terça-feira, 30 de outubro de 2012

Soneca

Sabe quando a gente vê a mesma palavra várias e várias vezes seguidas, até o ponto de ela soar completamente estrangeira? Não sei se acontece com todo mundo, mas comigo acontece muito. E a palavra hoje é “soneca”. Não só porque passei o dia querendo parar uns minutos e tirar uma soneca. 

Fui dormir tarde, e de manhã fiz uso do artifício mais vezes do que deveria. A cada 5 minutos, uma soneca. E eu realmente dormia, com sonhos incluídos! 


No trabalho, muito por fazer e pouca concentração, apliquei  a técnica do Pomodoro e a cada 25 minutos, lá estava ela, a soneca, encompridando meu Pomodoro em mais 5 minutos. 


De tanto ler, ver, pensar e falar essa palavra, ela parece totalmente estranha: SONECA. Uma palavra fofa, mas seca. Soneca. Se fosse ao diminutivo, talvez soasse mais familiar: sonequinha... Mesmo assim, estranha. Como o nome daquela prima em terceiro grau que você não vê desde as bodas daqueles tios avós que...bem, como alguém que você deveria reconhecer, mas não reconhece. Soa vagamente familiar, mas presentemente estranha. E lembra um pouco boneca, mas não é. Como quando alguma coisa quase cabe em algum lugar ou na sua vida, quase, quase, mas não cabe. 


Daqui a um minutinho meu celular vai despertar e eu vou voltar ao meu Pomodoro, sem SONECA. Dessa vez. 




Renata espera poder acabar a terça com uma boa...adivinhem!

sábado, 27 de outubro de 2012

Beleza Cansa!


Não, eu não estou me gabando de ser bela. Nem pensem isso! O título acima é uma referência à famosa frase “Isso cansa a minha beleza!”. Quem já ouviu essa frase sabe que se trata de uma brincadeira, para algo chateia a pessoa em determinado momento. Entretanto, atualmente ocorre o oposto, e não é brincadeira. Nos dias de hoje é preciso se esforçar, se martirizar, se cansar para ser bela.

É isso mesmo! No conceito de beleza de nossa sociedade não existe uma beleza natural, algo que nasce com a pessoa. Nós, mulheres, temos que nos fazer belas, e cada vez mais e mais, e já não nos contentamos com uma beleza simples. Sempre precisamos lavar os cabelos com o xampu quinhentos cuidados para os fios, usar o condicionador com óleo de qualquer coisa para o cabelo ficar mais liso, ou mais cacheado, secar com secador, arrumar, pintar os cabelos, depilar o corpo, fazer as unhas, usar maquiagem para o dia, trocar a maquiagem para noite, passar base com protetor solar, passar creme anti-idade para o dia e outro para a noite, passar hidratante corporal, usar desodorante para clarear as axilas, pinçar as sobrancelhas, ente outros cuidados diários. Meu Deus! E ainda temos que cuidar do físico, fazer caminhada, musculação, praticar algum esporte para ficar magra, com a aparência das celebridades!

E isso acaba? Não. Se não alcançarmos o sonhado corpo da atriz da novela, há ainda os procedimentos mais invasivos, como lipoaspiração, lipoescultura, cirurgias plásticas para modificar o rosto todo, o corpo todo, silicones nos seios, nas nádegas, nas coxas, etc. Tem o botox, o preenchimento, a drenagem linfática... Tudo isso pra ficar bela? Que beleza é essa que cansa, que causa stress, que provoca transtornos alimentares, transtornos comportamentais. Pra quê tanta exigência? (Parece a outra da música “Amélia”, justo a que não era mulher de verdade!) Pra quê tanta tortura com a própria imagem?

Cuidados com o corpo são bons e necessários. É preciso cuidar para envelhecer de bem com a vida e com a saúde! Para evitar problemas com a saúde é que devemos praticar exercícios físicos, ou usar cremes protetores para a pele, etc. Mas não é preciso virar uma mulher fatal. Será que essa mulher fatal é feliz? Porque não acho que pessoas que precisem modificar tanto sua imagem estejam felizes. Se você não gosta de você a ponto de praticamente se mutilar em nome de uma beleza estética ditada pela mídia, então você está doente. E não está se cuidando como devia. Essa escravidão pela beleza precisa acabar.

Também não estou fazendo apologia da feiúra, e não pensem isso. Não acho legal ver pessoas descuidadas, desmazeladas, que não têm vaidades. Acho que é preciso um pouco de vaidade, de cuidados, para a gente se sentir bem. E cuidados com o corpo melhoram nossa mente, pois ficamos mais confiantes. Mas é preciso saber dosar essa preocupação com a beleza, para evitar excessos! Vivemos numa sociedade que produz e consome os melhores cosméticos, mas onde as mulheres estão cada vez menos contentes com a própria imagem, e ficam obcecadas por atingir uma beleza divina! Por isso é preciso cuidado, pois a beleza cansa!

Mini-resumo: Tania se preocupa com os excessos da sociedade de consumo, pois é uma sociedade que consome os próprios seres humanos!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Vento no litoral

O vento trazido pelo mar 
acordou as fadinhas espanholas 
que moram nas folhas dos coqueiros, 
e elas ficaram tocando 
suas minúsculas castanholas.



Renata ouve essa música todos os dias. Para quem é bom de trocadilho: as duas.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Acabou o gás


Em qualquer situação, ficar sem gás de cozinha é chato. Primeiro, porque sempre acaba quando a gente está cozinhando, perceberam? Depois, porque quebra o “timing”: a massa empapa, o molho esfria, o bolo murcha; e pode ser ainda pior se a fome é grande e a pressa também.

Estou eu, num bairro distante de uma pequena cidade, numa noite chuvosa, cozinhando e eis que acaba o gás. Sem metáforas, acabou o gás mesmo.

O que fazer? Ligar para a tele-entrega, óbvio. Não, nada é assim tão óbvio aqui. Por causa do mau tempo, o entregador foi para casa mais cedo. Como assim?!

Segunda tentativa: falei com o proprietário do lugar, que repetia: mas está chovendo. Sim, eu percebi. E não vejo a relação entre eu precisar de gás e estar chovendo. Me ofereci para ir buscar o botijão de gás. E ele: mas está chovendo. E eu: mas eu vou buscar. E ele: mas está chovendo.

Desisti. Eu ia perder a compostura se continuasse nesse diálogo.

Muito mais fácil foi sair de casa na chuva, com a panela na mão, e terminar de cozinhar na casa do vizinho.

No dia seguinte, chego em casa mais cedo de propósito para pedir o famigerado gás; não estava chovendo nem nada e ouço um: mas o entregador não está...

Renata tenta valorizar o lado bom das coisas, sempre. 
E escreve aqui quase toda semana.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Ilha deserta


Não, eu não morri. Nem ganhei na loteria e joguei tudo pro alto. Nem estou de férias num lugar paradisíaco. Nem encontrei o amor da minha vida e fugi em lua de mel. Nem consegui um estágio na Antártida. Nem me envolvi na campanha eleitoral. Nem estava em alto mar, pirando o cabeção vendo baleias (ok, eu fiz isso por um dia, mas fica pra outro post).


Não, nada disso. Eu sumi nas últimas semanas, pois estive me dedicando 101% ao trabalho. Resultado: aprendi muito. Muito, mesmo. E descuidei da saúde, e de outras coisas importantes, como o blog, onde adoro escrever!
Fase encerrada, uma nova começando. Retomando o que ficou de lado, aos poucos.


Renata esteve numa ilha deserta por essas semanas, rodeada de trabalho por todos os lados. Quase se afogou, encontrou suporte em algumas boias, e desenvolveu novas habilidades de sobrevivência. 
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...