terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

As pequenas coisas

Gosto muito de observar as pessoas. O jeito que se vestem, gesticulam, como mudam o tom de voz e a postura frente a determinada situação. Como coram ao se envergonhar (coisa cada vez mais rara).
E gosto de observar não os discursos inflamados nem os grandes gestos. Isso não é autêntico. O que mostra mesmo a essência da pessoa são os pequenos gestos. Aqueles praticamente automáticos. Que são naturalmente inerentes à pessoa, e os quais muitas vezes ela nem percebe.
Admiro que sempre guarda papéis na bolsa ou no bolso, para não jogar na rua, por exemplo. Admiro quem cede o lugar no ônibus. Admiro quem dá sua mesa no restaurante a uma mulher com criança de colo. Admiro quem se preocupa com animais e plantas, em pequenos gestos do dia a dia.
Admiro, sobretudo, quem acha que esse tipo de atitude é natural, que não precisa fazer santinhos e distribuir por aí dizendo: eu sou um cara legal!
Admiro que o é por essência, e não por publicidade.

Renata anda com a cabeça a mil com coisas da vida, mas não deixa de observar as pessoas. E está muuuito feliz porque a filhota é bixo numa federal!!!!!! \o/

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Era pra ser

Era pra ser uma carta de amor. Era um pacote de mil fatias de cebola picadas – como fazia lacrimar! Era uma coleção de vírgulas e reticências, o avesso inteiro de um coração, um alagamento irreversível de sentimentos - jorrava, pingava, molhava. Era um buquê de palavras, um contrato entre os países da alma, um frasco inteiro de paz. Era uma verdade bruta feito diamante, uma compota de suspiros. Era pra ser uma carta de amor, mas não saiu uma palavra se quer.

Mariana escreve esporadicamente, ainda sem coragem de dizer o que sente a quem nem sonha saber ser remetente.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Mancada no serviço

Quem me conhece sabe que, vira e mexe, dou uma mancada, e, para não piorar as coisas, eu mesma a conto, fazendo graça, e aí vira piada. No serviço isso também já aconteceu.
Certa vez, quando trabalhava no setor administrativo de uma empresa, o telefone tocou logo cedo, e eu atendi. Ouvi uma voz sussurrando meu nome, mas a pessoa não se identificou.  E, achando que era alguma colega me passando um “trote”, fazendo hora com a minha cara, também passei a conversar aos sussurros:
_Alô. – sussurrou a pessoa, sem se identificar.
_Alô. – retribuí, também aos sussurros, pensando tratar-se de uma brincadeira.
_Tania? É você? – continuou sussurrando a pessoa não identificada.
_Sim, sou eu. – murmurei baixinho de volta.
_Está tudo bem aí, no serviço? – a voz sempre baixa.
_Está. – e eu mantendo o sussurro...
Essa conversa demorou uns poucos minutos, mas sempre em tom quase inaudível, e eu pensando ser brincadeira de colega.
Depois de um tempo, vem a bomba:
_Então está bem. É a sua supervisora. É que estou rouca, e não estou passando bem. Telefonei para ver se aí está tudo em ordem, pois não poderei comparecer ao trabalho hoje.
E eu, já voltando ao tom de voz normal, tentei responder com a verdade, já que não havia mais o que dizer.
_Ah, me desculpe, é que achei que fosse alguma colega brincando comigo.
A história passou, e isso tem alguns anos. Não ficou ressentimento por parte de minha supervisora, que sempre me lembra desse ocorrido, rindo muito da minha mancada!

Mini-resumo: Tania sempre passa alguns apertos assim, porque leva as coisas na brincadeira, até no serviço. Mas acaba fazendo grandes amizades assim também!

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Momento desabafo

Sabe aqueles momentos em que você gostaria de ter à mão um relógio do tempo? Sim, daqueles de histórias encantadas mesmo. Com um relógio desses eu daria corda ao contrário e faria o tempo voltar alguns dias ou meses... Ou, melhor ainda, faria o tempo parar para que eu pudesse terminar tudo o que tenho p/ fazer...
Estou, como costumamos dizer aqui no RS, na capa da gaita. (Para quem não sabe, isso é o mesmo que dizer que estou, literalmente, acabada, um bagaço, com um pé na cova, virada do avesso e por aí vai...)
Minha média de sono tem sido de 3 a 4 horas por noite, no máximo. E não é que eu não sinta sono ou cansaço, não. Simplesmente não consigo mais dormir. A cabeça fica trabalhando a mil por hora. Então, resignadamente eu levanto, ligo o computador e escrevo minha dissertação. Tem sido assim nos últimos meses.
Férias? Nem sei o que é isso...
Mas, por incrível que pareça, eu até que tenho administrado relativamente bem esses “detalhes”.
O problema, mesmo, é lidar com a cobrança e falta de compreensão dos amigos.
É extremamente irritante ouvi-los reclamar o tempo todo do quanto eu ando sumida, do quanto eu supostamente deixei de valorizar a amizade, do quanto eu não me importo com eles e  blá-blá-blá whiskas sachê...
PQP!!!
Será que é tão difícil assim entender que estou enlouquecida com o prazo de entrega da minha dissertação de mestrado?!?
É mesmo necessária chantagem emocional do tipo:
“Nem parece que vc se importa comigo, afinal nem liga mais...”.
"Mas como assim você não tem um tempinho p/ irmos tomar um café??? Vou ter que marcar horário com quantos meses de antecedência?”.
“Será que vc ainda vai lembrar o caminho aqui p/ minha casa quando resolver visitar os pobres?”.
“Quem sabe você consiga me visitar antes que meu filho/filha complete quinze anos, né? (sendo que o respectivo filho/filha é ainda um bebê!!!)”.
“Mas será que se eu morrer vc conseguirá tirar umas horinhas para ir ao meu velório ou nem p/ isso vc teria tempo?”
Afff! Pelamor!
Sinceramente, é só mesmo porque amo muito meus amigos que não os mando tomarem lá, sabe?
Tenho que morder a língua, contar até 10, respirar fundo e explicar, pela enésima vez, que estou sumida não porque eu não queira lhes ver e sim porque, momentaneamente, eu NÃO POSSO MESMO!!!

Déia escreve aos domingos e anda irritadíssima com a falta de compreensão que origina esse tipo de cobrança e já vai logo avisando aos amigos queridos que parem de fazer chantagem emocional se não quiserem ouvir um belo e sonoro palavrão!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Sem KY não dá!!

Sou uma leitora voraz. Desde que fui alfabetizada leio tudo que me cai às mãos. E a Playboy não seria uma exceção. Li todas as Playboys dos últimos onze anos, absolutamente todas. Gosto muito, mas nem sempre alguma coisa fica na memória por mais de uma semana. Aconteceu apenas duas vezes: um artigo do Lusa Silvestre entitulado “A Mulher Para o Resto da Vida” e um epíteto que saiu na edição deste mês:  
“O PROBLEMA DA VIDA É QUE ELA NÃO VEM COM KY.”
 
De fato. E que triste. Seria bem mais prazerosa a vida se ela fosse mais fácil. Não que não seja, mas há momentos em que um amortecedor cairia bem.

Os leitores mais frequentes do blog já devem estar acostumados aos meus textos-crise. Bastante comuns, aliás, uma vez que crise é meu sobrenome. Mas minha vida é bastante engraçada, cá entre nós. Vivo rindo, me divertindo, mas nem por isto eu deixo de passar por momentos em que eu merecia um tubo de KY! Aí, colegas, num primeiro momento, não tem como rir, não é mesmo?

Outro dia estava conversando com minha mãe. Ela estava preocupada porque meu irmão passou no vestibular pra um curso de tecnólogo e acho ela estava meio frustrada por ele não estar estudando em uma escola tradicional. Minha idéia era consolar minha mãe, fazer a ficha dela cair porque, afinal, o curso que ele escolheu é uma profissão mais moderna e acaba que as escolas muito tradicionais investem mais em cursos mais reconhecidos.

Mas a conversa foi mudando de rumo e, papo vai, papo vem, ela acabou soltando que eu realmente já tinha dado carada demais pra minha “pouca” idade. Que tinha me desiludido cedo demais com coisas com as quais todo mundo se desilude. Só que aos 45, 55, 70 anos e não aos 25, como aconteceu comigo. Acho que minha mãe se preocupa comigo mais do que eu gostaria de acreditar... Muito constrangedor isto!!

Enfim, continuo dando minhas caradas por aí. É o que acontece quando a gente não tem muito medo de se arriscar. As caradas são consequências das nossas escolhas, sabem, o que não quer dizer que as escolhas foram equivocadas. Entre escolher e colher frutos das escolhas sempre decorre algum tempo e aí, minha amiga, muita água pode rolar por baixo da ponte.

Não tenho medo de viver. Não tenho medo de me arriscar. Já tive menos medo, mas continuo uma pessoa de peito aberto. Bem corajosa para enfrentar desafios e buscar a realização de sonhos. Acho que a gente tem que continuar destemida, sabe. Só que agora, quase completando trinta e cinco anos, andei mudando um pouco de idéia. Continuo me arriscando a dar umas caradas. Mas, sinceramente?! Tô ficando fresquinha rsrs Sem KY não dá!!!


Laeticia está cada vez intrigada com a vida, com suas escolhas, suas razões e suas consequências. Só que agora, prefere isso tudo com amortecedor traseiro!!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O ladrão mal educado

Hoje comecei a refletir a respeito da enorme quantidade de gente mal educada que tem nesse mundo...
É impressionate!
E elas estão por toda parte: no trânsito, no supermercado, no trabalho, na escola, na faculdade, na vizinhança, na farmácia, no comércio, nos consultórios médicos e odontológicos e por aí vai.
A lista é quase infinita.
E, geralmente, a pessoa mal educada sempre acha que está certa, que tem "toda a razão".

Dia desses fui em um mercado aqui da minha cidade que, às quartas-feiras, realiza uma promoção de horti-fruti. Obviamente o mercado lota. Um horror!
Pois eis que calhou de eu precisar fazer umas compras exatamente nesse dia e, como o dito mercado é super perto de casa, decidi ir, mesmo sendo a "quarta-feira dos horrores" (leia-se das promoções).
Entrei no mercado já conformada com a muvuca infernal que teria que enfrentar e me dirigi ao local onde ficam "estacionados" os carrinhos de compras.
O mercado estava lotado e tinha apenas um carrinho disponível. Fiquei feliz com minha sorte e já estava estendendo o braço para pegá-lo quando simplesmente fui fortemente empurrada para o lado por um indivíduo grandalhão que, sem a menor cerimônia, resolveu "descartar a concorrência" me dando um baita encontrão(!).
Pois o dito cujo nem se deu ao trabalho de se desculpar. Simplesmente pegou o carrinho que estava quase em minhas mãos e saiu como se não tivesse acontecido coisa alguma!!!
E eu fiquei lá abobalhada olhando ele se afastar, sem realmente acreditar que tal coisa grotesca tivesse realmente acontecido...
Claro que depois que eu me recuperei da surpresa fiquei louca de raiva. Não por causa do carrinho, obviamente, mas por conta da falta de educação dele.
Onde já se viu dar um empurrão em alguém para roubar um carrinho de supermercado?!?!?
E a cara de paisagem do indivíduo??? Quer dizer, o tipo chega no mercado lotado, empurra um mulher com pelo menos uns 20 cm a menos do que ele, rouba o carrinho que ela ia usar e ainda sai com uma  poker face digna dos melhores memes da web?
Simplesmente inconcebível!
E, pasmem, o cara aparentava, pelo menos, uns 40 anos! Não era nenhum adolescente porra louca!!!
Afff...

Parece que as pessoas mal educadas (e sem noção!) estão realmente conseguindo dominar o mundo.  'o'

Déia escreve aos domingos e lamenta ter ficado tão chocada com a atitude do sujeito que nem se lembrou de revidar com, pelo menos, um chutezinho na canela... ;)



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