terça-feira, 22 de setembro de 2015

Plantio

Desde que me mudei pra Bahia abri mão das diferenças entre as estações sentidas no Sul, de ter dois guarda-roupas e fazer o ritual de troca de um pelo outro (e morrer de raiva dos veranicos e friagens fora de época). Mas o fato é que o tempo e as estações continuam se sucedendo, com diferenças talvez mais sutis e de menor amplitude.
Nessa semana (amanhã, se eu conseguir postar corretamente esse texto) viveremos o equinócio de setembro, marcando o início da primavera. Nele, o dia e a noite terão durações iguais e a partir daí, no Hemisfério sul, os dias vão lentamente se tornando mais longos (ebaaa \o/).
Numa época em que contamos o tempo por minutos (5 minutos de soneca, em sucessões intermináveis), em que o calendário do próximo semestre está sempre lotado, corremos o risco de nos desconectarmos do que deveria ser nossa base, nossa raiz. Os ciclos da lua, as estações, até mesmo a hora do nascer e do por do sol e da lua. Essas eram as referências de tempo de nossos antepassados e elas seguem se sucedendo mesmo que a gente não agende no nosso calendário. Pores do sol fantásticos continuam acontecendo mesmo que não sejam compartilhados no Instagram e as estações continuam se sucedendo mesmo que a gente não precise de outro guarda-roupa. Ciclos ocorrem e se sucedem, a gente querendo ou não. E participar ativamente, conectando-se, é opcional.

Podemos pensar no equinócio como a época de florescer, de germinar com cuidado e carinho nossos sentimentos, ideias e projetos, para que a colheita seja frutífera. Não custa lembrar que a gente colhe o que planta, e planta o que escolhe.


Renata deseja um feliz equinócio e um sábio plantio!

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