo à Civilidade

"Uma sociedade decente é uma sociedade que não humilha seus integrantes. O tribunal lhes restitui o respeito que merecem, reconhece seus direitos, restaura sua dignidade, afirma sua identidade e restaura sua liberdade." (Min. Ellen Gracie)

Enfim, podemos dizer que vivemos em um país que pretende um dia tornar-se decente. Infelizmente, acredito que falta muito ainda para que o país atinja o que minha mãe me ensinou ser decência, mas demos um precioso passo neste sentido. Hoje, o Supremo Tribunal Federal, por unanimidade, reconheceu a união homoafetiva como uma entidade familiar, apta a receber proteção estatal, estendendo todos os direitos civis relativos à união estável às uniões homossexuais.

Na prática, significa que, agora sim, as pessoas serão todas tratadas com mais igualdade, já que, independentemente de sua orientação sexual, comprovada a união estável, prevalece o direito à herança, pensões alimentícia ou por morte, de ser dependente em planos de saúde e previdenciários. Mais: os cartórios de registro civil devem proceder ao registro de contratos de união estável homoafetiva sob pena de serem acionados judicialmente. A polêmica acerca da realização de casamentos entre pessoas do mesmo sexo e adoção, todavia não foi dirimida, embora tudo nos leve a crer que futuramente estas questões também serão superadas. Mas já é alguma coisa.

A decisão do STF reflete uma mudança da sociedade. E as mudanças sociais, os fatos, o Direito jamais conseguirá acompanhar. Principalmente quando se tem entre os membros do Legislativo os Bolsonaros da vida. Foi preciso que o órgão judicial máximo se manifestasse acerca da constitucionalidade de um direito fundamental do cidadão ante a omissão do Poder Legislativo.

De uma forma ou de outra, fato é que a sociedade disse NÃO ao preconceito. E quero crer que este será sempre o posicionamento de uma sociedade tão plural como a nossa. Ainda somos poucos os que não só respeitam, como também defendem abertamente os direitos iguais a todos, independentemente de orientação sexual, credo, cor, raça, gênero ou opinião. Contudo, o cenário está mudando. O futuro guarda uma sociedade mais compreensiva, mais humana. E no que depender de mim, a briga por direitos iguais continuará sempre, pois o futuro tem que começar é agora!


Laeticia está muito orgulhosa de poder dizer que vive num país (quase) civilizado.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Risco...

Eu risco dias no calendário.
Dias que já passaram.
E essa é uma daquelas coisas que eu faço sem saber porque.
Às vezes, riscar dias no calendário me dá a sensação de que a vida voa (oi? e não é verdade?).
Outras, dá pra sentir os dias se arrastando.
Sim, eu sei que o tempo é relativo.
Como também sei que o que vale é o que fazemos com ele.
Não sei ainda o que fazer com o meu tempo.
Será que espero? Será que corro?
Sei que digresso. (Digresso é uma palavra válida? Existe primeira pessoa para o verbo digressar? Oi? Machado de Assis? Aloou?)

Eu risco coisas na minha lista de coisas.
Coisas que ja fiz, normalmente. Mas às vezes eu risco coisas que jamais farei.
Essa não é uma daquelas coisas que eu faço sem saber porque.
Riscar, quase sempre, significa que algo foi realizado, e eu gosto de realizar. 
Realizar é motivador e revigorante.
Porque eu não realizo mais coisas?

Eu risco pessoas da minha vida.
Pessoas que não me acrescentam, e à quem nada tenho a acrescentar.
Essa também não é uma daquelas coisas que eu faço sem saber porque.
Essa é uma das coisas que me fazem seguir em frente. Com o coração mais leve.
Leva-se muito tempo para aprender que algumas coisas nunca mudam, e no fim, eu acho que eu sempre fui assim.
Mas acreditem em mim, eu tento. E tento. E tento.
Jamais desisto sem tentar.
Mas eventualmente, eu desisto.

Eu risco dias no calendário.

Milena escreve aqui às quintas.

terça-feira, 3 de maio de 2011

O dia em que a Poliana quase morreu


Desde que tomei a feliz decisão de fazer doutorado, tenho ido a Porto Alegre aos domingos, para ter aulas durante as segundas e terças feiras. Até então essa decisão tem me deixado bem feliz, mas me faz passar por alguns percalços. O dessa semana colocou seriamente em risco a vida da minha Poliana interior. (Quem não conhece, leia: http://drepente30.blogspot.com/2010/11/o-jogo-do-contente.html.)
Domingo à tarde, pego o ônibus e vou para a Capital. Viagem tranquila, em duas horinhas tava lá. Cheguei à noite, com chuva, frio, e o centro de Porto Alegre num domingo à noite não é exatamente turístico.
Fui para o quarto, que é coletivo, e havia duas senhoras nas suas camas, de pijama, óculos e rolos na cabeça. Visualizem, que fica bem engraçado. Muito queridas, pediram desculpas antecipadamente porque iriam sair e chegar tarde, talvez me acordassem. Umas fofas.
Já eram quase nove horas e pensei: buenas, vou jantar no restaurante do hotel. Desci e estava fechado. Enquanto eu jantava barrinha de cereal no quarto eu devia ter pressentido que as coisas não estavam se encaminhando muito bem.
Mas esse pensamento foi interrompido quando chegou mais uma companheira de quarto. Devia ser prima da Barbie ou algo assim. Sabe aquelas pessoas adultas que falam como criança? Eu achava que ela tinha falado comigo como criança, mas aí eu fiquei sem adjetivo para descrever como ela falou com o namorado pelo celular. Talvez tenha sido como uma criança imitando uma criança.
Dos males o menor. Ela só foi ficar irritante quando acordou às 5 e meia da manhã e levou uns 45 minutos para se arrumar e sair, num show de som e luz.
Logo depois levantei , me arrumei e saí, com aquela cara de mal jantei e mal dormi. E ainda por cima indo pra aula de estatística sabendo que haveria devolução das provas e que levei bomba.
Claro que choveu o tempo todo até eu pegar o ônibus. Claro que o tal ônibus lotou e não consegui sentar, fiquei os 40 minutos do trajeto de pé.
Mas até esse ponto, minha Poliana interior ficava falando aquelas merdas de sempre: Ah, mas pelo menos alguém se ofereceu para segurar tua mochila. Blablabla.
Cheguei no campus e o inimaginável aconteceu: não tinha aula!
Isso mesmo, não tinha aula! O professor decidiu, no domingão, cancelar a aula pois muitos alunos estariam num simpósio, informação essa que ele já sabia há dias. E a tonta que viaja pra ver a aula, não viu o e-mail. Aproveito para agradecer aos colegas que não me avisaram, é sempre um prazer fazer essa peregrinação à toa.
A essa altura, a Poliana estava escondida no sótão, bem quietinha, com medo de que esse fosse seu último dia de vida.
Tentei, ainda, tornar o dia útil. Fui para o laboratório começar o seminário sobre meu projeto que estava, adivinhem onde? Em Caxias, no note que eu mandei formatar!!!!!!!!!! E a Poliana muda.
Respirei, peguei minhas coisas, e fui para o centro carregar o cartão do ônibus. Um dia assim não poderia piorar, mesmo.
Piorou. O banco estava sem sistema, caminhei horrores para achar outra agência, na chuva. Andei horrores para ir carregar o cartão (algo que numa cidadezinha como Caxias se faz até na farmácia) na chuva.
E fui pro hotel, para que nada de mal me acontecesse mais. Eram 11 e 30 da manhã! Se algo mais desse errado, eu MATAVA a Poliana de vez, porque é impossível jogar o jogo do contente nesses termos.

Renata chegou em casa sã e salva, só levemente irritada. A Poliana manda avisar, por mímicas, que passa bem, pois não tem coragem de abrir sua boca ainda.

domingo, 1 de maio de 2011

Entre quedas e recomeços. . .

A menina traz sempre consigo uma frase que aprendeu tempos atrás e que a si mesma repete todos os dias:

"Não quero passar a vida nas pontas dos pés para chegar sã e salva à morte...".

É que a menina é dessas pessoas que seguem pela vida afora com leveza, descuidadamente, sem levar consigo bagagens excessivas e sem medir os pormenores de cada passo do caminho...
Por vezes a menina tropeça e cai.
Por vezes a queda é tão feia que ela se esborracha no chão e sangra.
E de tanto sangrar, ela chora.
E de tanto chorar, ela pensa que está completamente vazia.
...
Mas então a menina olha para as belezas do caminho e sorri por entre as lágrimas...
E decide levantar.
E levanta, ainda que mancando.
E segue em frente, mesmo com o sangue escorrendo.
E, de peito aberto e sorriso no rosto aprecia a beleza do caminho, a dureza do caminho e aprecia, até mesmo, as dificuldades do caminho.
A menina, então, sabe-se viva e sente-se plena...

Déia escreve aos domingos e, entre quedas e recomeços, vai seguindo em frente...
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...