terça-feira, 7 de maio de 2013

O milagre da comunicação



Já escrevi sobre comunicação aqui no blog, periga ter usado o mesmo título, inclusive. Mas isso é porque eu ainda acho que a comunicação é um milagre! Não que seja criacionista e ache que a capacidade de falar, usar símbolos e abstrair conceitos seja um milagre.

Eu acho que, quando uma pessoa fala e a outra entende o que ela está dizendo, é um milagre. Quando a segunda consegue responder, numa conversa de verdade, não só contando o seu lado ou a sua opinião, mas realmente conversar sobre o que foi dito, então, isso é um festival de milagres! 

Vários desafios devem ser ultrapassados: os regionalismos, que impedem que a frase: “Vou comer uma torrada de cacetinho com batida de banana” seja bem entendida em vários lugares. O próprio vocabulário (ou a falta dele) pode dificultar o entendimento. Mas uma coisa que atrapalha muito são os pré-conceitos. É a gente já entender o espírito da pessoa sem nem esperar ela abrir a boca. E disso eu falo de carteirinha. (Dizem que) Tenho cara de braba. A minha cara de nada, neutra, de paisagem, é interpretada como cara de braba. Quando eu falo e estou séria, pronto: estou braba, chateada ou P$%%¨ da vida. Quando, em geral, não estou... Aí a resposta já vem na defensiva e a coisa degringola fácil. 

Outra coisa são as posturas que a gente deduz. Deduz que a pessoa está chateada, deduz que a pessoa está debochando. Ao invés de ouvir e refletir, já tira conclusões e age baseado nelas. O negócio é que não temos como saber exatamente a intenção do outro ao falar alguma coisa, só podemos saber e tentar administrar a forma como recebemos essa informação e o que fazemos com ela. 

E ouvir gente! Ouvir parece ser algo muito difícil. Mal e mal a pessoa acaba de falar, o outro já vem com uma história MAIS legal, MAIS emocionante, MAIS qualquer coisa que tenha alguma relação com o assunto que estava em pauta. Isso não é conversa, são dois monólogos. 



Renata anseia por conhecer pessoas que saibam se comunicar, que saibam ouvir generosamente, não se deixem enganar por pré-conceitos e que entendam ironia e sarcasmo. Não é pedir muito, é?


2 comentários:

andreia disse...

Realmente, ser bem entendida, ou não ser mal interpretada, é um milagre.

Também sofro com as "interpretações de expressões faciais", segundo alguns, tenho cara de brava, segundo outros, meus olhares falam demais, e a grande maioria me considera antipática, até me conhecer melhor... humpf...

Lila disse...

Faço eco... Adorei Re! Bjo.

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