terça-feira, 28 de julho de 2015

Uma carta

Eu ando pensando muito em ti nos últimos dias. Ando mesmo mais introspectiva que o normal. Mais emotiva que o normal. E mais saudosa que o normal. Acredito que tudo isso acaba levando meu pensamento à nossa relação, mesmo que no momento (e em nenhum outro) eu não queira colocar muita racionalidade nisso. Pode ser medo, pode ser medo.

Queria tanto saber como (e se) pensa em nós. Queria tanto saber como se sente quando nos vemos e quando (não) nos falamos. Queria, mais que tudo, saber como eu me sinto nessas situações. Queria pegar tua mão, caminhar sem pressa, e te mostrar todas as lembranças que tenho da gente e que guardo com carinho, numa coleção preciosa mas não muito visitada. As lembranças são multifacetadas e facilmente moldáveis. O que vejo e o que guardo pertence somente a mim, e cada um tem sua própria versão, parcial e moldada, da mesma lembrança. Queria poder compartilhar contigo as minhas, e conhecer as tuas. Compartilhamos tanta tanta tanta coisa, mas às vezes parece que não...

Queria te contar dos meus medos, dos meus sonhos, e sentir que meus segredos estão seguros e não são mais só meus. Que o peso que insiste em se depositar nas minhas costas não é tão pesado e que não estou tão sozinha. Queria te ajudar, também, mas não sei o que pesa nas tuas costas. Não sei nada dos teus desejos, dos teus planos (dos íntimos, não dos que fica falando para quem quiser ouvir). Não sei o que te tira o sono. E nem o que faz sentires renovada a vida dentro de ti.

Eu queria. Eu quero. 

Mas acho que não queres. Ainda não.


Renata anda pensativa e escrevendo cartas nem sempre imaginárias.

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