sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Solidão coletiva


Estamos cada vez mais sozinhos. É, hoje o texto é triste. Mas é a realidade. Temos a cada dia mais canais de comunicação, com a intenção, e a impressão de estarmos cada vez mais próximos, cada vez mais conectados. Estamos. Estamos? Temos milhares de amigos em redes sociais, agendas telefônicas gigantescas, listas diferenciadas para cada assunto de mensagem e grupo de pessoas para quem queremos enviar. Estamos o dia inteiro ao celular, na rede, e mesmo nos bares, nas baladas, nos shows, na vida social agitadíssima que precisamos ter para podermos encontrar todos os nossos amigos, e viver intensamente, e mostrar que estamos vivendo intensamente. 

Mas estamos cada vez mais sozinhos. Nossos inúmeros amigos não suportam ouvir nossos desabafos quando precisamos. Eles nos querem alegres e felizes sempre, para aproveitarmos tudo da vida. Isso é aproveitar?

Os consultórios dos psicólogos estão cada dia mais cheios, mais concorridos. E isso ocorre na época em que estamos mais próximos do mundo inteiro. Mas não temos tempo para passar o tempo, para conversar sobre a vida, para ver o pôr-do-sol, para fazer nada, mas nada mesmo. 

Quando éramos desconectados, tínhamos pouquíssimos amigos. Mas eles sempre estavam por perto quando precisávamos. Sim, estes amigos ainda existem. Mas todos nós temos cada vez menos tempo para a vida real; para os amigos reais. Na rede, amigos reais e amigos ocasionais, ou simplesmente alguns que adicionamos porque são gente boa, todos têm o mesmo status de amigos. Mas isso não corresponde à verdade. É até injusto com os amigos leais, aqueles poucos que realmente nos suportam nos momentos difíceis. São amigos matemáticos, onde quanto mais, melhor. Quanto mais, maior sua popularidade nas redes. 

E nossa solidão coletiva, conceito atualíssimo, afogamos nas baladas, e vivemos tudo de uma vez, sem sentir cada momento. 



Mini resumo: Tania está introspectiva. Na atualidade, isso é um crime. No mínimo, confunde-se com depressão. Ninguém mais pode querer pensar sobre a vida. É inimaginável.


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Simples assim

“Quanto mais simples a casinha mais sincero o bom dia.” – Fernanda Takai

A cada dia penso mais e vivo mais essa gostosura de simplicidade. Gostosura de viver perto das coisinhas mais simples e mais sinceras da minha vida. Meu cantinho, que é meu. Minha pequerrucha que é minha cúmplice e vem se tornando minha companheirona. - Amor demais! – Meus trajetos que se tornaram mais curtos. Meus sonhos que se tornam cada vez mais tranquilos. Meu sono que vem se reestabelecendo. Meu trabalho sendo reconhecido, por quem precisa ser, sem alardes. Pessoas boas se aproximando...

Descobrindo que viver é tão gostoso e tão mais simples do que eu achava ser. 

Não me vejo mais naquela outra que era tão ansiosa por não estar conseguindo “estabelecer metas de vida, alcançar objetivos”, e ver o resultado convertido em grana! Essa não era a minha vida. A minha vida é essa que vivo agora. Sou simples. Não sonho, e nunca sonhei em conquistar o “topo”. Talvez, por isso, eu não lutasse para conquistar. Não era o meu caminho. Sou simples. Agora sim. Sou simples. Sou eu. 

Muito prazer, 

LorisB.



LorisB. está feliz e desejando muito que todos seus amigos queridos sejam também.



terça-feira, 6 de agosto de 2013

Cara de sim


Sempre gostei de forró, embora não tenha talento algum. E sempre aproveito qualquer oportunidade de praticar um pouco bastante mais. Há algumas semanas, estava em um lugar que respira forró e, como sempre, vários caras se aproximavam e tiravam minha amiga para dançar. Nem sequer percebiam que eu estava ali, doida pra dançar. Ela é linda e dança bem, mas isso acontece SEMPRE, com qualquer amiga que eu esteja. Penso que eles deveriam me chamar para dançar também, nem que fosse por educação... afinal, eu não danço tão mal assim! Eu acho... Aí em geral eu fico ali, vendo o pessoal dançar, o que também é legal, mas nem tanto.

Dessa vez, resolvi descobrir o que há de errado: chamei um moço para dançar, depois de ele ter dançado N vezes com a minha amiga, e perguntei:

- Por que você não me chamou para dançar?

Esperava uma evasiva, uma desconversada, mas ele veio com a resposta:

- Até pensei em te chamar, mas teu semblante diz que não.

Eu não estava preparada pra isso: cara de não. Minha cara de nada é cara de não. Minha cara de paisagem é cara de não. Nem imagino como devo parecer quando estou com cara de não de verdade! Medo! Confesso que eu já sabia que tinha cara de não, e que já tirei vantagem disso. Mas eu achava que era só quando eu fazia de propósito!

Aí começou o exercício da cara de sim. De olhar mais nos olhos das pessoas, de sorrir mais, de aceitar a aproximação dos outros. É um exercício, tenho muito que experimentar ainda! Mas os resultados preliminares da cara de sim são animadores! Dancei bastante, até quase aprendi a rodar! Conheci muitas pessoas fascinantes, cheias de histórias para contar e aprendi um monte com cada uma delas. Compartilhei de outros olhares, sabores e outros gostos musicais. Ganhei muito e espero que tenha doado ao menos um pouco. 


Renata segue exercitando, um sinzinho de cada vez.


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